Sinceramente, já estou a ficar mesmo farto dessa história em torno das escolas, desculpem, dos chamadas colégios privados, que dito desta forma fica muito mais chique. Sem margem para dúvidas que tem que haver muito dinheiro envolvido nesse excelente "negócio", só assim se explicando a autêntica "guerra" que as nossas queridas televisões, com todo o cuidado e empenho, se têm comprazido em divulgar e em empolar vergonhosa e desmesuradamente. Naturalmente que assim tem sido porque forças poderosas que sempre têm condicionado o país, na sombra, não vão largar assim de pé para a mão o saboroso "osso" de centenas de milhões que lhes foi escandalosamente dado, e à custa do contribuinte comum, por Nuno Crato, esse inimigo declarado da escola pública e ferveroso "amigo" dos protegidos de Passos Coelho, Paulo Portas e, agora, Assunção Cristas. Por isso, não é nada de admirar que aqueles que não se cansam de aspirar a viver e a comportar-se como a corrompida "elite" deste país, sempre que possível à custa das "tetas" do Estado, venham agora para a rua protestar contra o fim dos subsídios a determinados "colégios" quando, mesmo ao lado, porta com porta, existe uma escola pública disponível para todos.
Claro que não se trata aqui de impedir, de todo, a liberdade de ensino. O Estado garante a todos o acesso ao ensino, nas escolas públicas ou nas escolas privadas, nos locais onde não haja escola pública. Era só o que nos faltava que assim não fosse. Agora, não queiram é optar declaradamente pelos ditos e chiques "colégios" mesmo com escolas públicas ao lado... e mandar a respectiva conta para os "tótós" dos país com filhos na escola pública. Isto seria muito parecido como eu decidir comprar um carrão de luxo e, no final, mandar a respectiva factura para casa dos que se ficam por um carro simples e utilitário.
Eu sou livre de escolher um Maserati... mas pago-o!...
Vejam lá o que deu agora ao pessoal... andarem para aí a divulgar vídeos de gente honesta e trabalhadora que se esfalfa dia e noite agarradinhos aos monitores e às resmas de papel e que, numa hora de descontracção e de necessidade de descomprimir os glóbulos oculares, se agarram ao varão e dão duas de dança sexi e provocadora. Esta falta de consideração por quem labuta arduamente horas a fio só pode advir mesmo de gente mesquinha e reaccionária, que já se esqueceu que mesmo no tempo da "outra senhora" se promovia a famosa "alegria no trabalho" como forma de compensar a dureza das tarefas e os baixos salários do funcionalismo público. Ou não será verdade que os funcionários públicos são um exemplo neste país pela forma como arcaram com a maior parte da miserável austeridade? E não será igualmente verdade que os funcionários públicos, às centenas de milhares, foram despedidos sem justa causa e perderam os seus empregos?
Agora, numa raríssima situação em que os funcionários públicos rejubilam alegremente com o regresso das 35 horas semanais para todos, para todos os funcionários públicos claro, já que, quanto aos restantes trabalhadores, esses que se amanhem a trabalhar 40, 45 ou até 50 horas semanais, que é para isso que cá andam, isto é, para sustentar e suportar com os seus impostos a gigantesca e brutal máquina do Estado, agora, dizia eu, em que o maralhal dá notas da total satisfação que lhe vai na alma e canta e dança com libidinal voracidade, vem toda esta estranhíssima gente mostrar a sua admiração pela falta de escrúpulos com que alguns tratam hoje em dia os seus modestíssimos postos de trabalho,enquando centenas de milhares vagueiam de manhã à noite à porta do Fundo de Desemprego à procura de uma única oportunidade.
Não me parece que sejamos, pois, o tão ensolarado e pacato país de "brandos costumes"... somos é um país de reaccionários, é o que somos!...
Não me vou perder aqui a analizar quem tem mais ou menos razão nessa poderosíssima celeuma que as TV's têm levantado em volta do hipotético ataque do Governo ao chamado ensino privado, já que por todo o lado se encontra bem demonstrado que o que o Governo efectivamente pretende é reduzir custos naquelas situações em que haja duplicidade, na mesma área geográfica, de escolas públicas e escolas privadas subsidiadas pelo Estado, e só nessas situações. A autêntica barafunda a que temos assistido do pseudo levantamento de algumas escolas privadas supostamente em defesa da "liberdade de ensino", isso sim é que já merece ser considerado. Ora, se é verdade que cada qual deve poder colocar os seus filhos na escola que muito bem entender, seja ela pública ou privada, também é verdade que o Estado não tem que subsidiar a escola privada quando mesmo ao lado, porta com porta, exista uma escola pública a funcionar. Agora, se alguns dos membros da nossa elite fazem mesmo questão que os seus filhinhos e filhas, mesmo assim, frequentem a escola privada, tudo bem, para isso existe a chamada "liberdade de ensino"... mas que paguem essa "liberdade" do seu bolso!... não queiram que os bárbaros do costume assumam mais essa soberba veleidade.
E não nos venham agora com essas cem mil cartas para cima da mesa para nos fazerem relembrar que o dinheiro do Estado, de todos nós, não pode ser só para benefício de uns quantos já de si favorecidos, pois ninguém se lembra de ver a nossa querida elite, com batinas e véus à mistura, enviar cem mil cartas quando trezentas mil pessoas foram obrigadas a emigrar a mando de Passos Coelho, nem ninguém viu essas cem mil cartas quando o governo de Passos e Portas foi ao bolso de mais de um milhão de reformados. E vem agora esta nossa querida elite com essa cantilena dos intocáveis "direitos adquiridos", mas não se lembrou deles quando colocou milhares de professores da escola pública no desemprego, nem quando o Estado se marimbou para os direitos adquiridos dos reformados. É que, pelos vistos, para a nossa queridíssima elite, os seus são filhos de Deus... os restantes são bárbaros!...
Fazer política não é necessariamente para todos, embora à maioria acabe por chegar o resultado de uma determinada má política. De igual modo, nem sempre os bons políticos são aqueles que obtêm os melhores resultados, assim como os bons resultados de um determinado partido nem sempre signifiquem que é por ser liderado por bons políticos. Veja-se o caso de AntónioCosta,o finório e despachado liderdo PS, que perdeu as últimas eleições legislativas para o PSD, mas entretanto soube construir à sua volta uma intrincada teia (a famosíssima e funcional geringonça) que o levou solenemente ao tão ambicionado poder. Por outro lado, veja-se o caso do sorumbático Passos Coelho, do PSD, que na engalanada noite das eleições desfraldou arrogantemente a bandeira da vitória e, de seguida... poleiro nem vê-lo. E como poderia, quem andou quatro longos anos a derrubar "pontes", vir do dia para a noite querer construir uma outra nova? Passos Coelho sempre sofreu de uma doença estranhamente crónica... sempre se "esqueceu" de tudo, sempre soube tudo, nunca precisou dos outros para nada.
Mas o ex-primeiro ministro Passos Coelho mostrou este fim de semana mais uma das suas multifacetadas facetas. Como José Socrates, foi também convidado a participar na solene inauguração do Túnel do Marão, obra fundamental para combater o isolamento do nordeste do país. O convite de António Costa aos dois ex-primeiros ministros tinha toda a sua razão de ser. Se José Sócrates avançou com a obra, por seu lado Passos Coelho, apesar das dificuldades entretanto verificadas, deu-lhe continuidade, e António Costa, felizardo, concluiu-a. José Socrates lá apareceu então em mais uma entrada fulgurante. António Costa, sabidola, não passou qualquer cartão a Sócrates e tratou foi de fazer as honras da casa e tirar os maiores proveitos possíveis das enormíssimas oportunidades para aparecer na fotografia. E Passos Coelho, ressentido e ressabiado, anunciou que não iria estar presente porque nunca participou em inaugurações, o que pelos vistos toda a gente diz que é mentira. Em suma... temos em Portugal uma rica "oposição"!...
Já por várias vezes me dei a pensar o que acharão os meus amigos leitores dos assuntos e matérias que aqui costumo abordar, que apreciação farão do estilo que emprego nos meus escritos e da forma como me posiciono relativamente à sociedade em que todos labutamos e vivemos. É claro que não posso esperar da parte de todos eles compreensão e concordância com a forma e essência do meu entendimento sobre a vida social e política que caracteriza o nosso país na actualidade, nem muito menos com a subtileza mordaz e brincalhona que quase sempre emprego na abordagem de temas respeitaveis como a actuação de instituições, governos e políticos das mais variadíssimas escolas. O que sei, isso sim, é que alguns entenderão que não passo de um ressabiado qualquer que em vez de me afazer à vida para espremer dela, contra tudo e contra todos, o rico dinheirinho que garante estatuto e um bom lugar na fotografia, venho para aqui espingardar contra os que muito honestamente souberam "subir" no escalão social.
É claro que não me vou dar à trabalheira de responder a tal entendimento, antes continuarei a tentar escrever sobre temas sérios utilizando a picardia com que encaro a vida;apelar à defesa da cidadania num país em que as pessoas são por vezes tratadas como simples coisas; falar de assuntos válidos quando somos empurrados quase todos os dias para a primazia do respeitável futebol sobre as causas do galopante desemprego; denunciar os compadrios, roubalheiras e negociatas num país em que as pessoas pagam impostos ao nível dos países escandinavos e têm direitos próximos do terceiro mundo; defender o futuro quando o país se tem confrontado com forças que o pretendem fazer regressar de novo ao passado. Fazer tudo isto é o que me proponho neste "blog", se possível combatendo a tristeza ocasionada por um momento político complexo com os sempre revigorantes... humor e ironia.
Se o 25 de Abril é o dia comemorativo da Revolução em Portugal, o 1.º de Maio foi e continua a ser um dia de luta dos trabalhadores em todo o mundo. É claro que no 1.º de Maio já não se sente tanto aquele ambiente festivaleiro do "25 de Abrilsempre, fascismo nunca mais!" ou o para sempre "Viva a Liberdade!", mas antes o bem mais incisivo e durão "A lutacontinua, o Passos para a rua!" ou então o "Portas escuta, o povo está em luta!" Como o Passos e o Portas, coitados, já deram à sola faz tempos, não estou a ver os manda-chuvas da Intersindical, e muito menos da UGT, a esticarem a corda em relação ao nosso primeiro António Costa e a mandarem umas bocas foleiras ao simpático homem assim sem mais nem para quê. É que, como dizem os calhamaços, a revolução só se faz quando "os de baixo já não querem e os de cima já nãopodem", não adiantando mesmo de nada, por conseguinte, andar para aí a chatear o homem com extremismos quando toda a gente sabe que "osde baixo" ainda querem continuar a acreditar no lamaçal e "osde cima" aparentemente se encontram bem de saúde e ainda muito mas muito motivados para mais uns bons pares de anos a enloular e a embrulhar o Zé pacóvio.
É claro que, à falta de reais motivos para "estrategicamente" chingar no Governo e à perca de tempo que representará, pelo menos para já, tentar abanar convincentemente "os de cima", sempre restará à grande maioria do pessoal aproveitar a ocasião para fazer o verdadeiro "ponto dasituação", rever os velhos "camaradas" das horas de luta, verificar se o presidente do Sindicato e a sua mulher, após tantos anos de dedicação verdadeiramente desinteressada, já têm, como alguns dizem, cabelos brancos, verificar se os malvados "esquerdistas" e os sempre certinhos e sisudos "revisionistas" ainda se mantêm por conveniência à distância mas dialecticamente unidos, enfim, sempre se aproveitará para deitar abaixo duas ou três belas "surbias" acompanhadas de meia dúzia de farturas quentinhas e, como sempre, à despedida... "Unidos Venceremos!"
É claro que logo lhes passará pela cabeça aquela imagem de que "olha, lá vem o gajo novamente com mais invencionices estapafúrdias", situação que só poderei dar de barato sabendo, como toda a gente já sabe, que nem sempre o que parece é, e isto já desde que o homem desceu das perigosas árvores e experimentou a fogueirinha acolhedora na entrada das profundas e protectoras cavernas. E a questão vem precisamente do facto de hoje os "pequeninos" comemorarem o dia 25 de Abril em todas as cidades, vilas e recônditas aldeias deste país, nuns lados com mais cerimónia noutros nem tanto, mas com festaróla quanto baste, com desfiles de carros alegóricos, canções do Paulo de Carvalho e do Zeca, tudo muito bem acompanhado com as reconfortantes farturas, algodão doce, pipocas multicolor, pão doce de côco, cavacas de Rezende, cerveja, Coca-Cola, Fanta, enfim, de vez em quando com uns estridentes "Viva a Liberdade!", que por sinal é dos poucos "direitos" que ainda nos restam após todos estes anos e bem distante já do modelo original.
Mas ainda há um "outro" 25 de Abril que estará certamente a ser também comemorado, não já nas ruas deste solarengo e pacífico país, mas no reconforto de alguns iates de luxo e hoteis de cinco estrelas, não com música popular salpicada de algazarra, antes com projecções de novos e empolgantes "negócios" da laia do BPN, BES, BPP, BANIF, festanças onde estarão presentes conhecidos e "honestos" banqueiros com a Justiça às costas mas contudo muitíssimo confiantes, alegres, seguros, sorridentes e descontraídos. É claro que muito naturalmente por lá também certamente andarão conhecidos autarcas e ex-políticos suspeitos de vários crimes de corrupção activa para titulares de cargos políticos, corrupção passiva para acto ilícito, branqueamento de capitais, fraude fiscal e outros de idêntico quilate. Supostamente aqui não entrarão já as cavacas de Rezende e a Fanta, antes o caviar e o champanhe Veuve Clicquot, vitualhas a que os "pequeninos" não estão predestinados a atribuir o devido valor.
Bem sei que após esta ligeiríssima apreciação de imediato irei ser acusado de enxovalhar e denegrir os sacrossantos, imutáveis e sagrados princípios do materialismo dialético e materialismohistórico na apreciação e análise de um importantíssimo acontecimento nacional e revolucionário, mas a isso só poderei honestamente responder com a conhecida e bela sentença do mais emblemático banqueiro nortenho, tenho muita pena... "aguentem!"...
Foi por estes dias amplamente denunciado que por esse mundo fóra, incluindo Portugal, inúmeros felizardos chico-espertos colocaram o seu rico dinheirinho a salvo de olhares suspeitos em "offshores" gizadas, legalizadas e orientadas através de um escritório de advogados sedeado no Panamá. Os telejornais abriram com a grande notícia a toda a altura, já que os prevaricadores eram aos milhares e só de Portugal mais de duas centenas. Claro que tanto aqui como por esse mundo fóra saber o tamanho do escândalo ou as centúrias de riquinhos transfugas não era coisa necessária, o que era urgente mesmo era saber os nomes completos dos melrinhos que se encontravam na lista surripiada no país do longo canal que separa as duas Américas. O "suspense" era tremendo, havia gente muito gráuda, dizia-se, antigos e actuais ministros até, gente do espectáculo, do futebol, grandes empresários. Vai daí, o sempre criativo pessoal começou logo a imaginar que começariam desde logo a despejar nomes tipo Bill Gates, Obama, Rockefeller, Clinton, Buffett, Soros, mas nada disso. No primeiro dia dos barulhentos anúncios televisivos os únicos nomes que conseguiram sacar daquela lista de milhares foi o de... Putin, do primeiro ministro da recôndita Islândia e os de uns quantos chineses de quem nunca se ouviu falar. Americanos não havia... tudo gente séria e pagadora impoluta dos seus impostos.
É claro que muitos daqueles que são obrigados a pagar escrupulosamente os seus impostos, e sem chêta para contratar "especialistas" para montar "offshores", começaram por vir para a rua e a carpir nas redes sociais, às centenas de milhares, contra os governantes que fomentam os sistemas de fuga ao Fisco, por um lado e, por outro, criam diariamente leis que obrigam as classes médias, e as restantes abaixo, a um cada vez maior esforço contributivo. É claro que a partir daqui lá se confirmou então que o primeiro-ministro da Islândia sempre estava entalado, o primeiro.ministro da Inglaterra vai, embora muito lentamente, pelo mesmo caminho, e dos portugueses já denunciados todos negaram que o objectivo era fugir ao Fisco, tudo pessoas honestas e cumpridoras das suas obrigações, coitados, que colocaram o seu rico dinheirinho lá fóra pela única e simples razão de que... não era ilegal!...
Daqui, fica-se com a suspeitosa sensação de que o "Panamá Papers" se destinou não mais que a ofuscar a saída airosa de Putin da embrulhada que americanos e europeus montaram na Síria,o resto não passando de trêtas de que já toda a gente sabia. Ou não será verdade que não é novidade para ninguém que neste país, como em vários outros, com o Fisco e a Justiça só os de baixo é que têm obrigações?...
Foi uma coisa digna de se ver aquele congresso do PSD, com toda aquela gente esfuziante e bem disposta, mortinha por ir urgentemente para casa tratar dos tarecos e dos bichanos, que pelos vistos a tal de geringonça funciona mesmo e está aí para dar e durar. A festa esteve tão animada que a dada altura, no falatório terminal do "grande líder", uma delegada não esteve com meias medidas e passou mesmo pelas brasas, naquela que foi certamente a reação mais reveladora do que vai ser a gestão política de "oposição e sem pressa" de Passos Coelho. Uma coisa é certa: jamais se poderá negar o vigor e a determinação com que o homem foi eleito, na ordem dos 95% dos votos, façanha tão somente possível nos tempos idos da "ditadura" na falecida União Soviética, o que dá bem para perceber o que vai na cabecinha dos "barões" e "lordes" do partido que alimentam e lubrificam toda aquela máquina, que numa altura em que a caranguejóla não tem "empregos" nem "tachos" que cheguem para oferecer aos ávidos aspirantes a "especialistas", "secretários" e "ministros", tratam de empurrar para a frente da hidra o "mal amado" que não conseguiu prolongar a festança... mas somente até ao dia em que o camarada Costa se estatelar com os dentes no assoalhado.
Mas que gente calculista e cínica, dirão vocês. Nada disso, essas facetas não existem no PSD, o que existe é gente boa e honesta que não se esquece de aparecer sempre que os "amigos"entalados precisam, como foi o caso do companheiro SantanaLopes, esse singular mestre da teatralidade e do verbo que não podia deixar de vir agradecer ao seu "grandelíder" toda a confiança que nele depositou para controlar e distribuir toda aquela fartura de milhões que andam espalhados pelos quatro cantos e esquinas da "Santa Casa". É com grandes homens como este que se tempera um partido e se ajuda a eleger um líder... pelo menos até a borrasca passar e um outro, ainda não manchado pelos "esquecimentos", se resolver a navegar por esse Rio acima.
Nestes ultimos dias tem sido espantosamente maravilhoso acompanhar nas televisões do nosso querido Portugal, especialmente na SIC, todo o drama que se tem vivido no nosso país irmão Brasil. Não são as manifestações de apoio e contra a Dilma e o Lula que mais chamam a nossa atenção. O que mais assustadoramente nos sobressai são todas aquelas manifestações de autêntica perseguição e ódio a tudo que tenha que ver com o PT e os que neste momento estão no poder. Se por cá é assim, também não tem sido difícil de perceber que no próprio Brasil é bem pior, com a Globo, o maior potentado da comunicação em toda a América Latina e um dos maiores do mundo, a encabeçar a zelosa procissão contra os "corruptos" Dilma e Lula e restante "quadrilha". Mas é claro que já toda a gente sabe cá em Portugal que no gigantesco Brasil a indústria da "corrupção" é a mais poderosa e lucrativa, não sendo na verdade só o PT quem tem abocanhado o suculento naco não, antes pelo contrário, têm todos os partidos participado na divisão e repartição da gordurosa "bufunfa", e a guerra actualmente instalada no Brasil tem mais a ver com o facto de se pretender que o PT entregue agora a "gamela", sem eleições, aos que têm estado arredados do poder já há uma larga data de anos.
Pelo que, e no que verdadeiramente respeita ao nosso pio e bento canal de televisão SIC, não seria muitíssimo bem mais interessante, isto sem deixar de acompanhar o nosso muito querido povo irmão do Brasil, dar também um pouquinho mais de atenção aos abnegados e impolutos "corruptos" que por cá em Portugal também assustadoramente abundam, que têm muito calmamente deitado a mão ao depauperado "baú" do Estado e dos massacrados contribuintes na ordem dos muitos milhares de milhões e se dão ao descontraído e despudorado luxo e desafio de frequentar festas e fazer sempre anuais e chorudas "doações" misericordiosas aos diletantes e masoquistas "pobrezinhos" com o dinheiro que não é deles? É claro que alguém poderá vir para aqui dizer que não, que eu estou claramente a aldrabar e a ser injusto, que a SIC até tem divulgado alguns casos de evidente "corrupção" no país. Ora, deixe-mo-nos de trêtas!... a SIC tem denunciado, a brincar, só umas pontinhas daquilo que em Portugal já toda a gente largamente sabe... os "corruptos" têm andado sempre junto ou bem perto do "poder", e ninguém, nem polícia nem tribunais verdadeiramente os chateia, muito menos a nossa SIC!...