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russomanias

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Bailinho da Madeira

O dia de ontem foi de Eleições na Madeira. Sem surpresa, o PSD mais uma vez obteve maioria absoluta e prepara-se para continuar o seu já longo domínio, agora sob a batuta de Miguel Albuquerque. Como é facto já conhecido, o anterior presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, jamais olhou a meios para fazer vingar a sua sempre espampanante e ruinosa política de investimentos, pelo que a mais imediata herança deste agora renovado executivo será uma astronómica dívida pública, uma economia estrangulada por centenas de falências em série e um elevado nível de desemprego. Agora que o fogacho da chocarreira pantomínia presidencial diária, com a saída definitiva de João Jardim, pelos vistos acabou, resta-nos finalmente esperar pela chegada da sempre dura "realidade" que vai representar o chamado "reajustamento", não sendo de duvidar quem no fundo vai ter que pagar mais uma vez as favas do esforço a realizar e ter que se chegar mais uma vez à frente com as "migalhas" surripiadas às suas já de si magras pensões e reformas. Isto para não mencionar as tão faladas "falcatruas" feitas às contas da Região Autónoma e o saber-se qual o papel que terá tido verdadeiramente o Governo de Passos Coelho no escamotear e dissimular do escândalo. Tirando estas "batatas quentes" que estão para vir e ainda irão dar muito que falar, estas eleições para o PSD foram um autêntico e corropiado... Bailinho da Madeira!...

 

E que dizer do apagado e cinzento PS, essa autêntica desilusão à escala da Madeira e de Portugal continental? É mais do que evidente que para o PS nada há a dizer e a acrescentar sobre a calamitosa situação em que nos encontramos, nem sobre os seus principais culpados (onde se inclui o próprio PS), nem tampouco sobre as propostas para fazer avançar os níveis de desenvolvimento do país. É que o PS e os seus dirigentes, pelos vistos, estão mais interessados em discutir e acertar com o PSD os despojos e os "tachos" sobrantes que vão aparecendo. Veja-se os casos da ida de António Vitorino para a EDP e de Teixeira dos Santos (Ministro das Finanças do Governo Sócrates) para o Montepio.

 

Para onde vamos com este PS?... 

 

 

A ditadura dos gravatinhas

Aqui há uns tempos, falando com uma pessoa amiga a quem lhe tinha falecido há dias o marido, a mesma contou-me que pouco depois do funeral recebeu em casa um vale relativo à pensão do mesmo. Achando que não deveria levantar a pensão, embora estivesse a precisar do dinheiro, essa pessoa amiga decidiu entregar o vale ao armador que lhe tratou do funeral, afim de este o devolver à Segurança Social. Perguntei-lhe o porquê de não ter feito ela mesmo pessoalmente essa devolução, ou então porque não pediu a um seu familiar para tratar de um assunto tão sério. Não soube responder, ou melhor, respondeu-me que sabia de uma senhora que precisou de levantar o dinheiro que tinha no Banco mas que o gerente da agência quase que a proibiu de o fazer dizendo que... etc., etc. e tal.

 

É do conhecimento de toda a gente em Portugal que dezenas de pessoas têm sido enganadas por individuos que se apresentam impecavelmente vestidos e em grandes carros, uns dizendo-se funcionários das Finanças, outros da EDP, uns engenheiros, outros doutores e por aí fora. Comum a quase todas essas falcatruas é que as pessoas enganadas não conseguiram resistir à imagem de uma camisa branca bem lavada nem a uma reluzente e acetinada gravatinha, pelo que necessário se torna concluir que o toque de Midas para quem se proponha atingir a confiança e o coração de grande parte dos portugueses passa por ter que investir numa bem assente e electrizante indumentária.

 

Sabendo nós de tudo isto, até que não é assim tão difícil compreender alguns dos fenómenos da sociedade actual, nomeadamente o porquê e o como da facilidade com que algumas mentes atrofiadas e tacanhas atingem o topo da pirâmide governativa. É que, afinal, o investimento requerido não é assim tão complicado: bastam duas de letra bem colocadas, um fatinho aceitável e, claro... uma reluzente e vistosa gravatinha!...

 

 

Comentadores VIP

Sendo eu reconhecidamente um pretensioso comentador tacanho, obtuso e de meia tigela, não perco uma oportunidade de aprender com os mais vivaços do que eu e que têm já nome bem firme e assente na praça. Assim, é certo e sabido que jamais me recuso a ouvir, muito atentamente, os mais traquejados no ofício do que eu. Por isso, na SIC ouço e vejo sagradamente o eloquente Luís Marques Mendes, que no dia em que foi confrontado com a acusação que lhe foi feita de ter participado na "venda ilegal" de acções da Isohidra, rematou logo que efectivamente tinha sido gerente dessa empresa, mas que agora já não era. Acusado igualmente, uns tempos depois, de ter estado ligado à empresa JMF, investigada nos casos dos Vistos Gold, logo se defendeu que nunca exerceu funções de "gerência" na dita empresa, pelo que o caso lhe passava inteiramente ao lado. Assim, Luís Marques Mendes por enquanto tem saltado inteligentemente sobre o "fogo" comprometedor que o tem atingido... contudo não tem deixado de andar bem perto do respectivo "fumo".

 

Outro inteligente e escorregadio comentador, agora da TVI, Marcelo Rebelo de Sousa, sempre tem sabido falar o quanto baste do caso BES, quase parecendo que nada se tem passado e comentando o assunto com meias palavras e meias tintas, melhor ainda... nada dizendo de relevante. Claro que se juntarmos a isto o facto de a sua digníssima esposa ter feito parte da administração do BES e também a inadmissível coscuvilhice de que, todos os anos, eram favas contadas que Marcelo Rebelo de Sousa passava luxuosas férias na idílica mansão de Ricardo Salgado, no Brasil (José Maria Ricciardi), então aqui já começamos a perceber o porquê dos silêncios ou meias palavras do ilustre comentador sobre a telenovela BES.

 

Outro grande "artista" do comentário político que muito admiro, também da SIC, é o prolixo romancista e burilador da palavra Miguel Sousa Tavares, que quanto ao escândalo BES faz questão de nada querer dizer, apesar da relevância do assunto para o país e para o depauperado bolso dos portugueses. Claro que o facto se compreende melhor se tivermos em linha de conta que uma sua filha é casada precisamente com o filho de Ricardo Salgado, o célebre "dono disto tudo". É, pois, caso para dizer... honestidade intelectual a quanto obrigas. É igualmente muito interessante o facto de Miguel de Sousa Tavares ter dito no Jornal da Noite da SIC de segunda feira passada, dia 23, que estava de acordo com a "Lista VIP" instituída pelos manda-chuvas das Finanças, pois que isso do "princípio da igualdade" não significava que somos todos iguais, o que é verdade, e que neste caso quem devia ser protegido eram os "VIP's", pois que as informações fiscais dos pés-rapados a ninguém interessa. Para Miguel de Sousa Tavares, por conseguinte, ninguém tem nada que tentar saber como a "elite" tem amealhado fartamente os seus milhões, colocado grossas fatias do bolo ilegalmente em "offshores" e fugido ao Fisco e à Segurança Social como o diabo foge da cruz... temos é que os "proteger"!...

 

Nunca perco uma, pois, dos nossos escorregadios e desinteressados comentadores VIP... cada sessão das suas é muito melhor que um Mestrado e da mais intrínseca e esclarecedora sapiência que um Doutoramento.

 

 

Era uma vez um país que tinha os "cofres cheios" e que...

Era uma vez um país do sul da Europa que entregou a sua soberania a uns fedelhos apelidados de Troika e que, de um momento para o outro, tratou o seu próprio povo como um rebanho de carneiros ao serviço dos interesses da germânica preponderância. Nesse país viviam perto de dez milhões de pessoas com um nível de vida dos mais baixos do continente mas, mesmo assim, entenderam esses fedelhos, e seus representantes socialistas e sociais democratas no Governo, que a maioria da população vinha vivendo há muito tempo bastante acima das suas possibilidades e, vai daí, trataram logo de apertar o garrote a esses malditos consumidores compulsivos com impostos e mais impostos, impelindo-os à falência, ao desemprego e à emigração, em que só aqui foram mais de 300.000. Por tudo isto, a Ministra da Finanças desse país rejubila agora de contentamento, pois segundo diz está com os "cofres cheios".

 

Era ainda uma vez um pais do sul da Europa que vendeu a sua alma e a sua dignidade a uns bastardos especuladores apelidados de Troika e que, para pagar pontual e impreterivelmente as obrigações irreflectidamente assumidas, fechou Hospitais, Escolas, Centros de Saúde Tribunais, colocando assim em perigo a vida de milhares de pessoas, com doentes dias e dias a fio nos corredores dos Hospitais e a morrerem sem serem previamente assistidos pelos médicos, com milhares de alunos a desistirem de frequentar a Escola e a mais elementar Justiça a ser denegada a quem dela urgentemente carece. Com tanto desvio de recursos de áreas essenciais para o desenvolvimento desse país e para o bem estar da sua população, o nível de vida desse país recuou décadas atrás mas, mesmo assim,  a sua Ministra das Finanças continua na dela de que está confortavelmente com os "cofres cheios".

 

Ora, estando a maioria da população desse país presentemente de "cofres vazios" e mais de dois milhões de pessoas em pobreza extrema, só não dissemos ainda que país é esse. Não querem tentar adivinhar?...

 

 

O meu Pai e eu

Ontem foi o dia festivamente anunciado de se ter de falar do adorado Pai. Como falei com o meu Pai quase sempre todos os dias, não me vi na obrigação de ter de falar dele propositadamente no dia de ontem. Claro que o meu Pai representou muito para mim e talvez não lhe tenha dito em vida tudo o que devia, mas resta-me a consolação de lhe ter feito em vida tudo o que podia para lhe agradecer o quanto foi bom para mim e o quanto me ensinou. Nunca lhe escrevi publicamente uma bonita carta "pos mortem" ou "inter vivos" tecendo loas às suas qualidades morais e éticas, pois enquanto era vivo sempre fiz por lhe dizer, por palavras e actos, o quanto a sua atitude me influenciou e determinou o que sou hoje.

 

Também não costumo ter por hábito na véspera do Dia de Todos os Santos ou dos Fiéis Defuntos, e no próprio dia, ir para a sua última e derradeira morada demonstrar, pública e solenemente, o quanto gostava dele, pois ele e eu sabemos o quanto eu o admirava e o gosto que eu fazia em o ter perto de mim durante todo o tempo do mundo. Bem sei que nem todas as semanas o visito na sua agora eterna morada, mas resta-me a consolação de, enquanto foi vivo, ter conversado e estado com ele sagradamente todas as semanas e, durante muito tempo, até quase todos os dias.

 

Sei também que estas minhas estranhas e arrevezadas manias fazem confusão a muita cabecinha luminosamente pensante, muito mais viradas para o espectáculo da demonstração lancinante e pública de amor eterno pelo adorado Pai. Claro que cada um faz as suas opções de vida conforme lhe dá mais jeito. Eu por mim preferi prescindir da demonstração oficial e pública de um dia de eterno amor pelo Pai, em troca da satisfação de o ter admirado e amado pessoalmente toda uma vida e de ter feito efectivamente por isso enquanto pude... antes de me impedirem de tê-lo derradeiramente perto de mim.

 

 

O meu gato Tonecas adora o FACEBOOK

Não vou mentir, adoro o Facebook.  Mas tenho alguns amigos meus que não gostam tanto, pois é "perigoso", dizem. Claro que lá lhes vou dizendo que quando apareceu o telefone em nossas casas isso também se tornou num perigo, pois passamos a ter facilidade em ligar a quem não deviamos. E o aparecimento do automóvel também foi um facto muito perigoso, pois a partir daí tornou-se muito mais fácil dar umas "curvas" com quem não deviamos. Enfim, vivemos num mundo altamente "perigoso" e todo o cuidado é pouco. Tenho até uma pessoa amiga que tem Facebook mas que "proibiu" o marido de o ter, pois que, segundo ela, as mulheres hoje em dia andam como loucas atrás dos homens de 50 anos. E é por isso que eu adoro tanto o meu gato Tonecas, que sempre que me vê no computador não deixa de me transmitir o seu ar de satisfação, despreocupação e tranquilidade... mas ao mesmo tempo de desconfiança.

 

Por vezes não deixo efectivamente de me rir com algumas tonterias, nada "perigosas", que algumas figuras caricatas plasmam no Facebook, como as daquelas pessoas que volta e meia anunciam que "vão fechar a loja" e desejam tudo de bom aos seus "amigos", para logo passados dois meses voltarem a carregar no botãosinho do pedido de nova "amizade". Também me divertem bastante aqueles "amigos" e "amigas" que anunciam que vão fazer uma "limpeza" na sua lista de amizades, pois segundo eles não merecem ser "amigos" quem nunca diz nada... nem sequer no dia do aniversário. É claro que fico muito preocupado quando vejo tanta gente, como disse um "amigo" meu, a necessitar de "colinho", pois que apesar das centenas largas de amizades que cada um possa ter no Facebook, a verdade é que "amigos" verdadeiros serão sempre somente uma mão cheia deles... e por vezes nem tanto.

 

Por isso percebo a tolerância e adoração do meu gato Tonecas pelo Facebook pois, como em tudo na vida, ele confia sempre... desconfiando.

 

 

Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

SOCIEDADE SEM CLASSES  -  Ainda não vai há muitos anos que andávamos para aqui todos a berrar que a grande aspiração do ser humano era atingir essa sociedade mítica sem classes, onde não mais veriamos a exploração do homem pelo homem. E muitos de nós acreditamos que tal dia chegaria, sim, pois que já havia chegado até a esses países então chamados de socialistas, ditos do leste. Aquilo é que era uma maravilha, pensavamos, em que cada um daria à sociedade o que podia e a sociedade nos daria o que necessitássemos. Mas depois lá abrimos os olhos e começamos a perceber, zum zum atrás de zum zum, que as coisas não eram bem assim e que sempre haverá alguém que se aproveita da sua posição de poder para tirar vantagens para si e para o clã que o suporta e apoia.

 

Claro que durante muito tempo a ideia da sociedade sem classes ganhou milhões de adeptos em muitos países, mas assim que os revolucionários "iluminados" chegaram ao poder e se viram acossados por milhares de "românticos" que acreditaram verdadeiramente na possibilidade de construção de uma sociedade livre, justa e sem classes, a realidade da vida veio ao de cima e os "iluminados", para se manterem no poder e usufruir regaladamente das respectivas vantagens materiais, eliminaram fisicamente os "românticos" e os que sobraram foram enviados para o "GULAG".

 

E assim mais uma vez veio ao de cima aquele célebre chavão de que "o poder corrompe", venha ele de onde vier, esteja ele onde estiver, e tanto mais depressa quanto esse "poder" não for rodeado dos necessários mecanismos de vigilância e escrutínio democrático

 

Alguém viu já por aí uma verdadeira ou pelo menos aproximada que seja... sociedade sem classes?... quando tal acontecer façam-me um grande favor... avisem-me!...

 

 

Os nossos VIP's magníficos

É já um lugar comum da nossa empedernida mania das grandezas ouvirmos dizer que somos aquele  venturoso país que já deu novos mundos ao mundo e que antes de nós, na era de quinhentos, tudo era desconhecido. Claro que já ninguém nos tira aquelas façanhas tremendas da descoberta do caminho marítimo para a India e do Brasil, façanhas pequenas comparadas com o que aí haveria de vir. Sim, que não é só na ciência marítima que a alma portuguesa já deu cartas, pois também no que respeita à ciência social e económica ainda cá haveremos de estar para soltar o nosso grito do Ipiranga. Comparada com a nossa, a filosofia económica e social de influência anglo-saxônica está a milhas de distância, pois dividir a sociedade capitalista em que todos vivemos em classes denominadas de grande-burguesia, média-burguesia, pequena-burguesia, latifundiários, médio-campesinato, proletariado, pequeno-campesinato e lumpem-proletariado é uma verborreia da pior espécie e a que a nova ciência económica e social portuguesas, influenciadas pelo Governo PSD/CDS, quis por fim.

 

Assim, empenhados em simplificar ao máximo a estratigrafia social portuguesa, os teóricos sociais, económicos e fiscais do Governo PSD/CDS resolveram, de uma assentada, dividir a sociedade portuguesa em duas classes principais: 1ª) os Contribuintes VIP e... 2ª) os Contribuintes que sempre pagam. Claro que ficamos já todos a saber que os Contribuintes VIP estão excluídos terminantemente de qualquer escrutínio fiscal sobre os seus rendimentos, proíbida qualquer investigação ao seu cadastro fiscal e às suas dívidas às Finanças e à Segurança Social. Já quanto aos Contribuintes que sempre pagam, esses devem cumprir impreterivelmente com as suas obrigações fiscais até ao ultimo tostão... sob pena de execução fiscal e posterior penhora.

 

E assim o Governo PSD/CDS resolveu dar uma inovadora amplitude e dimensão ao Artigo 55º da Lei Geral Tributária: "Princípios do procedimento tributário - A administração tributária exerce as suas atribuições na prossecução do interesse público, de acordo com os princípios da legalidade, da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da celeridade, no respeito pelas garantias dos contribuintes e demais obrigados tributários".

 

Perante as duas novas classes de cidadãos implementadas pelos teóricos sociais do Governo PSD/CDS... que mais "igualdade" poderemos nós querer?...

 

 

Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

SOCIAL-DEMOCRACIA  -  Nós portugueses somos de todo uns alegres felizardos. Vivemos num país lindo, com muito sol, boa comida, uma pinga de morrer e, mais importante ainda, em social-democracia. Sim, que quanto à social-democracia é de aproveitar agora, que ainda a podemos gozar, já que quanto ao resto felizmente é todo o ano e enquanto cá andarmos. Vivemos momentos históricos e inolvidáveis de felicidade dita nórdica, sim, a mesma felicidade desses indigentes povos ditos do norte da Europa, que trabalham e labutam toda uma vida mas que têm níveis de subsistência invejáveis, com boas casas, bons carros, uma educação primorosa, ordenados mínimos de 2000 €/mês, assistência cuidadosa na velhice e sem filas de espera de seis horas nos corredores dos hospitais.

 

Mas a social-democracia portuguesa, "made in" PSD, tem uma amplitude nunca vista nessas tais maravilhas do norte da Europa, como seja a plena e equitativa distribuição da riqueza pela maioria da população, pequenas e pontuais diferenças entre os mais ricos e os mais pobres, uma Justiça ao serviço de todos, em que o mais pobre dos cidadãos se vê sempre ressarcido e compensado em caso de despedimento ilegal ou extorsão. Também ainda está para nascer um país como Portugal, que coloca na cadeia os Banqueiros causadores de falências fraudulentas nos seus Bancos e, com pena deles e dos seus fracos recursos financeiros, os ajuda com centenas de milhões de euros retirados das reformas dos malandros e opulentos reformados e pensionistas. Claro que já não falamos aqui do nível de exigência que a nossa social-democracia coloca aos seus máximos dirigentes, nomeadamente aos que presidem ao governo ou à presidência da República, pois todos eles se podem gabar de um passado e presente exemplar no que respeita ao cumprimento das suas obrigações como cidadãos, principalmente no que concerne ao atempado pagamento de impostos e à Segurança Social. Não sei se me entendem, claro!...

 

Por último, desculpem-me, já nem sei se estive aqui a falar da social-democracia na Suécia, na Noruega ou... ai a minha cabeça... da social-democracia do PSD, em Portugal.

 

 

Comentadores do terceiro mundo!...

Adoro ver e ouvir semanalmente os nossos queridos comentadores políticos. Não há nada como aguçar os ouvidos e comunicar transcendentalmente e em profundidade com o nossos queridos Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa. Os dois da mesma área política, do PSD, são duas formas de comunicar mas com objectivos idênticos. Porta vozes envergonhados de uma política destruidora e moribunda, por detrás de algumas críticas de circunstância a um ou outro deslize do actual Governo, no fundo estão com ele e dão até conselhos ao Primeiro Ministro e ao Presidente da República sob as formas e truques que deverão adoptar para melhor levarem a água ao seu moínho.

 

Foi por isso muito interessante analizar a forma como os nossos dois queridos comentadores, no fundo, passaram uma leve esponja sobre o comportamento do Primeiro Ministro Passos Coelho relativamente ao seu passado tributário de devedor despreocupado e supostamente desconhecedor das suas obrigações. Perante eles, Passos Coelho cometeu sem dúvida falta grave ao não assumir as suas dívidas à Segurança Social, agora quanto às necessárias ilacções e consequências políticas de tal facto é que nenhum deles quis evidenciar nem sequer sugerir. É que é preciso não esquecer que os portugueses têm estado sujeitos a um autêntico "assalto" fiscal, em que o Estado ataca implacavelmente sempre que sente umas moeditas em movimento nos bolsos do cidadão comum. Só que, como se viu, quem dirige o Governo não cumpre... impostos são para os outros.

 

Enquanto nos Estados Unidos um ministro é mandado para a rua só porque a esposa não pagou a Segurança Social da empregada doméstica, já em Portugal, segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "não é hábito os Ministros demitirem-se por situações destas". Isto é, para os nossos queridos comentadores políticos do PSD... somos um país do terceiro mundo!...

 

Para onde caminha Portugal com semelhantes "educadores"?...

 

 

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