A ditadura do mal amado
Foi uma coisa digna de se ver aquele congresso do PSD, com toda aquela gente esfuziante e bem disposta, mortinha por ir urgentemente para casa tratar dos tarecos e dos bichanos, que pelos vistos a tal de geringonça funciona mesmo e está aí para dar e durar. A festa esteve tão animada que a dada altura, no falatório terminal do "grande líder", uma delegada não esteve com meias medidas e passou mesmo pelas brasas, naquela que foi certamente a reação mais reveladora do que vai ser a gestão política de "oposição e sem pressa" de Passos Coelho. Uma coisa é certa: jamais se poderá negar o vigor e a determinação com que o homem foi eleito, na ordem dos 95% dos votos, façanha tão somente possível nos tempos idos da "ditadura" na falecida União Soviética, o que dá bem para perceber o que vai na cabecinha dos "barões" e "lordes" do partido que alimentam e lubrificam toda aquela máquina, que numa altura em que a caranguejóla não tem "empregos" nem "tachos" que cheguem para oferecer aos ávidos aspirantes a "especialistas", "secretários" e "ministros", tratam de empurrar para a frente da hidra o "mal amado" que não conseguiu prolongar a festança... mas somente até ao dia em que o camarada Costa se estatelar com os dentes no assoalhado.
Mas que gente calculista e cínica, dirão vocês. Nada disso, essas facetas não existem no PSD, o que existe é gente boa e honesta que não se esquece de aparecer sempre que os "amigos"entalados precisam, como foi o caso do companheiro Santana Lopes, esse singular mestre da teatralidade e do verbo que não podia deixar de vir agradecer ao seu "grande líder" toda a confiança que nele depositou para controlar e distribuir toda aquela fartura de milhões que andam espalhados pelos quatro cantos e esquinas da "Santa Casa". É com grandes homens como este que se tempera um partido e se ajuda a eleger um líder... pelo menos até a borrasca passar e um outro, ainda não manchado pelos "esquecimentos", se resolver a navegar por esse Rio acima.