Portugal também é... Portugal!...
Há dias o presidente da Comissão Europeia, o luxemburguês Jean-Claude JUNCKER, definiu numa só e pequeníssima frase o que é hoje em dia a União Europeia. Purguntado por um jornalista qual a razão de a França não ser ameaçada de penalização por ter tido um "déficit" que ultrapassou os 3%, ao contrario do que aconteceu com outros países como Portugal, o Senhor Juncker pronta e muito naturalmente respondeu que a razão é que a "França é França", querendo com esta afirmação significar que na União Europeia existem regras e disposições que todos têm de cumprir, à excepção de grandes países como a França, a Alemanha e a Inglaterra. Por conseguinte, nada se torna mais evidente que o conceito de uma Europa igual e solidária foi chão que já deu uvas e que agora do que se trata é de os grandes estados europeus construirem as suas economias e resolverem os seus problemas se possível às custas dos vizinhos de menor dimensão geográfica e mais fraco desenvolvimento económico.
Agora, com a aproximação do referendo inglês do próximo dia 23 de Junho e a existência de uma real probabilidade de a votação resultar num "não" à União Europeia, mais claro se torna que a possibilidade de um futuro desmembramento é bem real e não será então de estranhar o facto de outros países poderem vir a optar futuramente por uma mesma solução. É que já não dá mais para continuar a "viver" numa mesma "casa" em que um dos membros é o mandão (Alemanha), dois ou três são os filhotes privilegiados (França, Inglaterra, Holanda) e os restantes, principalmente os do sul do continente, não passam de simples "criados" que deverão estar sempre aptos para alimentar as ambições, egoísmos e vaidades das variadas elites teutónicas.
É que, minha boa gente, se a "França é França", Portugal também é... Portugal!...