Defesa da Verdade... Ponto!...
Estou-me efectivamente marimbando que me acusem de pertencer a uma determinada força de esquerda ou de direita, pois para mim é muito mais importante e necessário saber se tal ou tais decisões governamentais beneficiam verdadeiramente o nosso país ou se, pelo contrário, antes o prejudicam. Quando defendo, como é verdade, que o horário das 35 horas semanais para os trabalhadores da função pública não benefia o país, é clarinho como a água que de imediato alguém me tratará de empurrar para a prateleira dos piores fascinoras da retrógrada direita. E não defendo aquelas 35 horas por três motivos muito simples: a) Qual a razão de se reivindicar para a função pública as 35 horas quando os restantes trabalhadores do país trabalham 40 horas ou mais? b) Se os trabalhadores das empresas privadas arcaram efectiva e maioritariamente com o grosso da nefasta austeridade, nomeadamente com o descalabro de milhares de despedimentos, porquê persistir em distanciá-los ainda mais, a nivel de direitos, relativamente a outros trabalhadores com maiores garantias de estabilidade laboral? c) Quando é reconhecido por todos que o país tem urgentemente que aumentar a produtividade, como é que isso se consegue com a redução para as 35 horas de trabalho na função pública? Chamem-me pois de direita... mas não totó!...
Toda a semana andaram para aí a berrar nas Tv's que os professores, os pais, os meninos, as meninas, os abades e as abadessas da Defesa da Escola Ponto iriam a Lisboa em manifestação para a defesa da liberdade de ensino e da possibilidade de "os nossos filhos" poderem "escolher" a escola que querem frequentar e onde todos se sentem tão "felizes". Ora aqui está um direito inolvidável que a todos está constitucionalmente garantido, com um pequenino senão: quem tiver uma escola pública à porta de casa mas mesmo assim preferir, por uma questão de estatuto, colocar o "menino" ou a "menina" no "colégio" frequentado pelos "filhinhos" do patrão, pode fazê-lo, mas... paga-o!... Claro que, aqui, os maldizentes do costume vão já concluir que, neste caso, faço parte da asquerosa "esquerda", facto que terminantemente desminto pois sempre pensei pela minha própria cabeça, sendo embora verdade que este fim de semana fui infantilmente tocado pela "sagrada" propaganda de que em Lisboa iriam estar neste domingo uns escaldantes "vinte mil" deles, ocorrência que se transmutou perante o "milagre" da multiplicação dos "amarelos", já que a notícia ao final do dia transmitida pela "santíssima" organização foi de que, afinal, sem o suspeitarem, e vindos nos mesmos autocarros contabilizados para os "vinte mil", eles eram muitos mas muitos mais... "quarenta mil" piedosas almas ao todo.
Mais do que razões suficientes para este meu modestíssimo Defesa da Verdade... Ponto!...