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russomanias

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Guerra dos Tronos

Para quem estiver um pouco atento não passa despercebida a "guerra" profunda e desesperada que se desenrola por estes dias nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, a eleita por milhões de portugueses, e tudo por uma simples razão: goste-se ou não se goste das redes sociais, é aí que se trava uma importante batalha de angariação de votos para as mais diversas forças políticas nas próximas eleições. Há contudo quem possa pensar que não será tanto assim e que serão mais as televisões e as fábricas das ditas "sondagens" a determinar o desenrolar do grande confronto. Poderá ou não ser assim, mas o que é certo é que as redes sociais, nomeadamente o Facebook, estão a ser o veículo por onde flui a mais acesa propaganda contra e a favor dos dois partidos que compõem o governo, e não faltam indícios de que a mando deste labuta um autêntico exército de bem pagos "mercenários", a tudo abalançados para controlar as mentes e a mãosinha que colocará a cruz no boletim de voto do próximo dia 4 de Outubro.

 

Alguns poderão contudo pensar que tudo não passa de suposições e que as redes sociais são uma pequeníssima parcela dos meios hoje em dia disponíveis para fazer passar a mensagen das principais forças políticas. Para os que assim pensam, aconselho a que procurem na Internet a tese de mestrado de Fernando Moreira de Sá intitulada "A Comunicação Política Digital nas Eleições Directas de 2010 no PSD pelo Candidato Pedro Passos Coelho", onde se poderá verificar a amplitude e o alcance dos meios hoje em dia utilizados para manipular a mente e a orientação de voto de militantes de partidos e eleitores. Aí se poderá verificar a importância dos "blogs" na campanha vencedora que levou Passos Coelho ao poder, mas também se anuncia que agora não serão já os "blogs" mas as sim as "redes sociais" que poderão servir de trampolim para os desígnios dos partidos do Governo. E os sinais já por aí andam, nomeadamente no Facebook, onde abundam várias contas com falsos perfis que a todos querem fazer crer que o Governo salvou o país e que só fez maravilhas, enquanto os "outros" só querem ver o país no estado em que está a desgraçada Grécia. Uma dessas contas do Facebook, possívelmente já encerrada depois de descoberta a tramoia, e que aparecia em nome de Laura Campos, era tão "verdadeira" que que se descobriu que utilizava como foto de perfil uma fotografia da actriz porno americana Sasha Grey. Mas foram detectadas outras contas no Facebook, como a que vinha em nome de Cristina Morais, entretanto já encerrada depois de descoberta.

 

A demanda pelo controle das nossas mentes está aí... começou a Guerra dos Tronos!...

 

 

Preparem bem a pachorra!...

Agosto ainda não acabou mas já é possível fazer um balanço e precavermo-nos para o que nos vai acontecer em Setembro, mais propriamente até 4 de Outubro. Neste soalheiro mês que está a terminar o bombardeamento tem sido diário por parte do Governo, mas também têm sido muitas as situações de pequenas mas sujestivas notícias que têm como objectivo fazerem-nos crer a todos que este nosso Portugal é um autêntico "milagre económico" em andamento de cruzeiro e que nada mais podemos esperar, daqui para a frente, que um país próspero e risonho, com o senão de que, para que isso se concretize, é necessário que a política actual continue, isto é, temos que votar em força neste Governo e dar-lhe uma nova maioria. É mais ou menos isto que nos têm dito nestes dias.

 

Para começar são as repetidamente ditas de "sondagens". Quem as fabrica parte do princípio que a maioria dos portugueses são pouco mais que burros e que nada retiveram dos "assaltos" e "espoliações" de que foram vítimas nestes últimos anos. Depois vêm as realizações fantásticas do governo, onde não faltam milhares de "empregos" criados, o fantástico aumento das "exportações", a mais que certa, dizem eles, "devolução" dos milhões da sobretaxa do IRS, as maravilhosas "obras" que, agora sim, se vão fazer nas Escolas, as evidentes "melhorias" que se verificam na economia. Isto é só para já, porque até 4 de Outubro muito mais virá, do bom e do melhor, que nos colocará felizes e alegres para sempre... mas só votando e dando maioria aos que estão agora no Governo.

 

E o que acontecerá se os portugueses, fartos de tantas "ratazanas" e aldrabões transmutados de políticos honestos, optarem por não embarcar na cantiga e começarem a pensar em outras soluções e vias alternativas? Então aí, dizem eles, avisam-nos, os do Governo e os que se acoitam, bem disfarçados, nos jornais e redes sociais, pagos e comandados por ele... "teremos inevitavelmente uma nova Grécia"!... a linha do Governo está traçada, agora é só aguardar até às eleições e esperar pelas novidades dos próximos dias, em que teremos coisas do tipo, ou aproximadas, de que futuro mais garantido do que o nosso só os alemães, de que a seguir à Alemanha vamos ser, com este Governo, a economia mais competitiva da Europa, que a seguir à Alemanha vamos ser o país europeu a criar mais empregos, que povo mais feliz que o português, a continuar este Governo, só mesmo o alemão, e por aí adiante.

 

Por isso, meus queridos amigos, gozem bem o que vos falta de Agosto, porque em Setembro... preparem bem a pachorra!...

 

  

 

Burro velho sabe muitas linguas

Por vezes deparamo-nos na rua com pessoas ainda jovens mas já cansadas da vida. Quem me dera ter vinte anos dizem-nos, para eles já não é o que era dantes, já não sobem as escadas lá de casa carregados com duas sacas como antigamente, como me disseram há dias. E tudo isso é um morticínio, uma desilusão de que não encontram facilmente a cura. É claro que eu, com os meus quinze e dezasseis anos, não tinha problema algum em jogar três desafios de futebol ao sábado de manhã, outros três nesse mesmo dia à tarde e mais outros três no domingo de manhã seguinte, coisa que fiz muitas vezes então mas que já não faço agora, nem pensar, tanto mais que jogava com os sapatos novos que os meus pais, com todo o sacrifício, me compravam. E já não o faço agora porque, primeiro, o burro velho em todos estes anos interiorizou que isso poderá ser perigoso para a saúde, morrer até, e que, segundo, não é nada correcto e justo espatifar sapatos novos em simples jogos de futebol.

 

É claro que quando somos novos gostamos muito de certas cantorias, vamos enrolados em certas cenas que nos contam sobre "novos amanhãs", felicidades futuras, de que agora sim é que vai ser, desta vez é para valer, que o nosso futuro é mais que promissor, que a vida dos nossos filhos está mais que assegurada, e que, tendo em conta as últimas sondagens... a vitória é mais que certa!... mas burro velho também sabe que anda para aí muito lobo vestido de pele de cordeiro, que nada na vida pode ser dado por seguro sem efectivamente o ser, que muito aprendiz de ditador anda sorrateiramente escondido, de revolucionário cravo vermelho ao peito, bem disfarçado de garboso e impoluto democrata, e mais ainda, mas não só, que muitos conhecidos e afamados comentadores políticos cá da praça não passam de simples e reles fareleiros ao serviço das elites reaccionárias, anti-patrióticas e corruptas que desgraçaram este país.

 

É que burro velho, como dizia o meu saudoso avô, pode já não dar coices... mas sabe muitas linguas!...

 

 

Aquelas minhas ricas Férias...

Há para aí muito boa gente que quando começa as férias entra em "stress" e quando as termina cai na fossa. Não sei bem porquê mas nunca encaixei essa de partir a galope no primeiro dia de férias e regressar delas no último. Ir de férias, penso eu, não deverá ser nunca uma obrigação mas sim um deleite, um gozo, um prazer, uma aventura, um divertimento. É claro que, assim como há quem adore passar duas horas numa fila de carros durante um fim de semana, afim de mostrar a toda a gente a última "bomba" que comprou a prestações, também existem certamente aqueles que fazem das férias um momento demonstrativo do seu elevado "status" social, sustentado nem que seja a economizar nas fatias de fiambre e queijo que por vezes se comem lá em casa, que isto de entrar todos os anos ao despique das melhores fotografias de férias no Facebook tem os seus custos e, tendo-se entrado na corrida, é sempre de mau tom sair dela sem uma justificação plausível aos inúmeros "amigos" que tanto trabalho deram coleccionar.

 

É pensando naquelas e em outras situações que por vezes me vem à memória as minhas férias de quando era puto, em que os intervalos entre cada ano escolar eram então de nada mais nada menos que três meses. Aquilo sim, eram férias grandes e espremidas, em que com pouco se fazia muito e cinquenta quilómetros eram mais de trezentos nos dias de hoje. Férias para mim era partir com a minha avó numa camioneta velhinha da Feirense, apanhada na Avenida da República, em frente à Câmara de Gaia, com destino a Cabeçais, Arouca. Aquilo era uma autêntica aventura!... chegar aos Carvalhos era empolgante, com a camioneta a roncar a fundo nas subidas da antiga EN 1. Aí chegados, ainda havia que passar e subir para Grijó e, mais à frente, havia paragem mais que certa na Garagem da Feirense, em Lourosa, para mudar de camioneta. Após grande confusão, no meio de inúmeros passageiros, camionetas, galinhas, pequenos pipos de vinho, embrulhos e açafates, nova corrida até Cabeçais, onde era feita mais uma mudança de camioneta, desta vez para uma ainda mais pequena e mais ronceira, que nos levaria até Belece, uma pequena e bonita aldeia da Freguesia de S. Miguel do Mato, terra de minha mãe. Fazer 40 Kms, de Gaia a Belece, por estradas e estreitas ruas em curvas e contra-curvas até perder de vista, era então uma aventura extraordinária, só ultrapassada pelo que iria acontecer nos seguintes quinze dias de férias, com correrias loucas pelos campos e pinhais da aldeia, acordar com o cheiro da lareira acesa, chafurdar nos regatos e presas de água fresca que corria com fartura, andar de carro de bois com o Zé Pessegueiro (contra a vontade da minha avó), ouvir os inúmeros pássaros, fazer tramelas (espécie de catavento) e ventoinhas com a casca seca dos eucaliptos, apanhar lenha para a minha avó ou ir com ela às Juntas, terra dos meus bisavós, comer broa de milhorojões e carne com batatas assadas.

 

As férias de que mais me lembro eram assim, em miúdo, sem grande "stress", feitas de pequenas aventuras, vividas, longas caminhadas, simples, rodeadas de natureza e vida, de pequenas coisas, pagas na hora, de ir e chegar ao ritmo da camioneta ronceira que nos levava, e que por vezes não nos trazia, pelo que no regresso, de Belece a Cabeçais, vinhamos no táxi do Zeca, extravagância e então luxo que a minha avó tinha que suportar, para não perder a camioneta de ligação que vinha de Arouca para o Porto.

 

Aquelas minhas ricas Férias...

 

 

Portugal empatado

Andamos para aqui nós a tentar tirar uns dias de sossego e descontração antes do massacrante mês de Setembro que vamos ter pela frente, mas esta gente não nos dá descanso e teima em fazer de nós parvos e insanos, porfiando na conversa fiada e na lenga-lenga habitual de que tudo vai ficar como dantes e na trampa deste país não se vai mexer nem uma palha sequer. Sempre que se liga um qualquer canal da TV ou se abre a página de um jornaleco de vão-de-escada a tirada é sempre a mesma e até parece que somos para aqui uns andrajosos jecos, disponíveis para aceitar qualquer lavagem que nos queiram enfiar pela pia abaixo.

 

Quem ouvir o Marcelo ou o Marques Mendes, entre outros figurões do mesmo pasmacento campeonato, fica ciente de que em Portugal o pagode votará sempre, por igual, PSD/CDS ou PS, nem um à frente nem outro atrás, pois a corja que nos tem governado e a que anteriormente nos governou merecem ambas o respeito e o reconhecimento deste povo por vezes ingrato e que nem sempre se revê nas cáfilas de aprendizes de líderes que nos têm atirado para o abismo. E é extraordinário o esforço que aqueles dois vomitadores de convenientes sentenças, arautos ambos da social-democracia de enfarta bancos e da degradação contínua da vida de quem trabalha, no sentido de nos fazer crer a todos que o resultado das próximas eleições será um porreirinho... empate entre o PSD/CDS e o PS. Eles, com as suas fabricadas e milagrosas sondagens, já nos vão dizendo, e voltando a dizer, que o mal cheiroso e pestilento "arco do poder" que tem desgraçado o país é para continuar e não vale a pena pensar que os resultados vão ser diferentes dos anteriores.

 

Estou convencido que o maralhal, com as férias, anda ainda um pouco distraído com as intenções "moralistas" destes finórios sabichões, mas que, quando a poeira finalmente assentar, vai cair em si e vai responder finalmente à altura a esta gente ansiosa e mal intencionada, interesseiros semeadores da política empata-fodas que atirou Portugal para um canto da estrumeira da Europa.

 

 

As minhas férias davam uma anedota

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"Estaline discursa numa assembleia de fábrica:

 

      - O mais precioso bem na União Soviética é a vida humana, diz.

Alguém na assembleia tem um ataque de tosse.

      - Quem está a tossir?... pergunta Estaline.

Silêncio.

      - Muito bem, chamem o NKVD, diz o ditador.

O NKVD, a polícia política de Estaline, irrompe na sala e metralha a assistência. Pouco depois apenas sete operários se mantêm de pé.

Estaline volta a perguntar:

      - Quem tossiu?

Um dos sobreviventes levanta o braço.

      - Está com uma terrível constipação camarada, diz Estaline. Apanhe o meu carro e vá já para o hospital".

 

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Qual é a diferença entre o comunismo e o capitalismo?

 

O capitalismo é a exploração do homem pelo homem... e o comunismo é exactamente o contrário.

 

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O escritor Jorge Luís Borges disse um dia que só se devem ler livros escritos há mais de cem anos. Não chegando a tanto, resolvi nestas férias ler o livro do inglês Ben Lewis A OUTRA HISTÓRIA DO COMUNISMO CONTADA EM ANEDOTAS COMUNISTAS, publicado em 2008 pela Guerra e Paz, Editores SA. Farto e enjoado das anedotas diárias do socialismo e da social-democracia de "rosto humano", resolvi nestas férias recapitular a história de 80 anos de "homem novo", contada em soberbas anedotas por quem realmente a viveu, de que as duas acima descritas são apenas um pequeno mas entusiasmante exemplo.

 

Divirtam-se!... já que eu de certeza me vou divertir, e muito, com a leitura deste prometedor e interessante livro.

 

 

Deixem-me ir de férias, caramba!...

Os novos tratados e os velhinhos não se fartam de lembrar que o homem é um animal essencialmente político. Até pode ser, mas estar sempre a malhar na política também cansa e dá connosco em doidos. De vez em quando também é necessário desligar a ficha e mudar para outros pratos, perdão, para outros temas, tipo saber se o Jorge Jesus vai deixar um amargo na boca do Filipe Vieira, que andou a dar a entender a meio mundo que o homem era vulgar e agora, ora toma lá, aguenta-te com 0-1, e isto é apenas o começo. É claro que o futebol também cansa e não é bem por aqui que muitos de nós arrefecem a placa, restando-nos eventualmente a análise demorada da importantíssima questão de saber se é justo ou não a Cristina Ferreira andar para aí a facturar milhões com uma série infinita de bugigangas de duvidoso valor, caso tão mais premente quando todos sabemos dos milhares de jovens talentosos que se têm posto ao fresco deste país sem que lhe tenham dado a mínima oportunidade.

 

Mas cá para mim já me decidi que o melhor é não entrar nessas ondas depressivas e optar antes pelo respirar fundo junto à frescura do mar e aproveitar bem o excelente verão que estamos a ter pela frente. Ou então, e o caso já está mais que acertado e só falta assentar data, partir para as familiares e míticas terras de Arouca e fazer uma incursão bem pensada e a sério no Passadiço do Paiva e calcorrear aquele verdejante oásis da minha juventude. E não me venham cá com essas cenas de que o PS andou para aí a colar cartazes com as caras de pessoas que não deram autorização para tal, e que uma se queixava no cartaz de estar desempregada, quando afinal foi para o desemprego ainda no tempo do 44, desculpem, do Sócrates. É que, reparem, tudo para mim é nesta altura cagativo. E sabem que mais?

 

Deixem-me ir de férias, caramba!...

 

 

Precisa de EMPREGO?... pergunte-nos como!...

É claro que o mais certo é estarmos todos de férias, ou quase todos. Mas nesta aventura de encontrar um bom emprego não pode haver férias para ninguém, para ninguém mesmo. É que os novos e bons empregos não aparecem todos os dias, mas agora há que os aproveitar bem pois, segundo propagandeou o governo, isto agora é que está a dar, com o desemprego a diminuir espectacularmente a olhos vistos, à razão de 1% ao dia, pelo que lá para 3 de Outubro, véspera das Eleições, o desemprego estabilizará nos fantásticos 0%, coisa nunca outrora vista neste reino de Portugal e dos Algarves, muito menos na sempre gabarola Alemanha da Senhora Merkel. Por isso, nada é demais no sentido de cada um de nós aproveitar a onda e posicionar-mo-nos na disputadíssima "pole position" para um futuro e mais que merecido bom emprego ou, como bem dizem, às centenas, os mais conceituados especialistas em "auto ajuda": não contrarie o actual bom momento, junte-se a ele!... corra no sentido dos almejados empregos!... junte-se à boiada em direcção ao miraculoso "maná"!... vou agora dizer como:

 

Em primeiro lugar, todos lá em casa terão de se inscrever, com urgência, num dos comprovados e raros "oásis" onde, com toda a certeza, não deixarão de correr, nos tempos mais próximos, empregos para todas as idades, áreas e condições que se possam imaginar. E não me venham agora, com esse habitual ar de inocente, dizer que não sabiam que iriamos falar aqui dos nossos mais que conhecidos e honrados PSDPS e CDS-PP, pois é precisamente às sédes deles que se terão obrigatoriamente de dirigir e pedir encarecidamente para serem admitidos na "tribo".

 

Em segundo lugar, e é bom que não se esqueçam, pois sem isso de nada vale o primeiro passo acima explicado, é necessário, mais, é conveniente, que nunca faltem a nenhuma das centenas, se não milhares, de reuniões (secas!...) que vão ter pela frente, nem que tenham que ir para lá tirar umas boas e disfarçadas sonecadas de vez em quando, para aliviar a pressão e escamotear o real motivo. O importante, e aqui é necessário que o retenham, é que batam sempre acaloradamente palmas quando o "boss" ou a ajudante do "manda-chuva" estiverem a falar e, mais importante ainda, não abrandem as palmas quando eles acabarem a prelecção, continuem batendo forte e feio, pois, e isto é uma importante informação que muitos frequentemente esquecem, os que batem poucas ou nenhumas palmas não têm qualquer hipótese de vir a atingir o almejado prémio.

 

Em terceiro e último lugar, não desistam nunca, digam sempre que sim ao que o assumido "chefão" ou a sua secretária disserem ou mandarem, não os contrariem (muito importante!...), levem-lhes um cafézinho de vez em quando, mandem a vossa filha ou filho betinhos darem-lhes um beijinho na face de tempos a tempos, para os animarem e motivarem, elogiem-nos, digam-lhes que são os melhores, os mais capazes, os mais inteligentes (mesmo que o não sejam!...), os mais honestos (se têm mesmo que engolir o sapo, quanto mais rápido melhor!...), os mais jeitosos e elegantes para o importante cargo que ocupam, bajulem-nos, bajular muito e sempre, eis o mais bem guardado segredo para arranjar bem depressinha o seu novo e tão ansiado emprego com que lhe acena este e possivelmente... o futuro governo!...

 

Tirem bom proveito!... não me devem nada por mais esta desinteressada dica!...

 

 

Velhas Oportunidades

Como bom português sinto-me muito feliz e muito satisfeito com o autêntico mar de maravilhas com que o nosso pequeno mas extraordinário país tem sido bafejado. Não é só já bem o caso daqueles nossos benfeitores que estão lá bem instalados no governo prometerem que vamos entrar na lista dos dez países mais competitivos do mundo, caso que certamente conseguiremos com o acerto  (para baixo...) do nosso ordenado mínimo para os níveis aí do Bangladesh ou do Suriname, mas também pelo facto de, segundo eles, o nosso futuro ser dos mais risonhos que se possa imaginar, tanto para novos, velhos como os de meia idade. É que, e é bom que se diga, nada mais foi como dantes a partir da altura em que os nossos doutos governantes decidiram acabar com aquela despassarada maluqueira das Novas Oportunidades, esse, para eles, estúpido programa que tinha como objectivo, vejam lá, chamar de novo à escrita, à leitura, aos computadores e aos números aquelas carradas de pessoas que tinham acabado os estudos numa altura em que precisaram de ir trabalhar para sustentar a casa e a família.

 

Acabadas que foram as Novas Oportunidades, voltou-se então à conhecida e sábia fórmula das Velhas Oportunidades, isto é, de subir na vida a todo o custo e a qualquer preço não já através de um certificado ou diploma, mas sim através de uma conveniente e oportuna inscrição num dos três partidos do "arco do poder", uma boa "cunha" partidária num dos muitos Ministérios e Secretarias de Estado ou então no presidente da Câmara ou da Junta lá da terrinha. Mas reparem, pelos vistos tudo funcionou como o previsto pelo governo e os velhos "empregos" dispararam a crescer por tudo quanto é lado, tendo o próprio INE sido obrigado a rectificar, para baixo, os níveis de "desemprego" inicialmente contabilizados. Mas que maravilha, só podemos todos concluir, agora sim, vale a pena viver em Portugal!... e quanto aos 400.000 portugueses que emigraram a partir de 2011 só podemos concluir que o fizeram porque não se deram ao trabalho de enviar o "curriculum" a quem de direito lá no partido ou então não se quizeram sujeitar às demais imposições das bem portuguesas... Velhas Oportunidades!...