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russomanias

russomanias

Ora bolas!...

Uma onda de inesperada perseguição percorre o país. Perseguem-se os malditos incendiários que espalharam o inferno este verão de norte a sul e ninguém sabe dizer quem lhes pagou a encomenda, embora haja quem pelo menos desconfia. Os sempre atentos e valorosos homens e mulheres da ASAE perseguem os donos dos restaurantes porque alguns desses malandros acondicionam os alimentos no meio de ratos e baratas e o artólas do tudo mama e nem pia. Já o polícia persegue os assaltantes e, de vez em quando, acerta com uma bojarda na cabeça ou nas costas dos coitados dos gatunos. Mas como o polícia tinha mais é que estar quieto e deixar a vida rolar, persegue-se o polícia e deixa-se o gajo sem chêta para comer e sustentar os filhos, que é para a próxima aprender e dar um forte aviso aos restantes como ele. Agora, como ter 50.000 euros, ou mais, na conta do Banco é fortemente duvidoso e indícia actividade fraudulenta ou pelo menos duvidosa, pelos vistos vão ser perseguidos os depositantes cuja guita atinja tais proporções. Mas como não tenho semelhante grana, nem para lá caminha, à guarda do triste e depenado Banco que me contabiliza os tostões, perseguido penso não vir a ser pelo menos eu, escapando assim, e deste modo, à mais que certa exposição pública de tão rebaixante e vergonhoso delito.

 

Mas o mais inacreditável acto de perseguição de que tenho tido ocasião de me dar conta tem a ver com a super lucrativa actividade dos vendedores das famosas bolas de berlim que nas luminosas praias de norte a sul do país passeiam o seu conhecidíssimo milionário negócio sem se preocuparem em alombar às costas, além das cremosas bolas, com a respectiva e obrigatória impressora para passar facturas, situação que em muito tem prejudicado o depauperado erário público, constituindo talvez até a principal causa do "déficit" crónico do país. É que, e é bom que se diga, se se perseguem tenaz e impiedosamente, e se metem na prisão, os donos e administradores do BPNBES, BPP, BANIF e CAIXA, por nos terem sacado à socapa uns bons milhares de milhões, por que raio de motivo se devem deixar à solta e à vontade uns pobres coitados que têm de governar a sua triste vida com uns miseráveis tostões?... ora bolas!...