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russomanias

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Isso... batam-nos, insultem-nos!...

Todos nós já vimos disso nas nossas ruas, nos infantários, nas escolas, nas universidades, nos locais de trabalho, nos tribunais, nas autarquias, na assembleia legislativa, no desporto nacional e internacional, como no Euro 2016... os pequenos tendem a ser geralmente o bombo da festa e sobre quem geralmente caem as mais variadas culpas, defeitos e hipotéticas incapacidades. E é o que está, sem a mais pequena vergonha, a acontecer precisamente agora com Portugal, esse pequeno país do extremo sudoeste da velha Europa, para quem os rancorosos mastins do euro se estão agora a virar com a máxima força e arrogância, evitando meter-se com potências económicas como uma França e uma Itália, cujo cumprimento do "déficit" está bem mais longe de ser conseguido que o nosso, mas só porque são grandes os raivosos mastins não se atrevem a tocar-lhes ou sequer aludir ao facto, como deveriam, como membros que são, como Portugal, daquilo a que alguns ainda continuam a chamar de "União".

 

Mas como ainda há semanas se provou (Euro 2016), isto às vezes de se ser pequeno até pode trazer vantagens, pois "se grande é o tamanho também grande pode ser o tombo", e se por vezes podemos eventualmente dar ares de um povo pacato e "simples..." ("...como as pombas" - Fernando Santos), também já aprendemos a ser "prudentes como as serpentes" (Fernando Santos), pelo que o caldo um dias destes pode entornar e aqui esta meia dúzia de badamecos à beira-mar plantados bem podem armar uma grande zebra e cagarem-se de vez para essa salsicha fumada e cerveja a saber a mijo a que querem chamar de... União Europeia. Por isso, batam-nos, insultem-nos, mas tenham muito cuidado... nós não temos só aquele possante e certeiro Éder que em Paris vos atrapalhou inesperadamente os planos, temos milhares de outros Éderes aqui prontos, à espera, mortinhos por vos voltar a confirmar, se preciso for, que sim somos um país pequeno... mas com uns tomates muito grandes!...

 

 

Meu adorado... FACEBOOK

Estou hoje cada vez mais convencido que a maioria do pessoal não sabe verdadeiramente ainda o que tem em suas mãos. É claro que já todos ouvimos falar em trapinhos que se têm juntado através do Facebook, e outras tantas ou mais separações pela mesma via. Mas tudo isso é o menos, já que antes do aparecimento desta terrivel arma de arremesso já o mesmo se fazia através do telemóvel, dos e-mails, do telefone e das cartas em papel. Só que agora tudo é mais sofisticado. Se quisermos mandar uma sorrateira e disfarçada bicada a um dito "amigo" que se tem esquecido de colocar "gosto" nas fotos da nossa última ida à praia, a situação é facílima de resolver e aí vai logo rapidinho para a "net" um subreptício "post" a comunicar a toda a gente que no que toca a "amigos é melhor poucos mas bons". É claro que toda a gente já se apercebeu que a maioria do pessoal que anda a pastar de manhã à noite no Face anda é maioritariamente com falta de "colinho", pois se o patrão, a mulher ou a namorada lhes dão para trás ou os tratam abaixo de cão, a tentação imediata é buscar redobrado consolo no Face... e aí daqueles que não colocarem gosto na choradeira ou lamentação.

 

Os "problemas" sérios podem contudo surgir quando as lamúrias dão lugar às ameaças, como naqueles casos em que alguns dos nossos ditos "amigos" nos dão nem mais nem menos que vinte e quatro horas para começarmos a colocar "gosto" nas suas muitas palermices, sob pena de, findo o "prazo", sermos peremptoriamente "expulsos" do seu grupo exclusivo. É claro que na maioria das vezes, por condescendência ou compaixão, lá acabamos por ir na onda e satisfazer o "ego" do laborioso candidato a "figura pública" e lá colocamos um "gosto" na primeira patacoada que nos apareça pela frente, sabendo de antemão que, quanto mais não seja, fazemos uma acção por certo meritória... já que é mais uma pessoa que deixamos extasiada com tão sincera e merecida "felicidade".

 

É que, quando fazemos bem aos outros também nos sentimos felizes... meu adorado Facebook.

 

 

Complexo Barroso

Há fases da vida para tudo e quase que posso garantir que a maioria das pessoas que muito falam nunca pensou da mesma forma nem sempre foi atreita aos mesmos objectivos. Ou não será verdade que alguns de nós já mudaram algumas vezes na vida de igreja, de religião, de clube desportivo, de princípios filosóficos ou até do próprio deus? Porquê então andar para aí o pessoal todo chateado por o nosso querido e imparável Durão Barroso se ter agarrado, como uma lapa, a um inegável "tacho" de primeira linha que só aparece uma vez na vida e a um em cada cem milhões de individuos? Bem sei que nunca lhe irão perdoar o facto de ter tido uma "militância" activa no MRPP e de ter defendido, nos idos de 74, 75 e 76 do século passado, aquela farisaica "ditadura do proletariado" com unhas e dentes. Bem sei que vocês não entendem que o bom filho de qualquer burguês tinha como tarefa prioritária naquela altura confundir a cachóla daqueles milhares de pés-rapados que por essas cidades e campos fóra viam na foice e no martelo a esperança para as suas maleitas e desesperos. Mas olhem que foi precisamente isso que o nosso homem fez, confundir as placas dos que poderiam ser tentados a apoiar aqueles perigosos "revisionistas" do PCP, e tão bem que o fez que acabou por ser cooptado para a direcção do PPD/PSD, esse inveterado defensor dos "explorados e oprimidos".

 

É claro que o ter andado, como primeiro ministro, a brincar às guerras com o Bush filho não ajudou mesmo nada a recompor a lenda, muito menos aquela "fuga" precipitada para responder à vaga de "criado de quarto" da poderosíssima Angela Merkel na Comissão Europeia, o que lhe valeu certamente uma substancial melhoria no seu já extenso "curriculum" e que nenhum de nós, por mais modesto que fosse, ousaria recusar. Porquê então esta ciumeira varrida contra um simples e simpático homem que o único que tem feito, ao contrário de muitos dos seus amigos do partido, é sempre ter aproveitado as inúmeras "novas oportunidades" que lhe surjiram pela frente? Começou como "militante" maoista, é certo, mas depois logo veio o PSD e o cargo de primeiro ministro "foragido" do país para servir como "criado de quarto" dos insabidos Merkel e Schäuble na Comissão Europeia e agora este cargo de prestígio e muito dinheiro na Goldman Sachs, isto é, como disse o nosso presidente Marcelo... "o topo da vida empresarial". Perceberam seus complexados?...

 

 

"Tão simples como as pombas..."...

Não, não me contem mais uma vez a longa história de alguém como se de um super homem ou uma super mulher se tratasse, dêem-me antes um pequeníssimo pormenor da sua vida, uma simples frase, que em si possam resumir uma forma de viver, uma maneira de pensar, um estado de alma. E foi o que assim fez Fernando Santos, treinador da Selecção de futebol de Portugal, na noite do passado domingo, logo após a inesquecível vitória de 1 - 0 contra a  mais que favorita França. Um jornalista brasileiro, que logo começou por qualificar o treinador Fernando Santos como um grande "frasista", terminou perguntando-lhe se poderia resumir a actuação dos jogadores de Portugal no Euro 2016 numa simples frase. Fernando Santos, impávido e sereno, e como que respondento a toda a infindável chusma de críticos que lhe tentaram cerradamente atravancar o caminho da glória dentro e fóra do país, inclusivé jogadores e treinadores de outras selecções, fez-lhe a vontade e logo de seguida disparou certeiro... "tão simples como as pombas, prudentes como as serpentes"!... E foi assim, no entender de Fernando Santos, que chegamos ao cume do futebol Europeu, actuando de forma "simples" e "prudente".

 

Se não deixa de ser para mim uma grande verdade que até hoje não vi ainda reproduzida condignamente, pela majestática imprensa portuguesa, esta aparentemente simplista mas bem profunda "lição" de estratégia digna de um Sun Tzu dos tempos modernos, e que no fundo traduz e explica, sinteticamente, o êxito alcançado pelos nossos valorosos rapazes em França, cabe contudo perguntar: porquê esse azedume contra alguém que, como no caso dos "300 gregos" contra o exército persa na Batalha das Termópilas, teve que se amanhar com aquilo que tinha e não com aquilo que desejava? Porquê persistir no argumento de que o coitado do homem, o "senhor engenheiro", não priveligia o futebol "bonito", quando com o futebol bonito o mais que conseguimos foi chuchar no dedo durante todos estes anos? O futebol que praticamos é "feio"?... talvez... mas foi com ele que atingimos o topo do futebol europeu, de uma forma simples... "tão simples como as pombas..."...

 

 

Muito orgulho!...

É claro que a grande maioria dos portugueses não poderia estar mais orgulhosa da nossa Selecção de Futebol. Ganhamos finalmente o Euro 2016, carago!... São as bandeiras de Portugal nas janelas e nos carros, são as bocas foleiras contra alguns dos "teóricos" franceses que já davam como certa e indiscutível a vitória contra Portugal e o Euro no papo. Enfim, é todo o levantamento de uma nobre nação rejubilando pelo nosso grande feito futebolistíco e desportivo. Toda a gente ficou feliz e cá em casa alguém até me disse que já há muito tempo que não me via tão exaltado e a saltar e a gritar de contente. E foi verdade, só que os meus motivos de grande alegria e forte orgulho talvez não sejam os da maioria dos portugueses, penso eu, mas sobre isso não tenho bem a certeza. O que me fez saltar a tampa e gritar bem alto com a vitória de Portugal foi uma mistura de muita coisa, foi pela espectacular conquista desportiva do nosso país, é certo, mas o forte sentimento que me atirou para as alturas foi muito mas muito bem mais profundo.

 

Com o fusilamento certeiro do Éder eu senti com toda a força a resposta afirmativa de todo um povo às humilhações e afrontas que toda uma nação tem sofrido às mãos dos tirânicos e poderosos manda-chuvas da velha Europa, senti o quanto é mesmo verdade possível construirmos um país diferente e ganhador, despojado dos conhecidos vendilhões e traidores que dentro e fóra manipulam as nossas vidas, a nossa frágil economia, o nosso corrupto sistema financeiro, em seu exclusivo benefício pessoal e em detrimento deste pequeno mas orgulhoso país. Com a vitória de Portugal sobre a França eu senti o extravazar de orgulho dos nossos emigrantes, a sua sede de gritar bem alto: eis aqui, finalmente, o "petit portugais" que vocês por vezes tanto enxovalham e que esta é a sua vez de levar o famoso "caneco" para casa; e vi também o rosto provocador e sorridente do criminoso Blatter a gozar com o nosso Ronaldo, e logo com o seu povo, e de seguida o seu ar de espanto e incredulidade quando o mundialmente famoso capitão de Portugal levantou a Taça do Euro 2016 e a mostrou bem alto a centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. 

 

Sinto muito orgulho de ser português, pelo extraordinário desempenho da nossa Selecção de Futebol, mas também pelas muitas respostas que demos aos que duvidaram, e porventura ainda duvidam, das nossas comprovadas capacidades para contribuir para um mundo mais equilibrado e justo... em que os pequenos também deverão ser tratados como gente!...

 

 

Quanto pior melhor... PORTUGAL!!!...

Lembram-se daquela fábula de Esopo sobre a lebre e a tartaruga? Pois é, a tartaruga não era nada favorita mas no fim foi quem terminou a corrida em primeiríssimo lugar. Devagar, muito devagarinho, aproveitando-se dos erros e facilidades concedidas pela adversária, a tartaruga acabou por levar de vencida a sua, à partida, invencível concorrente. Em suma, e como moral da história... "de vagar se vai ao longe". E assim, no próximo domingo vamos ter na final do Euro 2016 contra a França não uma selecção de Portugal até agora brilhante, espectacular, de encher o olho mas, pelo contrário, uma selecção muitíssimo pragmática, corredora de longo curso, paciente, calculista, oportunista no sentido desportivo do termo. Tem feito jogos bonitos de se ver?... não. Tem feito exebições exuberantes?... também não. Tem marcado golos até dizer basta?... naturalmente que não. Mas, melhor ou pior, tem desbaratado, um a um, os adversários que lhe têm aparecido pela frente, tem evidenciado garra e descernimento colectivo, tem-se mostrado segura e sem qualquer tipo de receio ou mêdo perante equipas que, à partida, estariam melhor predestinadas. E isso não é bom?...

 

Claro que é bom. É mesmo muitíssimo bom!... Em anos anteriores temos tido equipas no Euro e nos Mundiais de futebol com exebições fantásticas, com golos fenomenais, com colectivos e valores individuais de topo em qualquer parte do mundo. Mas, fóra tudo isso, nunca trouxemos para casa o comprovativo do nosso valor, nunca vencemos nada a nível de selecção sénior. Por isso, se é a jogar mal e porcamente que vamos chegar ao "caneco" que os quinze milhões de portugueses tanto suspiram, se é a fazer jogo feio e a rapilhar "cientificamente" a bola dos pés dos adversários e a marcar golos ao calha e quando a Nossa Senhora de Fátima quizer, se assim está predestinado que assim seja, tudo à defesa e entupam a nossa baliza de qualquer maneira e tudo ao ataque e fé em Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Se é desta forma que nos vamos afirmar na Europa como nação orgulhosa e batalhadora... quanto pior melhor PORTUGAL!!!...

 

 

 

Eu tive um sonho!...

Lembram-se daquele célebre discurso de Martin Luther King "I have a dream"? Pois é. Quem de nós já não teve alguma vez um sonho que um dia seria isto ou aquilo, viajaria talvez a uma região distante, veria o seu país numa determinada situação, presenciaria os seus filhos ou netos abraçar uma determinada causa ou profissão. A mente humana é desmesurada e nisto de sonhos o seu poder e alcance são infinitos. Quando somos crianças o sonho ocupa a parte mais importante do nosso dia-a-dia e projecta-nos para tempos e situações que fazem parte do maravilhoso. Não importa que o sonho seja difícil de concretizar ou que a realidade seja mais perversa e dura que se possa imaginar. O sonho flui, faz parte da nossa manifestação diária e quem sonha só por si já é feliz. Depois o tempo passa, a vida encarrega-se de nos moldar o espírito e o sonho, esse, encontra cada vez menos espaço para se espressar livremente. Aos que se atrevem na idade madura a dar-lhe asas logo se atira, com desdém... "és um sonhador"!...

 

Por tudo isso, raramente me atrevo a expressar em alta voz um sonho fóra do meu circulo familiar, que me conhece bem e não se admira nada de presenciar um qualquer adulto imbuído de espírito livre e sonhador. Só que desta vez o meu sonho foi mais abrangente e pode talvez, caso se concretize, afectar, para o bem ou para o mal, todo um país. E trata-se nem mais nem menos de ter um dia destes sonhado que Portugal iria enfrentar a Alemanha na final do Euro 2016 e que o Sergío Conceição foi confidenciar com o Ronaldo, o Renato e o Quaresma e contar-lhes o que lhe passou pela cabeça quando enfiou 3 sêcos à Alemanha no Euro 2000, tendo os nossos 3 magníficos jurado ao herói daquele Portugal - Alemanha de 2000 que pelo menos cada um deles iria enfiar um valente sêco no "galinheiro" teutónico no final deste Euro 2016. É mais que evidente que se tal acontecer o pobretanas e pequenino Portugal terá mostrado à poderosa e mandona Alemanha que desta vez teremos não um mas três Davides para enfrentar o medonho Golias que tem atormentado a velha e arquejante Europa. Claro que numa tal situação o terrífico Schäuble não nos irá perdoar a afronta e... adeus fundos Portugal 2020, o que, não sendo uma tragédia nacional, pelo menos iria afectar muito gravemente todo aquele tecido empresarial português sempre muito habituado a reforçar as suas valiosas colecções de carros de luxo com os fundos da União Europeia.

 

 

Da União Europeia, eu?...

Já ouvimos mais de milhentas e uma opiniões sobre as vantagens e desvantagens de pertencer à União Europeia. E é claro que nenhum de nós é assim tão burro que não perceba logo que uma coisa é podermos estar sentados a uma mesa grande e farta onde os comensais são mais que muitos e o que cada um deles contribui para o repasto dá e sobra para nos satisfazer o apetite e aquecer e animar a alma. E que outra coisa, bem diferente, é uma pujante e soberba Alemanha entrar na sala carregadinha daquelas famosas salsichas com mostarda e cerveja de Munique que só eles sabem fazer. Só aquilo dava para sustentar os 28 sedentes e esfomeados e ainda sobrava para deitar fóra. Mas entretanto chega a orgulhosa França a abarrotar de queijos Camembert e Roquefort, "foie-gras" e champanhe Veuve Clicquot. Meu Deus, que vamos fazer a tanta fartura? Mas atenção, ainda não chegou o sempre desconfiado e prático Reino Unido, com as suas soberbas costelas de borrego, cortadas como só eles o sabem fazer, o seu fabuloso queijo Stilton e o "Christmas Cake" pesado como chumbo mas de comer e chorar por mais. É a este faustoso e sempre insatisfeito clube de comilões que países como Portugal têm que satisfazer à mesa e fóra dela.

 

Esta semana, ao ouvir mais uma vez o sempre mal disposto e embirrento ministro alemão Schäuble falar sobranceiramente sobre Portugal, perdi o pouco apetite que já me restava de continuar a servir à mesa de tal súcia de macilentos glutões, trogloditas, sebosos, bêbados, presunçosos, egoístas, empedernidos nacionalistas, oportunistas, conservadores, anti-europeus, analfabetos, incultos e outros nomes de que entretanto me recordarei em próximas crónicas. Empanturrem-se vocês para aí com as vossas salsichas, o vosso "foie gras", o vosso Stilton, a vossa cerveja e a vossa Veuve Clicquot, que eu por cá me contento com o meu presunto de Chaves, o meu leitão da Bairrada, o meu cozido à portuguesa, o meu queijo da Serra, os meus ovos moles de Aveiro, as minhas deliciosas natinhas com canela, o meu pão-de-ló de Arouca, o meu inigulável vinho do Porto "vintage", o meu cafézinho Sanzala e milhentas outras variadas iguarias com que vocês, seus merdas, e para vocês a preço de saldo, vos lambuzais todos quando tendes a infinita sorte de assentar o coirão neste pequeno mas orgulhoso país.

 

Da União Europeia, eu?...