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russomanias

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Cozinhado à portuguesa

Esta semana que agora termina foi palco de um acontecimento interessantíssimo do ponto de vista daqueles que não baixam os braços perante a necessidade de colocar a nú o indecoroso lodaçal em que tem vivido a classe política portuguesa, nomeadamente aquela que tem tido constantes e alternadas responsabilidades na governação do país. Estamos a referir-nos, pois concerteza, aos dirigentes do PSD, do CDS e do PS. Já todos nos apercebemos da gigantesca campanha veiculada pelo PSD e pelo CDS no sentido de vender ao país a ideia de que Portugal agora está melhor. Até o Ministro da Educação Nuno Crato, vejam lá, veio agora dizer que as Escolas e o sistema de Saúde estão uma maravilha, como se os portugueses não se recordassem já daquelas semanas a fio das Escolas sem professores e do número incontável de doentes que passam horas a fio nas urgências dos Hospitais e com um número impressionante de pessoas idosas a falecer devido a gripes e ao frio. E que o desemprego está a descer, como disse o Ministro da Solidariedade e Segurança Social Pedro Mota Soares, como se os portugueses fossem todos canhenhos e não soubessem perfeitamente das centenas de milhares de pessoas que fugiram, desculpem, emigraram para fóra do país e outros tantos milhares que se encontram desempregados e sem qualquer tipo de apoio, pelo que não constam sequer das estatísticas do INE. PSD e CDS também no que toca à propaganda se têm socorrido da imperial criatividade alemã... "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade" (Joseph Goebbls).

 

Qualquer português mediano sabe e apercebe-se na perfeição da discrepância que existe entre o verdadeiro estado do país e o que dele pintam a toda a hora o PSD e o CDS. Por isso, foi com uma surpreendente estupefacção que assistimos àquilo que o actual líder do PS, António Costa, veio esta semana dizer num encontro com os "camaradas" chineses, deixando bem claro que o país está agora melhor que em 2011. Como interpretar esta afirmação de António Costa? Será para si, António Costa, este o verdadeiro estado do país, fugindo-lhe a palavra para o que considera ser a realidade? Pura ingenuidade? Ou então caiu também, como alguns outros, na esparrela da "mentira repetida mil vezes"?

 

Não nos iludamos, PSD, CDS e PS fazem há muito tempo parte de um concertado "cozinhado" na política portuguesa. Quando uns estão no poder os outros estão nos Bancos e nas Empresas "amigas" e andam no sobe e desce em sintonia alternada. Por isso, António Costa não teve nenhum deslize quando disse que o país, com o PSD e o CDS está melhor que em 2011. Ele disse o que pensa... no fundo ele é um deles!...

Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

REPÚBLICA  -  Vivemos numa República desde 5 de Outubro de 1910, e daí? E daí?... ora e daí... viver numa República é outra coisa, dirão vocês, deixamos de viver desde essa altura debaixo dos ditames da bolorenta Monarquia, essa detestável forma de governo autocrática, ultra-conservadora e aristocrática, opressora dos direitos expansionistas da burguesia, desculpem, do povo simples, atentatória dos mais elementares interesses nacionais e subjugada pela ganância das grandes potências. Para que precisamos nós de um Rei se podemos ser nós próprios senhores do nosso destino? Para melhor nos oprimir?... para nos manter miseravelmente na cauda da Europa?... para nos envergonhar com um atentatório "ultimatum" de um "camone"  ou de um "beef" de uma grande ilha qualquer? Ora ora, o tempo da Monarquia acabou... passemos à República!...

 

Agora, que vivemos na nossa querida e gloriosa República e o famigerado Rei D. Manuel II se foi para sempre, um rei só efectivamente já não temos... mas temos agora outros vários Reisinhos, que se comprazem e deliciam em nos governar a todos com a rédea bem curta! Temos ou não temos nos dias que correm a altíssima protecção de Suas Altezas D. Amorim, D. Belmiro, D. Soares dos Santos, D. Espírito Santo (que embora apeado do poder por um sub-reptício golpe palaciano, continua a influenciar a excelsa e poderosa corte através de uma infindável quantidade de sempre fieis "cavaleiros", outrora seus indeléveis e submissos vassalos) e vários outros ainda de inferior linhagem. E, já agora, com vários Reis em vez de um só, será que neste republicano Reino de Portugal e dos Algarves as amarras da outrora opressão se soltaram de vez? E será que saimos finalmente da cauda da velha Europa ou continuamos lá bem no fundo, juntamente com a desditada Grécia? Ficamos com estas dúvidas ou elas não são mais que rematadas certezas? Bem, pelo menos, dirão vocês, nesta nossa bela e valorosa República somos finalmente verdadeiros senhores do nosso destino e não toleramos mais "ultimatum" ou regabofe de nenhuma estranja Senhoria. Ahhhh... por falar nisso... que me dizem, já agora, das inolvidáveis "ordens" e "imposições" expressas dadas a Portugal por Sua Alteza Real a Excelentíssima Senhora D. Angela Merkel, Chanceler da Alemanha, e pelo seu sempre Leal Escudeiro D. Wolfgang Schäuble, Ministro das Finanças da dita cuja, relativamente ao número de vezes que a nós, Portugueses, nos é permitido ir ao pote e dispor a nosso bel prazer daquilo com que no verão se compram os melões, como é de justiça e direito numa verdadeira e constitucionalmente sã República?... Mas que rica República esta que nos arranjaram, hein?!...

 

                                                                                Viva a República!...

 

 

Mas que grande caldeirada!...

Nada como uma boa caldeirada para animar o estomago e o espírito e nos trazer à lembrança aqueles pratos divinais feitos pelas nossas mães e avós. Claro que não me refiro aqui àquelas caldeiradas que por vezes presenciamos nos telejornais, em que todos vemos que são mais aqueles que metem os pés pelas mãos que os que falam com algum acerto, como foi o caso daquela intervenção do nosso Primeiro Ministro Passos Coelho, na Assembleia da República, tentando demonstrar que Portugal não se vergou à Alemanha no caso do diferendo da União Europeia com a Grécia. Não, do que aqui vos falo é das caldeiradas mesmo a sério, daquelas feitas para nos darem prazer à mesa e nos fazerem relembrar as coisas boas e naturais que temos em tão grandes quantidades no nosso aprazível e solarengo país.

 

Para se ter uma boa caldeirada teremos que cortar uma boa quantidade de rodelas de cebola e colocá-las bem no fundo do tacho, em toda a sua base. De seguida cortam-se batatas também às rodelas e espalham-se por cima da cebola, seguindo-se logo uma camada de peixe variado e outra de tomate e pimento ao natural, cortados aos pedaços, e assim sucessivamente, tendo em conta a quantidade pretendida. Para quem gostar, deve-se juntar em cada camada umas folhinhas de loureiro e, no final, temperar com azeite, vinho branco, um pouco de água, pimenta e sal. Claro que não convém nada fazer aqui como fez o nosso Primeiro Ministro, tentando aldrabar o cozinhado e subtrair elementos essenciais ao mesmo, pois caldeirada sem peixe variado não é caldeirada, caldeirada sem tomate com fartura nem pensar, sem pimento é um autêntico crime, e sem vinho branco, pimenta e sal é uma autêntica e monocórdica encavacada pasmaceira.

 

Ontem cá em casa foi dia do saboroso e sempre desejado pitéu, e só vos digo uma coisa... mas que grande caldeirada!...

 

 

Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

POLÍTICA  -  É verdade que tu e eu já ouvimos algumas vozes agoirentas dizer para nos deixarmos disso de política, que a política não nos leva a lado algum e que, pelo contrário, só nos poderá trazer problemas. Claro que o pessoal que tiver já uns anitos de tropa, como é o meu caso, não deixará de dar a essas vozes do passado alguma razão, só alguma, pois não vai ainda há muitos anos que falar contra o Governo ou mandar uma bocas foleiras contra a guerra colonial dava choça pela certa. Mas agora não, tudo isso mudou. Hoje em dia não se encontra futuro mais garantido que entrar a fundo na política, mas tudo deve acontecer desde muito novinho, pois que entrar já meio carcaçola na política não dá, a memória e o jeito para apanhar todos aqueles truques já não funcionam. Claro que não falamos aqui daquela política que se aprende nas Universidades, a chamada Ciência Politica, que essa não vem aqui para o caso e não levará os nossos ávidos pequenos a lado algum, a não ser talvez, e com algum empurrãozinho de sorte, a um mais que duvidoso papel de comentador ou escrevinhador, a um outsider da política, nunca a um aproveitador da política, no sentido estrito da palavra. Não, do que nós aqui falamos é de exercício da política no sentido partidário do termo, mas cuidado, não num partido qualquer, terá de ser da área do chamado "arco do poder", daqueles que volta e meia chegam ao "poleiro", abusam dele e caem, mas passados quatro anos e umas quantas "estórias" atamancadamente contadas, lá voltam eles de novo ao apetitoso "bem bom"!...

 

Não nos venham agora cá dizer que existe melhor profissão no mundo que ser político, pois sendo certo que os vencimentos de um Presidente, de um Ministro, de um Deputado ou de um Autarca não são nada do outro mundo, não nos devemos esquecer do que vem depois de deixarem a política, aqueles ordenadões de 40.000 €/mês na EDP, aqueles "empréstimos" esquecidos no BPN, aqueles empreendimentos turísticos em Cabo Verde, aquelas "comissões" pela venda dos submarinos alemães, aqueles milhões de euros depositados na Suiça e sem declarar ao Fisco, aquelas belas e frondosas "quintas" no vale do Douro, aqueles gabinetes, altas e elegantes secretárias, grandes carrões e respectivos motoristas, eficiente polícia à porta de casa 24 horas por dia, tudo pago pelos cofres do Estado. Meus Senhores, haverá mais bela, aprazível e rentável profissão que a de um político?

 

Contudo, dir-me-ão vocês: e se em vez de um final feliz tudo descambar num vergonhoso "estágio" forçado num qualquer Estabelecimento Prisional de Évora?... jamais haverá "investimento" sem risco, não é o que dizem os avisados compêndios de Económica Política!?... ora essa!... queriam tudo de borla, não?... arre, que o que é de mais é moléstia!...

 

 

De caniche da Alemanha a pião das nicas da Europa

Nem precisam de me dizer que as minhas opiniões seriam muito mais interessantes e prazenteiras se me dedicasse a escrever sobre as lusas protuberâncias da nossa Rita Pereira ou sobre as suaves saliências da eslava Irina Shayk. Sabendo de antemão que assuntos demasiado sérios não enchem os nossos espíritos com a usualmente chamada "energia positiva" que tanta falta faz nos dias cinzentos que correm, decidi-me hoje a garatujar sobre o "caniche", aquele cãozinho tão giro, de pelo encaracolado e barulhento, que faz sempre as alegrias e as vontades das madames que circulam nos mais afamados "Hollywood City's" deste cosmopolita país. Ora digam-me lá se a postura e as atitudes do Governo de Portugal em relação à poderosa e gorda Alemanha não vos faz lembrar aquele giro cãozinho de que acima vos falo? A Senhora Merkel diz que a Grécia deve ser fortemente entalada e logo o Governo de Portugal sai a correr por detrás dela a pular e a latir que a Grécia deve ser garroteada; o Senhor Schäuble, Ministro das Finanças da Alemanha, diz que a Grécia deve fazer como os outros países e continuar com a desastrosa austeridade, e logo vai a nossa Ministra das Finanças, Maria Luis Albuquerque, sentar-se ao lado do homenzinho, muito sorridente e aos saltinhos, dizendo que nós é que latimos bem, desculpem, que nós é que cumprimos como deve ser e até já pedimos "autorização" à Europa para pagar adiantado. Ora digam-me lá se isto não é uma clara postura do queridinho "caniche"!?...

 

Agora que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, veio dizer à boca cheia que a Grécia, Portugal e a Irlanda foram tratados indignamente pelos burocratas da Toika, o Governo de Portugal, pela voz do Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, veio dizer que "nunca a dignidade dos portugueses foi beliscada". Claro que não foi a vossa "dignidade" que foi posta em causa, meus Senhores!... vocês têm andado todos numa boa de mãos dada com a Troika... a grande maioria dos portugueses é que foi tratada pela Troika com uma aviltante "indignidade", com a vossa subserviente conivência!

 

Com as declarações de Jean-Claude Junker, o Governo de Portugal é não só o "caniche" da Alemanha, mas também, e a partir de agora... o pião das nicas da Europa!...

 

 

Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

PARTIDO SOCIALISTA  -  PS  -  Nada mais normal que todos nós perguntarmos que tipo de socialismo tem sido este que nos tem vendido o PS, nomeadamente que diferença tem feito para o comum dos portugueses ter à frente do Governo o PS ou o PSD. Sim, que isto de comermos carne ou peixe ainda vai que não vai, agora venderem-nos gato por lebre é que já é bem diferente. É que, após dezenas de anos de "take away" socialista e social-democrata, o pessoal já vai estando farto de tanto vira o disco e toca o mesmo, os personagens são todos muito parecidos, chafurdam todos pelos vistos na mesma gamela, prometem antes das eleições que não aumentam impostos e mal chegam ao poder toca de afundar o no maior dos garrotes fiscais. Veja-se o caso de José Sócrates, que antes de subir ao poleiro garantiu à boca cheia que não iria subir a carga fiscal. Chegado ao "trono", coitado, lá veio dizer-nos que "não sabia" como estava o país e que lá teriamos que levar mais uma vez a cartuchada. Não sabia, o pequerrucho, mas pelos vistos soube fazer outras coisas muito mais interessantes e que o conduziram ao "estágio" de Évora.

 

Claro que o pagode "xuxialista",  de concertina e garrafão de tinto a tiracolo, já salta, pula e ri, embora comedidamente, com o novo "Messias" chamado António Costa, mas o português prevenido lembra-se muito bem das barracadas anteriores que nos enfiaram e parece não estar a acreditar muito no novo "milagre" que nos querem vender, pois já nos basta o "milagre" do Passos Coelho, que antes de chegar à linda "cadeirinha" também nunca iria apertar os reformados, mas mal se sentou nela tratou logo de os espremer até ao tutano, matando uns à fome e outros nos corredores das urgências dos Hospitais, como todos os dias vemos na TV. Claro que alguns dirão que estou a ser demasiado "injusto" para com o PS, partido de esquerda e das pessoas mais desfavorecidas. Queriaaas!... Quanto a isso direi eu que a "injustiça" e a "pouca vergonha" estão no facto de os portugueses elegerem deputados e governos "socialistas" para os defenderem mas que estes, após serem eleitos, se comportam como vulgares mariolas eleitos pelo PSD e pelo CDS e somente olham para a sua barriguinha e para a dos "boys" que os ajudaram a subir a escada do apetecido e meloso poder.

 

"Socialismo na gaveta" e a fazer de conta já nos chegam... o Zé Pagode já não vai mais na conversa!...

 

 

O cavalo da Europa

Certamente que a maioria de nós se lembrará de ter lido ou visto filme sobre aquele famoso mito grego do "Cavalo de Troia", que mais não era que um gigantesco cavalo de madeira que os gregos deixaram às portas da cidade de Troia, dando a entender que se iam embora de vez após terem tentado, sem êxito, tomar a cidade de assalto, mas que deixavam, contudo, uma lembrança ou presente para os habitantes da cidade sitiada. Recolhido o estranho achado para o interior da cidade, alguns guerreiros gregos, bem escondidos entretanto no seu interior, no decorrer da noite escancararam os portões da cidade adormecida e os exércitos gregos tomaram-na completa e impiedosamente de assalto. Mitologia ou não, a verdade é que os antigos gregos foram o berço cultural e ideológico da Europa moderna e da civilização ocidental e deram já inúmeras provas, no decorrer da história, de que não brincam em serviço no que respeita a defender o seu espaço e as suas posições.

 

Ora a Europa dos dias de hoje, pelas mãos interesseiras e gananciosas da conservadora Alemanha, persiste na senda de encostar a Grécia às cordas da monstruosa austeridade que friamente lhe impôs, qual filho que tenta esganar e matar pela força a sua própria mãe. Mas os gregos disseram hoje mais uma vez à Europa que não vão aceitar as mesmas imposições outrora aceites pelos anteriores vacilantes e coniventes comandantes do seu exército, por se tratar de uma posição "absurda e inaceitável". A Europa interesseira, insensata e cínica chutou de novo a bola para o lado dos irrequietos helénicos, na esperança que estes abandonem de vez o campo de batalha e se submetam às suas draconianas e imperiais imposições. A história dá-nos contudo outras grandes lições. Os gregos vão certamente socorrer-se da sua grande experiência no campo de batalha, vão previsivelmente convocar de novo os seus destemidos "300 espartanos" da estarrecedora Batalha das Termópilas e responder à altura a esta nova crise... defendendo a estratégica passagem até ao fim!...

 

Resistirá a Europa, como a conhecemos, a este novo "Cavalo de Troia" que os gregos se preparam para deixar às suas portas... enquanto fingem e controlam a retirada?...

 

 

Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA  -  PSD  -  Para quem tenha algum interesse por este extraordinario país, é de toda a conveniência saber a quantas andamos e ter bem em conta o que cada um dos partidos que por aqui reinam pensam e cozinham para cada um de nós, portugueses. Ora o PSD, desde os primórdios da sua fundação, nomeadamente pela boca do seu então presidente e ilustre advogado portuense Sá Carneiro, alto e a bom som propalou aos quatro ventos que desejava e se iria empenhar para que Portugal caminhasse para uma sociedade semelhante à dos países nórdicos, onde imperasse a democracia, a liberdade, o desenvolvimento económico e a saúde e o bem estar para toda a população. Claro que toda a gente em Portugal se apercebeu do que isso significava para o atrasado país em que viviamos, tanto mais que 40 anos de ditadura reaccionária haviam deixado o país num atraso clamoroso relativamente aos restantes países da Europa. Passados todos estes anos após aquela auspiciosa promessa, que nos deixaram os actuais herdeiros do famoso portuense?

 

Antes de mais, os continuadores de Sá Carneiro deixaram-nos um país amordaçado e asfixiado pelas imposições da conservadora Alemanha da Senhora Merkel, um país em que os idosos morrem todos os dias abandonados nos corredores das urgências dos Hospitais, em que os pensionistas e reformados foram e continuam a ser espoliados para o Governo "social democrata" salvar os Bancos propriedade de administradores corruptos, em que milhares de crianças vão com fome para as escolas, um país em que centenas de milhares de pessoas não têm trabalho, em que milhares de desempregados não recebem qualquer tipo de ajuda e em que milhares ficam sem casa porque não têm como pagar. 

 

Chegados a esta bela paisagem, é de todo conveniente perguntar... alguém viu por aí a radiosa e promissora "social democracia" de que falava Sá Carneiro?...

 

 

O nosso melhor do mundo

Quem me conhece sabe perfeitamente que não perco uma oportunidade de dar, sempre que me parecem justas, umas boas bicadas no nosso Cristiano Ronaldo. É que custa-me a sair da cabeça que o rapaz tem dois pesos e duas medidas sempre que joga futebol. E a culpa não é só dele, nem principalmente dele, mas igualmente dos seus treinadores e dirigentes dos clubes em que joga. E essa minha suspeita advem-me do facto de me parecer evidente que o nosso craque se esfalfa até cair para o lado sempre que joga pelo Real Madrid, mas já quando joga pela nossa Selecção a minha opinião é que andará sempre atrás dele uma vózinha que lhe sussurra continuamente ao ouvido: "cuidado!... não corras demais, tenta evitar os lances mais duros para não te magoares, olha que o dinheirinho grosso que ganhas somos nós, clubes, que to pagamos, pois quanto à Selecção de Portugal aquilo não te leva a lado algum". Claro que todas estas minhas suspeitas são resultado da minha intuição e do que vejo, dos jogos espectaculares que o nosso rapazote fez no passado no Manchester United e tem feito no Real Madrid. Mas, dirão vocês, ingrato, e o jogo contra a selecção da Suécia em que o rapaz marcou três de uma assentada, e que golos meu Deus? E em muitos outros jogos mais na Selecção, em que o nosso rapaz também brilhou? É verdade, admito, aqueles três golos contra a Suécia foram de mais e o Ronaldo efectivamente mostrou aí que a nossa Selecção ainda lhe diz alguma coisa... nem que seja só um pouquinho.

 

Vem isto a propósito desta história pacóvia de saber se o nosso Cristiano tinha o direito ou não de realizar a sua festa de aniversário logo após o Real Madrid ter sido bafejado com quatro "sêcos" pelo Atlético no último fim de semana. Quanto ao facto de o Real ter levado com quatro e o nosso Ronaldo nem um golito sequer ter enfiado na baliza do adversário, tenho que reconhecer que o facto deitou um pouco por terra a minha teoria e as minhas suspeitas, pelo que do facto aqui faço o meu acto de contricção e peço desculpas ao rapaz. Já quanto ao andarem para aí a dizer que o "miúdo", ao levar a sua festa de aniversário avante, não respeitou o Real nem os adeptos e os colegas naquelas horas logo a seguir a tanta aflição e que mais valia ter adiado a comemoração, só me resta concluir que o nosso rapazote fez muito bem em passar por cima daqueles momentos de tristeza e alinhar na borga e cantoria, pois que "tristezas não pagam dívidas" e trinta anos só se fazem uma vez na vida. Bora lá Ronaldo a comemorar em grande!... esses gajos não podem contigo porque têm é inveja de nunca se terem deitado a sério com a bela eslava Irina!...

 

 

Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS - PCP - Não deixa de ser estranho e admirável que em quase todos os países da velha Europa os partidos comunistas aí existentes tenham desaparecido completamente de cena e no entanto, em Portugal, ele ainda resista e vá dando de vez em quando umas certas bicadas. Claro que todos nós sabemos que o PCP é muito mais que um partido político e os seus braços se estendem por tudo quanto mexe e brilha, desde os sindicatos, associações, escolas, empresas e todo o organismo social que se preze. Claro também que o PCP já não é o que era antes da URSS dar o trambolhão, pois até lá o "comunismo" era o "amanhã" que brilhava no horizonte e sempre era possível arranjar uns quantos "combatentes" de tempos a tempos para a grande viagem social, então de sucesso mais que garantido. Mas, e agora, agora que o "futuro radioso" está mais distante, planetariamente distante, e não é já possível apontar mais o "grande exemplo" de construção da "sociedade sem classes" da URSS?...

 

Com Marx desapiedadamente arredado dos catecismos universitários, Lenine maltratado ao mesmo nível de um delinquente, Stalin quase sempre mencionado como um criminoso de delito comum, a que se agarrará agora o PCP para continuar a "grande marcha" dos explorados e oprimidos em direcção à provavelmente inatingível "sociedade sem classes"? Sem dúvida que a luta antifascista contra Salazar e Caetano é o seu maior galardão e o ponto forte do "curriculum", ainda na memória de muitos portugueses e que tem passado de pais para filhos e destes para os netos. Mas há também que ter em conta aquela figura inteligentemente carismática do "camarada" Alvaro Cunhal, o tal que ficou famoso naqueles estrondosos debates televisivos em que punha os seus adversários em continência perante o seu deslumbrante manuseamento das mais requintadas e científicas leis do saudoso "materialismo histórico e dialéctico". Claro que, como já foi dito, depois de a URSS se esfrangalhar, em Dezembro de 1991, o pessoal começou a duvidar da veracidade da tão propalada "superioridade" do "socialismo real" e então, e daí para a frente, não mais a alternativa do "comunismo" à sociedade capitalista teve pezinhos para andar. 

 

Claro que o PCP tem resistido bem ao esmorecer da "ilusão" e tem até reforçado as suas hostes com uma vaga de bem falantes e parecidos jovens, colocados nas mais variadas frentes do espectro político, o que também pode explicar as razões da sua permanência nos "grandes" da política em Portugal. Claro que também ficariamos todos muito mais descansados se esta vaga de juventude esclarecida no PCP tivesse, no mínimo, um ligeirinho conhecimento de história contemporânea, nomeadamente saber o que foi isso do GULAG na extinta URSS, o que pelos vistos não acontece, pelo menos no que concerne a uma certa jovem deputada. Quanto ao futuro... tem a palavra o Grande Chefe Jerónimo!...

 

 

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