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russomanias

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Paranóicos do século XXI

Aqui há dias chamou-me a atenção uma reportagem da SIC que passou no Telejornal das 8. Tratava-se de dar a conhecer um trabalho de investigação durante um ano inteiro a uma turma do 9º ano. Nesse trabalho tentava-se perceber realmente o porquê de vários milhares de alunos se deslocarem diariamente à escola sem demonstrarem a mínima disposição para aí estarem, aí permanecerem contra a sua vontade e estarem-se pura e simplesmente marimbando para o que os professores e, já agora, as professoras (cuidado com o BE!...), diziam. O assunto interessava-me imenso, pois quem é que não conhece alguém da sua família com situações dessas, já que se trata de uma "epidemia" em massa que grassa nas nossas escolas e um pouco mais de compreensão talvez começasse a impedir o alastrar da "doença"?

 

As explicações dos professores e professoras para o perigoso "fenómeno" que prolifera na nossa sociedade e contribui, e de que maneira, para um maior empobrecimento do país, logo começaram a desfilar nas bocas de quem contacta diariamente com os alunos nas escolas: as matérias que são dadas nas escolas são extensíssimas e dadas à pressa, pelo que grande parte dos alunos não consegue acompanhar o professor; impera o princípio do "passa passa", em que o professor "passa" a matéria para o quadro e o aluno logo a "passa" para o caderno, uma "tecnologia" do longínquo século XVIII, como explicou um professor e especialista na matéria ; enquanto os professores despejam, num autêntico frenezim, as suas "aulas" de 90 minutos de palração, os alunos, para arejarem e fugirem ao tédio e ao sono, socorrem-se da sua potente tecnologia do século XXI (smartphones, ipad's, iphones), enviando mensagens e dando uma passadinha pelas "redes sociais" com os seus inúmeros "amigos" e "amigas", com o intuito de se manterem minimamente despertos e darem assim algum sinal de presença aos professores.

 

Mas que é isto?... os responsáveis pelo ensino em Portugal permitem-se persistrir num sistema do século XVIII nas salas de aulas frequentadas pelos nossos filhos e não fazem nada para alterar esta humilhante e devastadora situação?... será tudo premeditado ou estaremos somente perante mais uns autênticos paranóicos do século XXI?...

 

 

Estória rocambulesca de uma série de traições

Foi em tempos, antes e logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, um daqueles meninos mimados e priveligiados que se deram ao trabalho e espaventosa militância em favor da secularmente explorada classe operária, aderindo àquele que foi o aguerrido e belicoso PCTP/MRPP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado), muitíssimo bem falante matilha de assanhados pequeno-burgueses universitários que se destacaram no ataque a tudo que viesse do lado dos defensores da revolução e no sentido de confundir o máximo possível, naqueles extremados anos de 74/75, todo o "povão" da esquerda. Atingido esse objectivo com o 25 de Novembro de 1975, o nosso homem decidiu mais à frente pregar uma grande traição à sua classe operária e aceitar o convite para se inscrever em 1980 no PSD, facto que constituiu, sem dúvida, uma grande afirmação do seu então já incipiente e rastejante "modus operandi". Dotado daquela visão, persistência e constância que caracterizam a sua outrora amada classe operária, torna-se em Maio de 1999 líder do PSD e em Abril de 2002 é já Primeiro Ministro deste país.

 

Agora no seu tão sempre adorado poder, mas aqui já sem aquela caricatura da ditadura do proletariado, o cherne, desculpem, o nosso homem decide então convidar aquela grande craveira intelectual e moral que foi George W. Bush para a conhecida Cimeira das Lajes, tendo-se aí decidido, com mais uns quantos crâneos de idêntica estatura, que o ocidente deveria atacar o Iraque por posse de armas nucleares, naquilo que por todos eles foi já considerado uma grande mentira e uma igual traição a todos quantos neles confiaram e elegeram. Mas a clamorosa tramoia e idêntica traição foram tão grandes e convincentes que os grandes da Europa e da América, admirados e reconhecidos por tanta patranha, logo convidaram o expedito homem para o seu seio e coroaram-no Presidente da Comissão Europeia em Novembro de 2004. Embevecido por tão grande honra e nem querendo acreditar que passaria agora a tomar o pequeno almoço e por vezes mesmo o lanche com os "grandes" do velho continente, o facto é que logo se esqueceu que era oriundo do sul da Europa, nomeadamente de Portugal, e passou foi a servir de criado de quarto à toda possessiva e exclusiva Senhora Merkel, cometendo assim uma flagrante traição aos principais princípios que estiveram na base da construção europeia, nomeadamente aquele que se referia à solidariedade com as regiões menos desenvolvidas.

 

Em 2014 a "coroa" da Presidência da Comissão Europeia passou para Jean-Claude Juncker e o nosso portuguesito fiúza foi convidado para a nova traição de presidir a partir de agora ao banco Goldman Sachs International, inimigo declarado dos povos europeus e um dos prinpais responsáveis pela crise que se instalou nas diferentes suas economias. Agora, quando lhe foi comunicado, pelos que lhe bateram palmas, que passaria a rastejar, como os restantes, sem tapete vermelho, quando viesse solicitar à Comissão Europeia mordomias para o banco a que preside, sentiu-se muitíssimo "traído" e desconsiderado. Coitado do homem, quanta injustiça, quanta desconsideração, quanta falta de merecido reconhecimento, quanta falta de contrapartidas pelos relevantes "serviços" prestados, quanta traição!... mas a vida é mesmo assim... e aqui se voltou a repetir, mais uma vez, o velhíssimo provérvio de que "traição com traição se paga"!...

 

 

Ora bolas!...

Uma onda de inesperada perseguição percorre o país. Perseguem-se os malditos incendiários que espalharam o inferno este verão de norte a sul e ninguém sabe dizer quem lhes pagou a encomenda, embora haja quem pelo menos desconfia. Os sempre atentos e valorosos homens e mulheres da ASAE perseguem os donos dos restaurantes porque alguns desses malandros acondicionam os alimentos no meio de ratos e baratas e o artólas do tudo mama e nem pia. Já o polícia persegue os assaltantes e, de vez em quando, acerta com uma bojarda na cabeça ou nas costas dos coitados dos gatunos. Mas como o polícia tinha mais é que estar quieto e deixar a vida rolar, persegue-se o polícia e deixa-se o gajo sem chêta para comer e sustentar os filhos, que é para a próxima aprender e dar um forte aviso aos restantes como ele. Agora, como ter 50.000 euros, ou mais, na conta do Banco é fortemente duvidoso e indícia actividade fraudulenta ou pelo menos duvidosa, pelos vistos vão ser perseguidos os depositantes cuja guita atinja tais proporções. Mas como não tenho semelhante grana, nem para lá caminha, à guarda do triste e depenado Banco que me contabiliza os tostões, perseguido penso não vir a ser pelo menos eu, escapando assim, e deste modo, à mais que certa exposição pública de tão rebaixante e vergonhoso delito.

 

Mas o mais inacreditável acto de perseguição de que tenho tido ocasião de me dar conta tem a ver com a super lucrativa actividade dos vendedores das famosas bolas de berlim que nas luminosas praias de norte a sul do país passeiam o seu conhecidíssimo milionário negócio sem se preocuparem em alombar às costas, além das cremosas bolas, com a respectiva e obrigatória impressora para passar facturas, situação que em muito tem prejudicado o depauperado erário público, constituindo talvez até a principal causa do "déficit" crónico do país. É que, e é bom que se diga, se se perseguem tenaz e impiedosamente, e se metem na prisão, os donos e administradores do BPNBES, BPP, BANIF e CAIXA, por nos terem sacado à socapa uns bons milhares de milhões, por que raio de motivo se devem deixar à solta e à vontade uns pobres coitados que têm de governar a sua triste vida com uns miseráveis tostões?... ora bolas!...

 

 

Contos Proíbidos

Já li em qualquer lado que as principais obras literárias mundiais dignas de serem lidas já foram todas impressas há muito tempo, pelo que o que agora nos chega diariamente não passa de simples entretenimento de duvidosa qualidade. Por isso ou não, o que é certo é que sempre que posso não deixo de dar uma ligeira saltadinha às inúmeras Feiras do Livro em busca de livros antigos ou então já usados. Ultimamente andei à cata do livro "Contos Proíbidos, Memórias de um PS Desconhecido", do militante socialista Rui Mateus, editado em 1996 pelas Publicações D. Quixote, onde se fala do "pequeno grupo de amigos" que fundou em 1973 o Partido Socialista, dos "amigos" de Mário Soares que também trabalhavam para a CIA e, vejam lá, de sacas e sacas de dinheiro destinadas a "ajudar" o PS a combater os "comunistas" que se queriam apoderar da nobre "revolução". Vá-se lá saber porquê, esse livro bastante interessante logo "desapareceu" ou foi "desviado" do mercado mal foi editado mas, para sorte de todos nós, ainda é possível encontrá-lo com relativa facilidade na net.

 

Este verão foi por demais a área ardida em Portugal, sendo certo que, pelo que li em qualquer lado, só em Portugal a área devorada pelos fogos foi um terço do que ardeu em toda a Europa. Fazia dó ver toda aquela aflição das pessoas em Arouca, S. Pedro do Sul, Águeda, Paredes de Coura, Ilha da Madeira, e o nosso país sem nada poder fazer, com helicópteros avariados, sem meios para combater a calamidade. E então onde estiveram nesses dias aflitivos a nossa "amiga" Alemanha, a sempre "solidária" França e a restante Europa podres de ricos para nos "ajudar" em caso de necessidade e como vem nos "tratados"? É que, e é bom dizer-se... nem vê-los! E então lá vieram os "perigosos" russos, com os seus possantes e incríveis Beriev's a despejar toneladas e toneladas de água sobre Portugal a arder e a contribuir para controlar decisivamente o triste e medonho inferno. Pois então, os mesmíssimos russos a quem Portugal, a mando da Europa, atirou com "sanções" por serem "perigosos". Felizmente que esses "perigosos" russos, por já desnecessários, já se devem ter ido embora e, pelo que eu sei, até agora nenhuma notícia saiu de "criancinhas" comidas ao lanche pelos selváticos eslavos ou então simpáticas "vélhinhas" incautas a quem os mesmos se atreveram a aplicar a já famosa "injecção" atrás da orelha.

 

Eduardo Vítor Rodrigues, o dinâmico e empenhado presidente socialista da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, teceu no passado, logo após a sua tomada de posse e por várias vezes, nomeadamente nos jornais, severas e duras críticas contra a gestão anterior do município, principalmente no que diz respeito à "monstruosa" dívida que lhe foi deixada para pagar, sendo certo que por todos era sabido que essas mesmas críticas tinham como destinatário Marco António Costa, o influente militante do PSD responsável pelo sector financeiro da Câmara no executivo anterior. Agora adivinhem lá a quem Eduardo Vítor Rodrigues entregou no passado dia 1 de Julho a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro... precisamente a Marco António Costa, pois está claro!...

 

Este verão está por demais...

 

 

Isso... batam-nos, insultem-nos!...

Todos nós já vimos disso nas nossas ruas, nos infantários, nas escolas, nas universidades, nos locais de trabalho, nos tribunais, nas autarquias, na assembleia legislativa, no desporto nacional e internacional, como no Euro 2016... os pequenos tendem a ser geralmente o bombo da festa e sobre quem geralmente caem as mais variadas culpas, defeitos e hipotéticas incapacidades. E é o que está, sem a mais pequena vergonha, a acontecer precisamente agora com Portugal, esse pequeno país do extremo sudoeste da velha Europa, para quem os rancorosos mastins do euro se estão agora a virar com a máxima força e arrogância, evitando meter-se com potências económicas como uma França e uma Itália, cujo cumprimento do "déficit" está bem mais longe de ser conseguido que o nosso, mas só porque são grandes os raivosos mastins não se atrevem a tocar-lhes ou sequer aludir ao facto, como deveriam, como membros que são, como Portugal, daquilo a que alguns ainda continuam a chamar de "União".

 

Mas como ainda há semanas se provou (Euro 2016), isto às vezes de se ser pequeno até pode trazer vantagens, pois "se grande é o tamanho também grande pode ser o tombo", e se por vezes podemos eventualmente dar ares de um povo pacato e "simples..." ("...como as pombas" - Fernando Santos), também já aprendemos a ser "prudentes como as serpentes" (Fernando Santos), pelo que o caldo um dias destes pode entornar e aqui esta meia dúzia de badamecos à beira-mar plantados bem podem armar uma grande zebra e cagarem-se de vez para essa salsicha fumada e cerveja a saber a mijo a que querem chamar de... União Europeia. Por isso, batam-nos, insultem-nos, mas tenham muito cuidado... nós não temos só aquele possante e certeiro Éder que em Paris vos atrapalhou inesperadamente os planos, temos milhares de outros Éderes aqui prontos, à espera, mortinhos por vos voltar a confirmar, se preciso for, que sim somos um país pequeno... mas com uns tomates muito grandes!...

 

 

Meu adorado... FACEBOOK

Estou hoje cada vez mais convencido que a maioria do pessoal não sabe verdadeiramente ainda o que tem em suas mãos. É claro que já todos ouvimos falar em trapinhos que se têm juntado através do Facebook, e outras tantas ou mais separações pela mesma via. Mas tudo isso é o menos, já que antes do aparecimento desta terrivel arma de arremesso já o mesmo se fazia através do telemóvel, dos e-mails, do telefone e das cartas em papel. Só que agora tudo é mais sofisticado. Se quisermos mandar uma sorrateira e disfarçada bicada a um dito "amigo" que se tem esquecido de colocar "gosto" nas fotos da nossa última ida à praia, a situação é facílima de resolver e aí vai logo rapidinho para a "net" um subreptício "post" a comunicar a toda a gente que no que toca a "amigos é melhor poucos mas bons". É claro que toda a gente já se apercebeu que a maioria do pessoal que anda a pastar de manhã à noite no Face anda é maioritariamente com falta de "colinho", pois se o patrão, a mulher ou a namorada lhes dão para trás ou os tratam abaixo de cão, a tentação imediata é buscar redobrado consolo no Face... e aí daqueles que não colocarem gosto na choradeira ou lamentação.

 

Os "problemas" sérios podem contudo surgir quando as lamúrias dão lugar às ameaças, como naqueles casos em que alguns dos nossos ditos "amigos" nos dão nem mais nem menos que vinte e quatro horas para começarmos a colocar "gosto" nas suas muitas palermices, sob pena de, findo o "prazo", sermos peremptoriamente "expulsos" do seu grupo exclusivo. É claro que na maioria das vezes, por condescendência ou compaixão, lá acabamos por ir na onda e satisfazer o "ego" do laborioso candidato a "figura pública" e lá colocamos um "gosto" na primeira patacoada que nos apareça pela frente, sabendo de antemão que, quanto mais não seja, fazemos uma acção por certo meritória... já que é mais uma pessoa que deixamos extasiada com tão sincera e merecida "felicidade".

 

É que, quando fazemos bem aos outros também nos sentimos felizes... meu adorado Facebook.

 

 

Complexo Barroso

Há fases da vida para tudo e quase que posso garantir que a maioria das pessoas que muito falam nunca pensou da mesma forma nem sempre foi atreita aos mesmos objectivos. Ou não será verdade que alguns de nós já mudaram algumas vezes na vida de igreja, de religião, de clube desportivo, de princípios filosóficos ou até do próprio deus? Porquê então andar para aí o pessoal todo chateado por o nosso querido e imparável Durão Barroso se ter agarrado, como uma lapa, a um inegável "tacho" de primeira linha que só aparece uma vez na vida e a um em cada cem milhões de individuos? Bem sei que nunca lhe irão perdoar o facto de ter tido uma "militância" activa no MRPP e de ter defendido, nos idos de 74, 75 e 76 do século passado, aquela farisaica "ditadura do proletariado" com unhas e dentes. Bem sei que vocês não entendem que o bom filho de qualquer burguês tinha como tarefa prioritária naquela altura confundir a cachóla daqueles milhares de pés-rapados que por essas cidades e campos fóra viam na foice e no martelo a esperança para as suas maleitas e desesperos. Mas olhem que foi precisamente isso que o nosso homem fez, confundir as placas dos que poderiam ser tentados a apoiar aqueles perigosos "revisionistas" do PCP, e tão bem que o fez que acabou por ser cooptado para a direcção do PPD/PSD, esse inveterado defensor dos "explorados e oprimidos".

 

É claro que o ter andado, como primeiro ministro, a brincar às guerras com o Bush filho não ajudou mesmo nada a recompor a lenda, muito menos aquela "fuga" precipitada para responder à vaga de "criado de quarto" da poderosíssima Angela Merkel na Comissão Europeia, o que lhe valeu certamente uma substancial melhoria no seu já extenso "curriculum" e que nenhum de nós, por mais modesto que fosse, ousaria recusar. Porquê então esta ciumeira varrida contra um simples e simpático homem que o único que tem feito, ao contrário de muitos dos seus amigos do partido, é sempre ter aproveitado as inúmeras "novas oportunidades" que lhe surjiram pela frente? Começou como "militante" maoista, é certo, mas depois logo veio o PSD e o cargo de primeiro ministro "foragido" do país para servir como "criado de quarto" dos insabidos Merkel e Schäuble na Comissão Europeia e agora este cargo de prestígio e muito dinheiro na Goldman Sachs, isto é, como disse o nosso presidente Marcelo... "o topo da vida empresarial". Perceberam seus complexados?...

 

 

"Tão simples como as pombas..."...

Não, não me contem mais uma vez a longa história de alguém como se de um super homem ou uma super mulher se tratasse, dêem-me antes um pequeníssimo pormenor da sua vida, uma simples frase, que em si possam resumir uma forma de viver, uma maneira de pensar, um estado de alma. E foi o que assim fez Fernando Santos, treinador da Selecção de futebol de Portugal, na noite do passado domingo, logo após a inesquecível vitória de 1 - 0 contra a  mais que favorita França. Um jornalista brasileiro, que logo começou por qualificar o treinador Fernando Santos como um grande "frasista", terminou perguntando-lhe se poderia resumir a actuação dos jogadores de Portugal no Euro 2016 numa simples frase. Fernando Santos, impávido e sereno, e como que respondento a toda a infindável chusma de críticos que lhe tentaram cerradamente atravancar o caminho da glória dentro e fóra do país, inclusivé jogadores e treinadores de outras selecções, fez-lhe a vontade e logo de seguida disparou certeiro... "tão simples como as pombas, prudentes como as serpentes"!... E foi assim, no entender de Fernando Santos, que chegamos ao cume do futebol Europeu, actuando de forma "simples" e "prudente".

 

Se não deixa de ser para mim uma grande verdade que até hoje não vi ainda reproduzida condignamente, pela majestática imprensa portuguesa, esta aparentemente simplista mas bem profunda "lição" de estratégia digna de um Sun Tzu dos tempos modernos, e que no fundo traduz e explica, sinteticamente, o êxito alcançado pelos nossos valorosos rapazes em França, cabe contudo perguntar: porquê esse azedume contra alguém que, como no caso dos "300 gregos" contra o exército persa na Batalha das Termópilas, teve que se amanhar com aquilo que tinha e não com aquilo que desejava? Porquê persistir no argumento de que o coitado do homem, o "senhor engenheiro", não priveligia o futebol "bonito", quando com o futebol bonito o mais que conseguimos foi chuchar no dedo durante todos estes anos? O futebol que praticamos é "feio"?... talvez... mas foi com ele que atingimos o topo do futebol europeu, de uma forma simples... "tão simples como as pombas..."...

 

 

Muito orgulho!...

É claro que a grande maioria dos portugueses não poderia estar mais orgulhosa da nossa Selecção de Futebol. Ganhamos finalmente o Euro 2016, carago!... São as bandeiras de Portugal nas janelas e nos carros, são as bocas foleiras contra alguns dos "teóricos" franceses que já davam como certa e indiscutível a vitória contra Portugal e o Euro no papo. Enfim, é todo o levantamento de uma nobre nação rejubilando pelo nosso grande feito futebolistíco e desportivo. Toda a gente ficou feliz e cá em casa alguém até me disse que já há muito tempo que não me via tão exaltado e a saltar e a gritar de contente. E foi verdade, só que os meus motivos de grande alegria e forte orgulho talvez não sejam os da maioria dos portugueses, penso eu, mas sobre isso não tenho bem a certeza. O que me fez saltar a tampa e gritar bem alto com a vitória de Portugal foi uma mistura de muita coisa, foi pela espectacular conquista desportiva do nosso país, é certo, mas o forte sentimento que me atirou para as alturas foi muito mas muito bem mais profundo.

 

Com o fusilamento certeiro do Éder eu senti com toda a força a resposta afirmativa de todo um povo às humilhações e afrontas que toda uma nação tem sofrido às mãos dos tirânicos e poderosos manda-chuvas da velha Europa, senti o quanto é mesmo verdade possível construirmos um país diferente e ganhador, despojado dos conhecidos vendilhões e traidores que dentro e fóra manipulam as nossas vidas, a nossa frágil economia, o nosso corrupto sistema financeiro, em seu exclusivo benefício pessoal e em detrimento deste pequeno mas orgulhoso país. Com a vitória de Portugal sobre a França eu senti o extravazar de orgulho dos nossos emigrantes, a sua sede de gritar bem alto: eis aqui, finalmente, o "petit portugais" que vocês por vezes tanto enxovalham e que esta é a sua vez de levar o famoso "caneco" para casa; e vi também o rosto provocador e sorridente do criminoso Blatter a gozar com o nosso Ronaldo, e logo com o seu povo, e de seguida o seu ar de espanto e incredulidade quando o mundialmente famoso capitão de Portugal levantou a Taça do Euro 2016 e a mostrou bem alto a centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. 

 

Sinto muito orgulho de ser português, pelo extraordinário desempenho da nossa Selecção de Futebol, mas também pelas muitas respostas que demos aos que duvidaram, e porventura ainda duvidam, das nossas comprovadas capacidades para contribuir para um mundo mais equilibrado e justo... em que os pequenos também deverão ser tratados como gente!...

 

 

Quanto pior melhor... PORTUGAL!!!...

Lembram-se daquela fábula de Esopo sobre a lebre e a tartaruga? Pois é, a tartaruga não era nada favorita mas no fim foi quem terminou a corrida em primeiríssimo lugar. Devagar, muito devagarinho, aproveitando-se dos erros e facilidades concedidas pela adversária, a tartaruga acabou por levar de vencida a sua, à partida, invencível concorrente. Em suma, e como moral da história... "de vagar se vai ao longe". E assim, no próximo domingo vamos ter na final do Euro 2016 contra a França não uma selecção de Portugal até agora brilhante, espectacular, de encher o olho mas, pelo contrário, uma selecção muitíssimo pragmática, corredora de longo curso, paciente, calculista, oportunista no sentido desportivo do termo. Tem feito jogos bonitos de se ver?... não. Tem feito exebições exuberantes?... também não. Tem marcado golos até dizer basta?... naturalmente que não. Mas, melhor ou pior, tem desbaratado, um a um, os adversários que lhe têm aparecido pela frente, tem evidenciado garra e descernimento colectivo, tem-se mostrado segura e sem qualquer tipo de receio ou mêdo perante equipas que, à partida, estariam melhor predestinadas. E isso não é bom?...

 

Claro que é bom. É mesmo muitíssimo bom!... Em anos anteriores temos tido equipas no Euro e nos Mundiais de futebol com exebições fantásticas, com golos fenomenais, com colectivos e valores individuais de topo em qualquer parte do mundo. Mas, fóra tudo isso, nunca trouxemos para casa o comprovativo do nosso valor, nunca vencemos nada a nível de selecção sénior. Por isso, se é a jogar mal e porcamente que vamos chegar ao "caneco" que os quinze milhões de portugueses tanto suspiram, se é a fazer jogo feio e a rapilhar "cientificamente" a bola dos pés dos adversários e a marcar golos ao calha e quando a Nossa Senhora de Fátima quizer, se assim está predestinado que assim seja, tudo à defesa e entupam a nossa baliza de qualquer maneira e tudo ao ataque e fé em Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Se é desta forma que nos vamos afirmar na Europa como nação orgulhosa e batalhadora... quanto pior melhor PORTUGAL!!!...