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russomanias

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Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

CAPITALISMO - Esqueçam o Adam Smith, o John Locke, o Proudhon e o Karl Marx. Esqueçam essa trêta da economia de mercado, dos meios de produção, da propriedade privada, da célebre lei da oferta e da procura, das diversas teorias sobre a mais-valia e do sacrossanto... "lucro" capitalista. Para quem quizer encher a cabeça de teorias clássicas sobre o funcionamento do capitalismo este não é o melhor lugar. Quem o quizer fazer, o melhor então é ler "O Capital" ou então, olhem, vão à Wikipédia, pois está lá quase tudo. Ao falarmos de capitalismo, do capitalismo português, a música é outra. Os grandes magnatas do capitalismo em Portugal cedo inventaram uma lógica e uma mina que nem o finório do Marx foi capaz de antecipar na sua amplitude... a exploração da grandiosa e sumarenta têta do Estado. Eles são os Mellos, os Champalimaud, os Espírito Santo e outros mais, mas não só. As grandes famílias capitalistas em Portugal sempre tiveram no Estado o suporte para o burilar continuado das suas copiosas fortunas.

 

Mas não são só as grandes famílias, também alguns novos actores saídos do pós 25 de Abril encontraram no Estado e seus apêndices novas formas de "acumulação primitiva de capital". Inscrevem-se nos laboriosos partidos da área do poder (PSD, CDS e PS), concorrem a deputados, ministros e secretários-de-estado, depois saltam para os Bancos e empresas do Estado e saem de lá, depois de seis meses de trabalho árduo a mandar labercas e bitaites, como administradores não executivos, com reformas de milhares de euros, a "acumular" a outras já entretanto sacadas. Ou então, como nos casos BPN, BPP, BES, desaparecem milhões de euros de um momento para o outro e os culpados escaparam para as Caraíbas ou para Cabo Verde, aqui já fazendo turismo como hoteleiros-capitalistas de pleno direito. Quando se portam bem e os partidos da "área do poder" precisam que se calem e não façam ondas, também dá para arranjar umas "acumulaçõesinhas" de 40.000 euros/mês na EDP ou noutras do género. 

 

Mas contudo, e à falta de melhor, uma tarimbadela como presidente de uma boa Câmara Municipal também poderá muito bem dar para o grande "salto em frente" e deixar em andamento, ao fim dos malditos três mandatos, uma boa "acumulação primitiva" com depósitos na Suíssa ou em bens imobiliários em nome dos sobrinhos... bagatelas que de todo em todo garantirão um bom e descontraído final de vida para quem tanto garimpou no lodaçal da política do bi-partidarismo português.

 

Como veem, não é necessário ir à Sorbonne, Oxford, Cambridge ou Harvard queimar as pestanas e ficar empenhado a vida inteira para tirar a "fotografia" ao xico-espertismo do capitalismo português.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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