Dicionário de Política para Tótós - de A a Z
BARÃO - "As armas e os barões assinalados que, da Ocidental praia Lusitana..." (Os Lusíadas, de Luís de Camões). Já há muitos anos que temos Barões em Portugal, vindos já dos tempos da monarquia, onde ponteavam como grandes proprietários rurais e, por vezes, ocupando importantes cargos políticos. Os Barões de hoje em dia poderão ser igualmente grandes terratenentes como outrora, mas também grandes empresários nortenhos da indústria têxtil, de grandes orgãos de comunicação social, da indústria de construcão civil ou de poderosos grupos financeiros. Normalmente não aparecem à vista desarmada nem dão a cara, mas o que interessa é que são eles quem manda e quem decide os destinos deste país. Não importa quem vota a favor de quem ou contra quem nos grandes partidos, os Barões decidem e tudo se desenrolará segundo a sua vontade. Que o diga Luís Filipe Menezes, aquando da sua eleição para presidente do PSD, logo putativo candidato a primeiro ministro. Os barões do PSD não mais se esqueceram do Congresso de 1995 e o ataque impetuoso do nortenho Menezes ao eixo "sulista, elitista e liberal". Marcaram-no de prontinho e... zás!... quando Menezes pensava já que era uma verdadeira estrela e numa questão de tempo o poleiro do poder lhe cairia de caras nas mãos, os Barões do partido, na sombra, tiraram-lhe sorrateiramente o tapete e o coitado do homem estatelou-se estrondosamente no chão. Nas eleições autárquicas de 2013 o impetuoso Menezes, mais uma vez, lá tentou a sorte de chegar pelo menos ao cadeirão da Câmara do Porto, mas nem aqui alguns dos Barões do seu partido deixaram de actuar na sombra e o azarento e já marcado Menezes... pimba!... mais uma vez malhou, traído de novo.
Convém nunca desprezar o poder efectivo dos Barões cá da terrinha... eles é que decidem e a Democracia é somente para constar da fotografia!...
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