1.º de Maio
Se o 25 de Abril é o dia comemorativo da Revolução em Portugal, o 1.º de Maio foi e continua a ser um dia de luta dos trabalhadores em todo o mundo. É claro que no 1.º de Maio já não se sente tanto aquele ambiente festivaleiro do "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!" ou o para sempre "Viva a Liberdade!", mas antes o bem mais incisivo e durão "A luta continua, o Passos para a rua!" ou então o "Portas escuta, o povo está em luta!" Como o Passos e o Portas, coitados, já deram à sola faz tempos, não estou a ver os manda-chuvas da Intersindical, e muito menos da UGT, a esticarem a corda em relação ao nosso primeiro António Costa e a mandarem umas bocas foleiras ao simpático homem assim sem mais nem para quê. É que, como dizem os calhamaços, a revolução só se faz quando "os de baixo já não querem e os de cima já não podem", não adiantando mesmo de nada, por conseguinte, andar para aí a chatear o homem com extremismos quando toda a gente sabe que "os de baixo" ainda querem continuar a acreditar no lamaçal e "os de cima" aparentemente se encontram bem de saúde e ainda muito mas muito motivados para mais uns bons pares de anos a enloular e a embrulhar o Zé pacóvio.
É claro que, à falta de reais motivos para "estrategicamente" chingar no Governo e à perca de tempo que representará, pelo menos para já, tentar abanar convincentemente "os de cima", sempre restará à grande maioria do pessoal aproveitar a ocasião para fazer o verdadeiro "ponto da situação", rever os velhos "camaradas" das horas de luta, verificar se o presidente do Sindicato e a sua mulher, após tantos anos de dedicação verdadeiramente desinteressada, já têm, como alguns dizem, cabelos brancos, verificar se os malvados "esquerdistas" e os sempre certinhos e sisudos "revisionistas" ainda se mantêm por conveniência à distância mas dialecticamente unidos, enfim, sempre se aproveitará para deitar abaixo duas ou três belas "surbias" acompanhadas de meia dúzia de farturas quentinhas e, como sempre, à despedida... "Unidos Venceremos!"