Deixem-nos governar!...
O país entrou em guerra surda. A direita quer continuar a governar mas já não consegue, a esquerda também quer governar mas ainda não pode, pois o taralhouco "árbitro" anda nas calmarias a resolver o problema que dizia já ter resolvido se o mesmo viesse a aparecer nas quatro entrelinhas. Tudo letra, anda mas é aos papeis pois meteu-se numa grande caldeirada. E os portugueses lá vão aguentando tudo isto, com muita fé, muita pachora, mas também com muita desconfiança. Que andará esta gente a tramar? Porquê tantas ameaças e punhos no ar? Isto é mesmo para melhorar ou andam a treinar-nos para nos apertarem ainda mais o garrote? Se a direita não tem pernas nem deputados para andar sózinha, porque faz guerra ao Costa por este querer formar Governo com as "esquerdas"?...
É claro que já todos sabemos que ao país, mesmo que um dia venha a ficar atolado num vasto lodaçal de esterqueira, jámais faltarão candidatos para ocupar o desejado cadeirão do poder. O poder é inebriante, o poder dá mais poder ainda, quem tem o poder pode sustentar exércitos de "amigos" que, mais dia menos dia, servirão para alguma coisa, como salvar os costados de alguns quando se meterem em grossas enrascadas com o Fisco ou os Tribunais. Enfim, possuir o poder é ter uma vida boa, é andar em carros topo de gama com todos os extras, pagos pelo Estado (= a pilim do Zé) e trocados de dois em dois anos, sem contar com centenas de esbeltas secretárias e secretários, fresquinhos, saídinhos das Universidades e pagos a peso de ouro, logo disponíveis para todo o "serviço", 24 horas dia.
Posto isto, o Costa e o pessoal das "esquerdas" têm que compreender que a troca de poder não será fácil, há muitos hábitos difíceis de superar e alterar, muitos "contratos" e "promessas" que assim ficarão por cumprir, muitos elegantes rapazinhos e belas e esbeltas garotas que ainda há três ou quatro anos atrás andavam naquelas "praxes" altamente educativas a saltar muros e a desafiar as ondas do mar bravio e agora, de um momento para o outro, sem mais nem para quê, ficam sem aqueles "empregos" de três mil e tal euros para cima. É claro que a pressão vai ser muita, não se larga o poder assim de pé para a mão, as tentações são por demais e, claro, as histerias e dramas alguns dividendos hão-de dar. Pode ser estúpido da minha parte, mas eu, se fosse ao Costa e às "esquerdas", já que os da "direita" tanto querem, deixava-os escanzeladamente governar em pachorrenta e faminta minoria, dando-lhes diariamente "porrada" e desdém na Assembeia, até se irem de vez embora, derreados, chateados, envergonhados, vencidos da vida e corroídos pela sua intemporal e sacrossanta incompetência.
Experimentem... deixem-nos governar!...