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russomanias

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Europa retrógrada e bafienta

Afinal a Europa não quer a Grécia, odeia os gregos, não tolera a sua presença no seio do conjunto dos povos do velho continente. Mas que Europa é esta que se dizia até aqui mentora de um espaço aberto de fraternidade, solidariedade e de defesa de objectivos comuns? Essa Europa, ao que parece, não existe mais, e não existe porque não possui verdadeiros líderes com espírito europeu, antes está sendo governada por uma verdadeira camarilha de oportunistas, intrínsecamente ligados ao poder económico e financeiro mundial e à poderosa e revanchista Alemanha. Não estamos já perante um conjunto de países democráticos, livres e iguais entre sí, mas entre um conjunto de subservientes economias que têm como objectivo satisfazer os interesses e caprichos do Sr. Schauble, da Sr.ª Merkel e da autoritária e ambiciosa Alemanha, mesmo que às custas e com todo o sofrimento inimaginável dos povos europeus.

 

Ora esta Europa pretendida pela Alemanha, a mesma Alemanha que iniciou a segunda guerra mundial de 1939-1945, basei-se sintomaticamente em princípios muito parecidos com aqueles que a conduziram então à derrota: a pretensa superioridade do povo alemão e a banalização e secundarização dos outros povos, tidos como inferiores, incapazes e perdulários. Estes resquícios e lembranças do passado não trazem nada de bom para a paz entre os povos europeus, já que empurrar a Grécia para fóra da Europa é, quanto mais não seja simbolicamente, rejeitar o berço em que juvenesceu a própria democracia.

 

Líderes europeus com conhecimento de História... PRECISAM-SE!...

 

 

A guerra dos amigos

Vivemos numa sociedade deveras estranha e interesseira. Entra-se em guerra para se ter uma casa melhor que a do vizinho, para se ter um carro mais potente que o do cunhado, passar umas férias no mesmo lugar que o colega do emprego, e assim por diante. É considerado uma ofensa aos outros alguém querer dar por si um passo em frente, querer melhorar um pouco a sua vida ou tentar dar uma educação melhor ou diferente aos filhos. A competição darwinista é desenfreada em todos os aspectos da vida e, se bem que repetidamente negada em resmas de bolorentos calhamaços de sociologia, a selecção natural é mais que evidente em qualquer canto da rua, seja ela em Nova Iorque, Berlim, Londres ou Lisboa... os mais poderosos sentem um enorme prazer em chutar para o canto os que eles apelidam de incapazes.

 

Com as novas e baratas ferramentas disponibilizadas pelas redes sociais essas pequenas e grandes "lutas" pela vida são exponencialmente exacerbadas pelos de baixo, já que os poderosos não se metem nessas manias perigosas de passar cá para fóra as suas quezílias, as suas ambições, os seus desejos, as suas lutas infinitas, os seus secretos e selectivos objectivos. Então, ansioso por divulgação e reconhecimento, cada um dos mediaticamente excluídos trata agora de divulgar a sua casa explêndida, o seu possante e maravilhoso carro último modelo, as suas escaldantes férias, os políticos e endinheirados que pensa que são seus amigos, as supostas figuras públicas com quem tira uma "selfie", a festa exclusiva em que esteve presente, a viagem de avião que teve urgentemente que fazer, a dor de dentes que lhe apareceu de repente, o gatinho da filha que morreu atropelado... e ai de quem não carregar "gosto" na sua página ou se esquecer da data de aniversário do seu sempre vigilante "amigo"!...

 

Nesta guerra de "amigos" poucos se salvam... só vão para o céu os que colocam 10.000 "gosto" num só dia!...

 

 

A Rússia outra vez?...

Quando eu era puto era voz corrente, no Portugal tacanho e embrutecido de então, que Nossa Senhora de Fátima aparecera aos três pastorinhos, entre outras razões, com uma importante missão... rezar pela reconversão da Rússia. Por aqueles tempos eu não estava mesmo nada a ver o que tinha Portugal a ver com a Rússia, já que sabia, porque lia a imprensa censurada de então, que entre os dois países nem sequer relações diplomáticas havia. Mas que o pessoal das batinas pretas e do governo fascista de então não podiam com a Rússia nem pintada, lá isso não. Depois chegou a democracia e, os mesmos e mais alguns que contaram outrora as balelas do recado da Senhora aos pastorinhos, começaram então a propalar que, na Rússia, os comunistas comiam as criancinhas. E não é que até deu na televisão da altura algumas pessoas das aldeias do interior a confirmar que sim, que era verdade todas aquelas maldades na Rússia?

 

Os anos foram passando, e então um dia um presidente americano, aquele das cowboiadas, o Reagan, veio dizer ao mundo que os americanos é que eram os bons e que os maus eram os russos. E a coisa até funcionou bem para os americanos, já que para o lado dos russos tudo começou a tremer e, passados uns tempos, toda a União Soviética, que para os ocidentais era convenientemente confundida com a Rússia, não passava de uma autêntica manta de retalhos que, por fim, se pulverizou em mil pedaços. Pensava eu então que, finalmente, as estórinhas sobre a façanhuda Rússia tinham acabado e que, finalmente, iriamos todos poder fruir descansadamente de um olhar mais objectivo e verdadeiro sobre a pátria de Pushkin, Tolstoi, Gogol, Tchekhov, Dostoievski, nomes supremos da literatura russa e mundial. Eu pensava, mas não foi assim que aconteceu, pois os tais "bons" da fita voltaram de novo à carga e não têm parado de chicotear a Rússia. E tudo porquê?... porque, segundo dizem, a Rússia se atreveu a reaver a Crimeia da Ucrânia, que lhe havia sida dada, em Fevereiro de 1954, pelo então presidente da União Soviética, Krushchev, que era ucraniano. Contudo, a Crimeia sempre fez parte da Rússia, pelo menos desde que esta daí expulsou os exércitos otomanos.

 

Porque razão então os ditos "bons" se preocupam agora de novo com a Rússia? Estendamos um mapa mundi em cima da mesa e olhemos para as dimensões daquele colossal país. Confrontemos agora isso com as suas incomensuráveis riquezas em petróleo, gaz, diamantes, alumínio e outros importantes minerais estratégicos. Hitler, pelos vistos um "bom" extremista e dos duros, em 22 de Junho de 1941 tentou apossar-se de todas essas riquezas pela força e, no final, deu-se muito, mas muito mal. As subtilezas dos "bons" de 2015 são diferentes... mas os objectivos reais são os mesmos!...

 

 

Arroz de pato... com chouriço!...

Não sei se a algum ou alguma de vós já aconteceu, mas a mim já. Como bom apreciador de arroz, doença que herdei de meu falecido pai, que comia com toda a facilidade arroz todos os dias, sem nunca enjoar, um bom prato de arroz de pato é coisa capaz de me obrigar a fazer arriscada inversão de marcha e meter por quelhas e travessas até me alapar à volta de uma mesa para saborear o bicho, bem esfiapado, numa generosa travessa de arroz fofo e alourado. Até aqui tudo nos conformes, mas já não assim tão bem quando nos acomodamos num restaurante com a família para atacar a saborosa ave e, espantados, que nos colocam em cima da mesa?... uma fantasmagórica travessa de arroz dito de pato, encimada com rodelas de chouriço ressequido até dizer basta mas, do tal de pato... nem vê-lo!... isso a mim já me aconteceu, e só tive que colocar o tal restaurante no "index" dos alvos a abater com um alargado bota-abaixo pelos amigos, maldade minha que nem foi sequer necessária já que, passados uns meses, o caprichoso restaurante foi-se abaixo das perninhas e fechou portas.

 

Vem esta picardia do arroz de pato a propósito da última sondagem da Universidade Católica, que dá a coligação PSD/CDS à frente do PS nas intenções de voto para as legislativas, sondagem que para mim vale tanto como um chourico, mas que trás contudo para cima da mesa uma realidade bem conhecida da política portuguesa: é que o PS tem-nos andado a impingir demasiado arroz de pato falsificado, isto é, só com chouriço e, como é de compreender, o pessoal não tem gostado do sucedâneo e propõe-se abandonar a mesa para ir comer a saborosa ave, e o dito arroz, a outras paragens. Mas significará isto que o verdadeiro e saboroso arroz de pato, o tal bem português, estará neste momento a ser servido pela coligação PSD/CDS?... quanto a mim o que o PSD/ CDS têm juntado ao arroz não passa de frango do aviário, que pode ser parecido com pato... mas não é a mesma coisa!...

 

Esperemos, pois, que o Zé Pacóvio, que por vezes se entretem com algumas coisas que lhe impingem, sem interesse, mas contudo nem sempre gosta que o tratem abertamente como burro, dê rapidamente conta da ultrajante e pecaminosa aldrabice e, com toda a determinação e a tempo, exija para o país aquela excelência gastronómica bem portuguesa que é um saboroso e bem apresentado arroz de pato como deve ser, isto é... com pato!...

 

 

Farto da Europa... vale mais ser português!...

Vocês vão já dizer, é certo, que aí vem mais uma de política, pois não há dia da semana em que não assente aqui, bem forte, umas boas pauladas no pessoal que tem estado à frente deste barquito mal tratado e desgovernado. Mas hoje enganaram-se, pois não vos vou falar de política, mas sim de um outro assunto tão ou mais importante e que me tem andado para aqui a moer a cabeça. Trata-se dessa rapaziada apelidada de "nouvelle cuisine" portuguesa, esse pessoal que por aí tem aparecido a espalhar meia dúzia de azeitonas e um quarto de tomate em cima de uma travessa e a dizer que se trata de um prato tipicamente português, só que amanhado para agradar aos turistas que, coitadinhos, não gostam do efeito visual dos pratos tipicamente portugueses, que primam pela fartura. Ora, na minha maneira de ver, esses tais de "nouvelle" o que andam é a denegrir o que é tipicamente português, e não são mais do que agentes disfarçados do Senhor François Hollande e da Senhora Angela Merkel que, como toda a gente sabe, o que querem é matar-nos à fome e ficar com o nosso já muito pouco dinheirinho das reformas, das pensões e dos salários dos nossos reformados e funcionários públicos (bolas!... lá tive que bater outra vês nos desgraçados dos políticos...).

 

Mas que vem a ser isso de "nouvelle cuisine" qual quê?... "ancien cuisine" portuguesa sempre, fome nunca mais!... não me venham cá enfeitar o prato com uma lasquita de bacalhau e dois salpicos de azeite, bacalhau é à posta e a nadar no dito; não me venham enganar com dois feijões e um quinto de rodela de salpicão e dizer que se trata de tripas à moda do Porto, pois tripas à moda do Porto é mesmo com tripas, feijão a sério, salpicão e chouriço; ah... já agora, e porque o S. João está à porta, não se atrevam a colocar-me na mesa uma lasca de lombo de sardinha assada e uma colher de chã de raspa de pimento, pois sardinha assada no S. João para mim nunca são menos de três das grandes, ou quatro se forem médias. Com pimento à descrição, claro... e uma caneca de verde tinto carrascão!...

 

Por aqui se pode ver que nunca trocaria uma ida à Tasca da Badalhoca, na Boavista... por uma degustação "nouvelle" no Sheraton!...

 

 

Crescei aqui e... multiplicai-vos por esse mundo fóra!...

Há dias que vimos ouvindo com toda a pompa e circunstância que isto agora é que vai, isto agora é que está bom, que Portugal está no bom caminho, o emprego está a crescer, a confiança dos investidores está a aumentar, nunca estivemos tão bem, as exportações estão no auge, que o governo salvou Portugal, que a Segurança Social agora é que está a dar dinheirinho, os cofres do Fisco estão a abarrotar, até já estamos a pagar a dívida adiantados, vejam lá!... Para quem não viva em Portugal e dê cá uma saltada este ambiente pode até muito bem inculcar no ouvido dos mais distraídos e incautos que na verdade assim é, principalmente se essa visita se resumir a uma saltadinha às lojas de artigos de luxo da Avenida da Liberdade, em Lisboa, ou então dê de caras com uma das muitas comitivas governamentais que em majestosos, possantes e luxuosos carrões deambulam diariamente pela capital.

 

Mas se assentarmos bem os pés na terra e fizermos duas ou três perguntas a nós mesmos, certamente que o panorama não é assim tão glorioso, como vem pintando o governo e os seus delegados em certos orgãos de comunicação. Assim, por que motivo continuam os portugueses a emigrar em massa para o estrangeiro? Que razões tiveram mais de 200.000 portugueses para abandonar o país no espaço de 5 anos? E como se explica que, só no ano de 2014, mais de 85.000 pessoas tivessem virado as costas ao país que os viu nascer? Se estamos assim tão bem, tão confiantes relativamente ao futuro próximo, com tantos novos empregos, por que razão os portugueses continuam a bater com a porta na cara dos actuais governantes e vão procurar trabalho e melhores condições de vida para outras paragens?

 

Não precisam de responder já. Deitem-se, relaxem e... amanhã terão certamente esquematizada uma boa conclusão!...

 

 

A estranha lição de Direito do Professor Marcelo

Geralmente, para quem estiver atento, aprende-se muito com os pequenos pormenores da vida social e política das chamadas "figuras públicas". Por detrás da auréola dourada de grande sagacidade e dotes premonitórios de quase todas elas, por vezes conseguimos encontrar os traços mais característicos da verdadeira personagem que pretendemos ou temos necessidade de conhecer. E aí sim, na posse do pequeno pormenor, da faceta mais escondida, dos pequenos traços à partida sem relevância, conseguimos aproximar-nos daquilo que será o verdadeiro homem ou mulher que nos têm andado a vender ou a impingir. Vem esta introdução a propósito do descontraído e coloquial comentário de ontem do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, no Jornal das 8 da TVI. A determinada altura disse o Ilustríssimo Professor: "Eu tenho em relação a José Sócrates e à sua relação financeira com Carlos Santos Silva uma posição muito crítica do ponto de vista político e do ponto de vista ético. Para um primeiro ministro, ou ex-primeiro ministro, esse tipo de ligação, por muito amigos que sejam há muito tempo".

 

Vindo aquela afirmação sobre José Sócrates da parte de um Ilustre Professor de Direito conhecido em todo o país, efectuada através de um poderoso orgão de informação, ela só pode ser intrepretada como uma sub-reptícia sentença, uma declarada condenação na praça pública do ex-primeiro ministro socialista. Dito isto, ao Ilustre Professor Marcelo cabe-me colocar duas questões: ) Para o Professor quem tem competência em Portugal para administrar a justiça em nome do povo, os orgãos de informação ou os tribunais? ) O Professor Marcelo já algum dia terá ouvido falar no princípio da presunção de inocência, em que alguém só poderá ser declarado culpado através de sentença do tribunal, transitada em julgado?

 

Bem sei que se algum dia tiver oportunidade de me apanhar à sua frente em algum vetusto Salão Nobre me vai dar um grande chumbo, para eu aprender de vez a não me meter com gente alaranjada "graúda", mas até lá tenho muita pena... deixo-lhe nas mãos aquelas duas!...

 

 

Dissecação de um mentiroso

Todos os que têm uma televisão em casa certamente que o ouviram. Todos os que conseguem falar já o contaram aos seus amigos. Todos os que sabem ler de certeza que já o leram em qualquer jornal... e todos os que não souberam de certeza que já o suspeitaram. Mas de que se trata, afinal? Trata-se da célebre frase do nosso Primeiro Ministro em que sugeria que os portugueses que não conseguissem emprego em Portugal sempre teriam a possibilidade de abandonar o seu país e emigrar. A deixa foi endereçada aos milhares de professores não colocados, mas também aos milhares de jovens desempregados, aos milhares de investigadores e bolseiros corridos das universidades, em suma, a todos os que foram vítimas das incontáveis medidas de austeridade e perderam os seus empregos. Todos os portugueses sabem disso e tem sido tema recorrente nas ruas, transportes, supermercados, cafés.

 

O que se torna estranho é que o nosso Primeiro Ministro venha agora dizer que nunca pediu aos portugueses para emigrarem quando, em 18 de Dezembro de 2012, em entrevista ao Correio da Manhã, à pergunta que lhe foi feita: "Nos professores excedentários, o senhor primeiro-ministro aconselhá-los-ia a abandonar a sua zona de conforto e procurarem emprego noutros sítios?", respondeu: "Angola, mas não só Angola, o Brasil também, tem uma grande necessidade ao nível do ensino básico e do ensino secundário de mão de obra qualificada e de professores. Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm nesta altura ocupação e o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que ou consegue nessa área fazer formação e estar disponível para outras áreas ou querendo-se manter, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa e encontrar aí uma alternativa"

 

Se isto não é incentivar à emigração... então é o quê?...

 

 

Ai Jesus... tanta massa!...

Estas duas últimas semanas o país tem vivido suspenso de outras tantas grandes dúvidas sobre o seu futuro imediato. Terão essas questões a ver com o rumo a tomar pelo país logo após as próximas eleições legislativas, a realizar a seguir ao verão? Ou serão antes assuntos ligados à descoberta de uma nova Lista VIP, desta vez direccionada para empresas "amigas" da ASAE e que não deverão ser importunadas, sob qualquer forma, a fim de que possam prosseguir os seus sagrados objectivos de incrementar a economia e "exportar" a qualquer preço? Ou terá tudo antes a ver com o agora acutilante apelo de Passos Coelho para o regresso ao país dos jovens que em 2012 mandou desbragadamente "emigrar"? Não, parece que não tem nada a ver com isto, parece que se trata antes de duas situações muito mais acutilantes para o país... muito mais determinantes!...

 

De que se trata então? Trata-se dessas duas importantíssimas questões de saber quem vai ser o novo treinador do Benfica, se o Rui Vitória ou o Marco Silva, e daquela outra de se saber se o Jorge Jesus fez bem em sair do Benfica batendo com a porta na cara do Filipe Vieira. Estas duas questões básicas, determinantes e, como se diz agora, estruturantes, do nosso futuro político como país, são de facto o "leitmotiv" que faz hoje mexer e mobilizar o país na senda de novos amanhãs mais prósperos e risonhos, no fundo, são a grande razão de estarmos hoje vivos e em luta acesa pela nossa sobrevivência como nação. Pois se o Jorge Jesus vai para o Sporting ganhar seis milhões por ano, isso só demonstra a confiança que o mercado tem na pujança da nossa presente economia e só o podemos admirar por isso, por ter tido a coragem de trapear a distraída águia e se preparar agora para enloular o há muitos anos esperançoso... leão.

 

Como diria o meu saudoso tio Bonifácio... "ai Jesus... tanta massa"!...

 

 

A arrebatadora felicidade de ser português

Por vezes dou comigo a pensar sobre o que é isso de ser português, isto é, que vantagens temos em viver para aqui neste canto onde tudo se sabe e nada se passa. Claro que as vantagens são muitas, já o foram noutros tempos e também o são agora. Se não, vejamos: imaginemos que o Putin, aquele manda-chuva lá no cú da Europa fria, se lembra de vir por aí abaixo aos tiros de canhão contra a metediça da Senhora Merkel, o paspalhote do François Holande e os seus ibéricos apoiantes. Como estes dois safardólas fazem quase sempre tudo o que mandam os chefões lá dos "States", como aconteceu no caso da Ucrânia, a coisa até que nem é assim tão despicienda de que um dia possa acontecer. Ora, num caso destes, nós portugueses tinhamos mais que tempo de nos pirarmos sossegadamente para o mar na frota mandada preparar preventivamente pelo nosso sempre leal e eloquente marinheiro, desculpem, presidente Cavaco, e os tiros dos tanques russos (olé!...), passavam-nos de certeza, sem perigo algum, bem acima das orelhas, o que é claramente uma vantagem. Vantagem também é sermos, como disse ainda hoje o conhecidíssimo comissionista e feirante, desculpem, vice-primeiro ministro Paulo Portas, um povo calmo e sereno, pois como nos contentamos com um bom Fadinho corrido, uns bons insultos num jogo de Futebol e uma escaldante caminhada a pé a Fátima (FFF), isso é muito bom para acalmar e dar garantias aos "investidores", que podem vir assim cá sacar o deles à vontade que o nosso  tem mais com que se preocupar e nunca vai carpir nem mugir, nem que a vaca tussa, o que é claramente mais uma lusitana... vantagem.

 

Claro que sempre poderemos esgrimir com outras tantas desvantagens, como aquela de o povo português ser um tanto ou quanto "chico-esperto", mas isso nada há a fazer, pois isto está-nos no sangue, nasce connosco, aprendemos com os nossos "líderes", como foram os casos de um nosso primeiro-ministro vir dizer para a TV que se tinha "esquecido" de pagar à Segurança Social, coisa que os dez milhões de portugueses sabem logo mal nascem que é obrigatório. Também temos o caso daquele outro intrépido e exemplar ministro, o dos assuntos parlamentares, que mal pôs os cotos na Universidade mas, a troco certamente de uns bons maços de "papel" timbrado ou então de uns esforçados salamaleques numa daquelas fantasmagóricas sessões para esconjurar os mal cheirosos e inferiores "profanos", lá conseguiu sacar o título e bradar bem alto numa de Dr.

 

Perante estes "prós" e estes "contra", haverá mais vantagens ou desvantagens em ser português? A pergunta é honestíssima, e eu, como sempre, também vou ser honesto com vocês. Só vejo vantagens neste momento em ser português, ainda mais agora que o futuro primeiro ministro de Portugal, António Costa, no seguimento do que já aconteceu com os dois anteriores, Passos Coelho e José Sócrates, nos assegura a todos, de joelhos e a pé juntos, que vai cumprir religiosamente todas as "promessas" eleitorais, nomeadamente que, mal chegue ao poleiro, vai repor todos os "feriados" que o Passos e o Portas abafaram, inesperada e muito proveitosa vantagem que me vai permitir dedicar mais algum tempo a este meu "blog" que tanto vos enfadonha... meus queridos e leais amigos!...

 

 

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