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russomanias

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Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS - PCP - Não deixa de ser estranho e admirável que em quase todos os países da velha Europa os partidos comunistas aí existentes tenham desaparecido completamente de cena e no entanto, em Portugal, ele ainda resista e vá dando de vez em quando umas certas bicadas. Claro que todos nós sabemos que o PCP é muito mais que um partido político e os seus braços se estendem por tudo quanto mexe e brilha, desde os sindicatos, associações, escolas, empresas e todo o organismo social que se preze. Claro também que o PCP já não é o que era antes da URSS dar o trambolhão, pois até lá o "comunismo" era o "amanhã" que brilhava no horizonte e sempre era possível arranjar uns quantos "combatentes" de tempos a tempos para a grande viagem social, então de sucesso mais que garantido. Mas, e agora, agora que o "futuro radioso" está mais distante, planetariamente distante, e não é já possível apontar mais o "grande exemplo" de construção da "sociedade sem classes" da URSS?...

 

Com Marx desapiedadamente arredado dos catecismos universitários, Lenine maltratado ao mesmo nível de um delinquente, Stalin quase sempre mencionado como um criminoso de delito comum, a que se agarrará agora o PCP para continuar a "grande marcha" dos explorados e oprimidos em direcção à provavelmente inatingível "sociedade sem classes"? Sem dúvida que a luta antifascista contra Salazar e Caetano é o seu maior galardão e o ponto forte do "curriculum", ainda na memória de muitos portugueses e que tem passado de pais para filhos e destes para os netos. Mas há também que ter em conta aquela figura inteligentemente carismática do "camarada" Alvaro Cunhal, o tal que ficou famoso naqueles estrondosos debates televisivos em que punha os seus adversários em continência perante o seu deslumbrante manuseamento das mais requintadas e científicas leis do saudoso "materialismo histórico e dialéctico". Claro que, como já foi dito, depois de a URSS se esfrangalhar, em Dezembro de 1991, o pessoal começou a duvidar da veracidade da tão propalada "superioridade" do "socialismo real" e então, e daí para a frente, não mais a alternativa do "comunismo" à sociedade capitalista teve pezinhos para andar. 

 

Claro que o PCP tem resistido bem ao esmorecer da "ilusão" e tem até reforçado as suas hostes com uma vaga de bem falantes e parecidos jovens, colocados nas mais variadas frentes do espectro político, o que também pode explicar as razões da sua permanência nos "grandes" da política em Portugal. Claro que também ficariamos todos muito mais descansados se esta vaga de juventude esclarecida no PCP tivesse, no mínimo, um ligeirinho conhecimento de história contemporânea, nomeadamente saber o que foi isso do GULAG na extinta URSS, o que pelos vistos não acontece, pelo menos no que concerne a uma certa jovem deputada. Quanto ao futuro... tem a palavra o Grande Chefe Jerónimo!...