Portugal, Rússia e... Alemanha!...
Nestes últimos dias temos ouvido de manhã à noite as fantásticas e espaventosas notícias de que aviões e navios russos voltaram de novo aos tempos da chamada "guerra fria" e se atreveram a sobrevoar o espaço aéreo e a navegar em águas internacionais muito próximas das nossas costas. E logo o nosso ministro da defesa deste raquítico país à beira mar esquecido, comparado com a Rússia, muito se ufanou em demonstrar que os pilotos dos nossos dois caças F16... mandaram os aviões russos embora com acenos de mão. A cena é ridícula, e mais ridículo ainda é pensar que esta gente está mesmo convencida que o povo português é bacôco e vai cair na conversa de se deixar distrair com os avanços russos e esquecer a grande barracada que tem sido a prestação do actual governo à frente do país. O perigo para Portugal não vem da Rússia, pois a Rússia nitidamente o que pretende é testar os meios de alerta da Europa perante um perigo iminente e, claro, aproveita também para dizer aos europeus que nada de brincadeirinhas na Ucrânia pois, em caso de necessidade, ainda dispõe dos argumentos suficientes para defender o que considera ser a sua área de segurança.
Para muitos europeus o que está é bem claro que o verdadeiro perigo para a Europa vem antes da Alemanha, país que, juntamente com a França e outros países do norte, destruiram com fundos europeus a indústria e a agricultura dos países do sul e agora, perante a dificuldade destes relativamente à crise dos mercados, se aproveitaram para apertar o garrote e ganhar milhões à custa de países como a Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda. Torna-se pois uma intromissão escandalosa da Senhora Angela Merkel vir agora dizer, como o fez há dias, que Portugal e Espanha deveriam diminuir o número dos seus licenciados. Isto é, a Alemanha sustenta o seu poderio económico na continua qualificação da sua população e, por outro lado, quer sugerir (impor!...) que os países do sul da Europa não qualifiquem tanto os seus habitantes. Como exemplo de puro egoísmo ideológico e político é difícil encontrar melhor. Será desta forma sectária e xenofoba que se construirá a Europa democrática e solidária?