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russomanias

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Dicionário de Política para Tótós - de A a Z

FUGITIVO - Quem se lembra daquela célebre série de televisão americana "O Fugitivo", seguida pelo filme, com o mesmo nome, interpretado por Harrison Ford? Pois é, em Portugal também temos os nossos "fugitivos", nomeadamente no terreno da política, que é o que nos interessa agora. Os "fugitivos" portugueses são eminentes figuras políticas de primeira grandeza que, de um momento para o outro, e perante a envergadura e dificuldade das tarefa nacionais colocadas pela frente, viraram o bico ao prego e puzeram-se a andar para outras paragens enquanto era tempo de evitar sairem chamuscados. Engraçado contudo que, em detrimento da opção inicial de assumir os destinos do país e conduzir este a bom porto, tenham optado por posições de fachada e internacionalmente submissos, mas sempre com um denominador comum... principescamente bem remunerados!... 

 

Alguem se lembra ainda de António Guterres, Primeiro Ministro do XIV Governo Constitucional? Quando, em Dezembro de 2001, perante a derrota do Partido Socialista nas Eleições Autárquicas desse mês, que fez o homem?... por-se ao fresco foi a solução que encontrou! Isto de estar a aturar o país, o próprio partido e a oposição não dá nem ninguém fica rico com tal. Solução? Há que falar aos amigos da "Opus", sempre tão bem colocados, e encontrar uma solução condigna de tão brilhante crâneo político. E lá aparece então a oportunidade tão esperada: a de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, tarefa penosa e igualmente trabalhosa, pois isto de ordenar às catrapazadas de elegantes secretárias para telefonarem a uns quantos presidentes e monarcas ricos para alargarem os cordões à bolsa e contribuirem para a "sopa dos pobrezinhos" não é tarefa para qualquer um. Claro que já mais difícil no cargo é ter de se deslocar periodicamente, com aquela cara de bem dormido, nutrido e alimentado, às concentrações de refugiados esfomeados e sem tecto nas mais escaldantes e desérticas localidades.

 

Outra figura notória a ter na memória é a do social-democrata Durão Barroso, Primeiro Ministro do XV Governo Constitucional, lugar do qual se demitiu em Junho de 2004. Já em 15 de Março de 2003, na famosa Cimeira dos Açores, Durão Barroso jogou forte na sua posterior carreira política, ao sentar-se ao lado de George Bush, Tony Blair e José Maria Asnar e subscrever o "ultimato" que desencadeou a invasão do Iraque, sob a alegação, posteriormente considerada falsa, de que aquele país possuía material bélico atómico. Repare-se que na Comunidade Europeia mais nenhum outro país alinhou na absoluta "certeza" dos participantes da Cimeira, nem sequer a sempre compreensiva e fiel Angela Merkel. Tão assombrosa prova de "fidelidade" cega por parte do nosso insólito portuga Durão aos obscuros objectivos do Tio Sam só podiam ter como consequência uma promoção futura para um posto de fachada mas de alta confiança. E a oportunidade chegou. Que se dane essa insignificante lusitana mania da hombridade... ser Presidente da Comissão Europeia é que é bom, mesmo que seja só a fazer de conta, pois quem manda mesmo e dita leis é, exclusivamente... a Senhora Angela Merkel!...

 

Outros "fugitivos" andam por aí... mas estes são os politicamente mais interessantes, destacados e famosos.