Pobre Europa
Sempre admirei aquelas famílias que sempre encontraram formas de se manterem unidas e ligadas pelos tempos fora, em que os mais fortes fazem as mais das vezes questão em ajudar os mais fracos e os tratam sem desdém, em que os mais fracos falam dos mais fortes com carinho e de igual para igual. Bem sei que hoje em dia é cada vez mais coisa rara de se encontrar, mas esses casos existem, e cada um de nós certamente conhece um caso ou outro em que assim efectivamente é ou aparenta ser. Sim, disse aparenta, porque igualmente muitas vezes sucede que a realidade não corresponde ao que nos é exuberantemente mostrado, sendo pelo contrário totalmente o oposto do que nos é compassivamente "vendido", acontecendo não poucas vezes que o mortífero "veneno" se esconde por detrás da mais pura e angélica criatura.
E o que se passa entre famílias é igualmente o que na maior parte dos casos sucede entre países, nomeadamente entre os diversos que compõem a Comunidade Europeia, em que os mais poderosos predominantemente chutam para o canto os mais fracos e deles se aproveitam para engordarem e aumentarem as largas distâncias que já os separam. Veja-se o caso da multinacional alemã Volkswagen, e o que porventura aconteceria se a empresa infractora fosse de uma Espanha, Portugal ou da Grécia. Repare-se no caso da Inglaterra, que já assumiu que foi um erro ter atacado o Iraque, mas que agora se recusa a assumir as suas responsabilidades e a abrir as portas aos refugiados oriundos à Europa em resultado dessa sua loucura. E agora, como se tem verificado no caso do ataque terrorista em Paris, às fronteiras comuns que compõem a Comunidade não tem correspondido, como deveria corresponder, a troca entre países de informações relevantes no que diz respeito à necessária segurança do conjunto da "família" europeia. Afinal... que "família" é esta?...
Pobre Europa.