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russomanias

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"Tão simples como as pombas..."...

Não, não me contem mais uma vez a longa história de alguém como se de um super homem ou uma super mulher se tratasse, dêem-me antes um pequeníssimo pormenor da sua vida, uma simples frase, que em si possam resumir uma forma de viver, uma maneira de pensar, um estado de alma. E foi o que assim fez Fernando Santos, treinador da Selecção de futebol de Portugal, na noite do passado domingo, logo após a inesquecível vitória de 1 - 0 contra a  mais que favorita França. Um jornalista brasileiro, que logo começou por qualificar o treinador Fernando Santos como um grande "frasista", terminou perguntando-lhe se poderia resumir a actuação dos jogadores de Portugal no Euro 2016 numa simples frase. Fernando Santos, impávido e sereno, e como que respondento a toda a infindável chusma de críticos que lhe tentaram cerradamente atravancar o caminho da glória dentro e fóra do país, inclusivé jogadores e treinadores de outras selecções, fez-lhe a vontade e logo de seguida disparou certeiro... "tão simples como as pombas, prudentes como as serpentes"!... E foi assim, no entender de Fernando Santos, que chegamos ao cume do futebol Europeu, actuando de forma "simples" e "prudente".

 

Se não deixa de ser para mim uma grande verdade que até hoje não vi ainda reproduzida condignamente, pela majestática imprensa portuguesa, esta aparentemente simplista mas bem profunda "lição" de estratégia digna de um Sun Tzu dos tempos modernos, e que no fundo traduz e explica, sinteticamente, o êxito alcançado pelos nossos valorosos rapazes em França, cabe contudo perguntar: porquê esse azedume contra alguém que, como no caso dos "300 gregos" contra o exército persa na Batalha das Termópilas, teve que se amanhar com aquilo que tinha e não com aquilo que desejava? Porquê persistir no argumento de que o coitado do homem, o "senhor engenheiro", não priveligia o futebol "bonito", quando com o futebol bonito o mais que conseguimos foi chuchar no dedo durante todos estes anos? O futebol que praticamos é "feio"?... talvez... mas foi com ele que atingimos o topo do futebol europeu, de uma forma simples... "tão simples como as pombas..."...

 

 

Muito orgulho!...

É claro que a grande maioria dos portugueses não poderia estar mais orgulhosa da nossa Selecção de Futebol. Ganhamos finalmente o Euro 2016, carago!... São as bandeiras de Portugal nas janelas e nos carros, são as bocas foleiras contra alguns dos "teóricos" franceses que já davam como certa e indiscutível a vitória contra Portugal e o Euro no papo. Enfim, é todo o levantamento de uma nobre nação rejubilando pelo nosso grande feito futebolistíco e desportivo. Toda a gente ficou feliz e cá em casa alguém até me disse que já há muito tempo que não me via tão exaltado e a saltar e a gritar de contente. E foi verdade, só que os meus motivos de grande alegria e forte orgulho talvez não sejam os da maioria dos portugueses, penso eu, mas sobre isso não tenho bem a certeza. O que me fez saltar a tampa e gritar bem alto com a vitória de Portugal foi uma mistura de muita coisa, foi pela espectacular conquista desportiva do nosso país, é certo, mas o forte sentimento que me atirou para as alturas foi muito mas muito bem mais profundo.

 

Com o fusilamento certeiro do Éder eu senti com toda a força a resposta afirmativa de todo um povo às humilhações e afrontas que toda uma nação tem sofrido às mãos dos tirânicos e poderosos manda-chuvas da velha Europa, senti o quanto é mesmo verdade possível construirmos um país diferente e ganhador, despojado dos conhecidos vendilhões e traidores que dentro e fóra manipulam as nossas vidas, a nossa frágil economia, o nosso corrupto sistema financeiro, em seu exclusivo benefício pessoal e em detrimento deste pequeno mas orgulhoso país. Com a vitória de Portugal sobre a França eu senti o extravazar de orgulho dos nossos emigrantes, a sua sede de gritar bem alto: eis aqui, finalmente, o "petit portugais" que vocês por vezes tanto enxovalham e que esta é a sua vez de levar o famoso "caneco" para casa; e vi também o rosto provocador e sorridente do criminoso Blatter a gozar com o nosso Ronaldo, e logo com o seu povo, e de seguida o seu ar de espanto e incredulidade quando o mundialmente famoso capitão de Portugal levantou a Taça do Euro 2016 e a mostrou bem alto a centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. 

 

Sinto muito orgulho de ser português, pelo extraordinário desempenho da nossa Selecção de Futebol, mas também pelas muitas respostas que demos aos que duvidaram, e porventura ainda duvidam, das nossas comprovadas capacidades para contribuir para um mundo mais equilibrado e justo... em que os pequenos também deverão ser tratados como gente!...

 

 

Quanto pior melhor... PORTUGAL!!!...

Lembram-se daquela fábula de Esopo sobre a lebre e a tartaruga? Pois é, a tartaruga não era nada favorita mas no fim foi quem terminou a corrida em primeiríssimo lugar. Devagar, muito devagarinho, aproveitando-se dos erros e facilidades concedidas pela adversária, a tartaruga acabou por levar de vencida a sua, à partida, invencível concorrente. Em suma, e como moral da história... "de vagar se vai ao longe". E assim, no próximo domingo vamos ter na final do Euro 2016 contra a França não uma selecção de Portugal até agora brilhante, espectacular, de encher o olho mas, pelo contrário, uma selecção muitíssimo pragmática, corredora de longo curso, paciente, calculista, oportunista no sentido desportivo do termo. Tem feito jogos bonitos de se ver?... não. Tem feito exebições exuberantes?... também não. Tem marcado golos até dizer basta?... naturalmente que não. Mas, melhor ou pior, tem desbaratado, um a um, os adversários que lhe têm aparecido pela frente, tem evidenciado garra e descernimento colectivo, tem-se mostrado segura e sem qualquer tipo de receio ou mêdo perante equipas que, à partida, estariam melhor predestinadas. E isso não é bom?...

 

Claro que é bom. É mesmo muitíssimo bom!... Em anos anteriores temos tido equipas no Euro e nos Mundiais de futebol com exebições fantásticas, com golos fenomenais, com colectivos e valores individuais de topo em qualquer parte do mundo. Mas, fóra tudo isso, nunca trouxemos para casa o comprovativo do nosso valor, nunca vencemos nada a nível de selecção sénior. Por isso, se é a jogar mal e porcamente que vamos chegar ao "caneco" que os quinze milhões de portugueses tanto suspiram, se é a fazer jogo feio e a rapilhar "cientificamente" a bola dos pés dos adversários e a marcar golos ao calha e quando a Nossa Senhora de Fátima quizer, se assim está predestinado que assim seja, tudo à defesa e entupam a nossa baliza de qualquer maneira e tudo ao ataque e fé em Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Se é desta forma que nos vamos afirmar na Europa como nação orgulhosa e batalhadora... quanto pior melhor PORTUGAL!!!...

 

 

 

Eu tive um sonho!...

Lembram-se daquele célebre discurso de Martin Luther King "I have a dream"? Pois é. Quem de nós já não teve alguma vez um sonho que um dia seria isto ou aquilo, viajaria talvez a uma região distante, veria o seu país numa determinada situação, presenciaria os seus filhos ou netos abraçar uma determinada causa ou profissão. A mente humana é desmesurada e nisto de sonhos o seu poder e alcance são infinitos. Quando somos crianças o sonho ocupa a parte mais importante do nosso dia-a-dia e projecta-nos para tempos e situações que fazem parte do maravilhoso. Não importa que o sonho seja difícil de concretizar ou que a realidade seja mais perversa e dura que se possa imaginar. O sonho flui, faz parte da nossa manifestação diária e quem sonha só por si já é feliz. Depois o tempo passa, a vida encarrega-se de nos moldar o espírito e o sonho, esse, encontra cada vez menos espaço para se espressar livremente. Aos que se atrevem na idade madura a dar-lhe asas logo se atira, com desdém... "és um sonhador"!...

 

Por tudo isso, raramente me atrevo a expressar em alta voz um sonho fóra do meu circulo familiar, que me conhece bem e não se admira nada de presenciar um qualquer adulto imbuído de espírito livre e sonhador. Só que desta vez o meu sonho foi mais abrangente e pode talvez, caso se concretize, afectar, para o bem ou para o mal, todo um país. E trata-se nem mais nem menos de ter um dia destes sonhado que Portugal iria enfrentar a Alemanha na final do Euro 2016 e que o Sergío Conceição foi confidenciar com o Ronaldo, o Renato e o Quaresma e contar-lhes o que lhe passou pela cabeça quando enfiou 3 sêcos à Alemanha no Euro 2000, tendo os nossos 3 magníficos jurado ao herói daquele Portugal - Alemanha de 2000 que pelo menos cada um deles iria enfiar um valente sêco no "galinheiro" teutónico no final deste Euro 2016. É mais que evidente que se tal acontecer o pobretanas e pequenino Portugal terá mostrado à poderosa e mandona Alemanha que desta vez teremos não um mas três Davides para enfrentar o medonho Golias que tem atormentado a velha e arquejante Europa. Claro que numa tal situação o terrífico Schäuble não nos irá perdoar a afronta e... adeus fundos Portugal 2020, o que, não sendo uma tragédia nacional, pelo menos iria afectar muito gravemente todo aquele tecido empresarial português sempre muito habituado a reforçar as suas valiosas colecções de carros de luxo com os fundos da União Europeia.

 

 

Todos os caminhos vão dar a... St-Denis!...

Quando era miúdo ouvia várias vezes do meu avô paterno variadíssimos ditados populares, quase sempre minuciosamente encaixados em situações concretas da vida. Assim, quando eu o questionava sobre a forma de chegar a determinado lugar ele rematava... "quem tem boca vai a Roma"!... Por vezes eu perguntava-lhe por qual caminho deveriamos optar e ele logo soltava... "todos os caminhos vão dar a Roma"!... Eu achava-lhe imensa graça e, com o tempo, fui percebendo que tais ditos populares não eram outra coisa senão a experiência da vida traduzida de forma simples e expressiva pelo povo, e percebi também que lhes deveriamos dar a máxima atenção já que não deixam de ter a sua utilidade. Ainda hoje, quando chego a uma recôndita terreóla qualquer e pretendo saber, se não o souber, onde fica uma empresa, um restaurante, um museu ou outra coisa parecida, não tenho problema algum e pergunto a quem passar por perto, enquanto que quem me acompanha por vezes fica muito admirado ou até perplexo com a minha postura. Mas eu não me importo... já que estou mesmo convencido que o meu saudoso avô é quem tinha razão.

 

Mas o que me fez hoje vir aqui foi o tratar de saber se a nossa Selecção de Futebol, tendo jogado ultimamente tão mal e sem qualquer tipo de direcção ou de identidade própria, tem ou não efectivamente condições de chegar à final do Europeu 2016, em St-Denis, França, no próximo dia 10 de Julho. Não tem jogado nada bem sim, mas tem obtido resultados que lhe têm permitido seguir em frente, não tem sido fulgurante nem tem apresentado um futebol bonito de se ver, mas demonstra agora que apesar disso tudo tem uma alma, estabalhoada embora, mas tem uma alma e procura afincadamente um caminho que lhe permita chegar a "Roma", desculpem, a St-Denis, no próximo dia 10 de Julho. E isso é bom, porque talvez não seja o "caminho" de que mais gostariamos, talvez não seja o "caminho" belo e fulgurante que por vezes nos habituamos a ver e que nos tem de quando em quando feito sonhar, mas é o "caminho" que calhou de ser o seu, e isso é o mais importante, porque se é este o "caminho" que mais lhe serve, pode muito bem inesperadamente chegar no dia 10 a "Roma", desculpem, ao Stade de France, em St-Denis.

 

 

Vamos a eles!...

Não me venham agora para aqui dizer que lá por não alinhar inteiramente em alguns dos muitos esquemas montados para nos alienarem a alma e o corpo isso me proibe de gostar de futebol. É claro que já passei aquela fase de andar triste ou encafuado dado o facto de a minha equipa do coração perder a partida de futebol contra o rival, ou até de desancar forte e feio nos meus mais chegados amigos de peito por estes me emprastarem a cabeça com mesquinhices sobre transferências ou ordenados astronómicos de jogadores. Outra coisa muitíssimo bem diferente são os resultados da nossa selecção nacional, pois aqui vem-me ao de cima o meu orgulho de ser português e a possibilidade de um pequeno país como o nosso mostrar no terreno do desporto actual aquela veia ganhadora que já nos caracterizou outrora como nação. Sim, que isto de ver Portugal espezinhado lá fóra ou cá dentro tem sido, infelizmente, o pão nosso de cada dia, como aquela triste situação de ver o nosso jovial presidente Marcelo ajoelhado perante a protuberante Senhora Merkel, pedindo-lhe para que a Europa (a Europa que dizem que é ela...) não nos aplique o castigo relativo ao incumprimento do "déficit", ou aquela outra cena miserável de o nosso riquíssimo país rejeitar para a Namíbia o espólio da sua afundada caravela quinhentista "O Bom Jesus", carregadíssima de moedas de ouro e de outros preciosíssimos artefactos, precioso património da nossa gloriosa história.

 

É claro que não lhes vou agora pedir, como muitos outros o fizeram já, que Portugal traga para casa a taça correspondente a campeão Europeu de 2016, que isso é não ter em consideração que, para além do futebol praticado em campo, muitas outras circunstâncias contam para se cair nas boas graças dos grandes senhores do futebol mundial e lhes "sacar" o troféu tão ambicionado, e isto sem querer embarcar nas chamadas "teorias da conspiração" claro, mas sim o que peço aos nossos actuais "heróis" do relvado é que sempre que apanhem pela frente uma senhorial Inglaterra, uma soberba França ou uma irascível e petulante Alemanha, lhes preguem três sêcos sem resposta como já aconteceu no passado, e nos vinguem das inúmeras afrontas com que nos têm atormentado lá fóra, juntamente com as dos seus tristes "amigos" cá dentro.

 

Por tudo isto, meus bravos... vamos a eles!...

 

 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!...

Andávamos todos nós muitíssimo preocupados com a triste desgraça dos meninos dos Colégios privados e das famosas 35 horas semanais para a função pública quando, na verdade, o nosso país tinha muitas mais outras situações para resolver, por sinal muito mais preocupantes, a primeira das quais passava por saber de que forma o pai do actual Futebol Clube do Porto iria resolver o buraco do treinador para a próxima época, sim, que era certo e sabido que o simpático Peseiro afinal não tinha estofo para tão grande responsabilidade que era a de devolver toda a grandeza a que a massa associativa do clube estava habituada. O certo é que, após se ter corrido com aquele grande "chouriço" que tinha sido o Vitor Pereira, desprezado pelas "massas" por ser oriundo de uma família humilde ali para os lados de Espinho, mas que afinal fôra quem dera, depois de muito sofrer, e com um miserável salário de tostões, os últimos dois campeonatos de que o FCP se pode gabar, nunca mais o glorioso, a partir daí, ergueu a taça ou sequer olhou de frente para os arqui-inimigos da capital.

 

É claro que, pelo que sabemos das restantes redações jornalísticas, já o pai vem incumbindo o filho varão de começar a tratar de assuntos de relevante importância para o futuro da agremiação, sim, que bom rei é aquele que em vida prepara o herdeiro para as agruras que inevitavelmente lhe advirão depois de morto, como será o caso oxalá que daqui por muito tempo, mas o certo é que a medida já deu frutos e eis que, num ápice, apareceu para novo treinador, o noviço... Nuno Espírito Santo. É claro que vocês logo me dirão que este é um daqueles muitos ex-jogadores e agora treinador à Porto, congeminação esta muito longe de mim colocar em dúvida, só me restando pelo contrário perguntar... se para além do treinador os restantes outros jogadores azuis também o serão? 

 

É que, sem igualmente jogadores à Porto só nos resta confiadamente olhar para o ceu, esperar o melhor e benzer-mo-nos... em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!...

 

 

Parabéns Benfica!...

É claro que alguns dos que me conhecem vão já dizer que baixei de nível e estou a perder qualidades ao dar os parabéns ao Benfica pela conquista de mais um campeonato. Alguns até, da velha escola do Manuel Serrão, vão muito provavelmente dizer que um verdadeiro portista deve é desejar tudo do pior aos adversários e que a vida lhes corra mal e porcamente. É claro que não me revejo em semelhante postura, antes me posiciono naquela resma de lunáticos que enaltecem o que há de bom, esteja ele onde estiver. E isto porque, quando miúdo, a minha primeira "doença" começou por ser mesmo o glorioso Benfica de Eusébio e Simões, então equipa que jogava verdadeiramente futebol, levava tudo à frente e os outros se limitavam a ver jogar e a lamentar-se dos árbitros e do azar. Depois veio a era Pinto da Costa, altura em que o Futebol Clube do Porto jogava que se fartava e tudo o resto era "paisagem". É claro que o homem nunca teve culpa de perceber da bola até dizer basta e o restante da claque de dirigentes nacionais, tanto do Benfica como do Sporting, jámais ter tido pedalada para acompanhar semelhante crâneo desportivo. Resultado, sendo eu nortenho... começou a doer-me o coração para os lados do FCP.

 

Ultimamente, há que honestamente dizê-lo, tanto os dirigentes do Benfica como os do Sporting foram ao baú das recordações e fizeram um profundo levantamento dos fundamentos e princípios que conduziram o FCP a semelhante hegemonia nos últimos anos e, pura e simplesmente, trataram de imitar o Pintinho em tudo quanto lhes era possível. Alguém ouve hoje em dia o Vieira a lamentar-se dos árbitros?... nunca!... o Benfica tratou foi de arrumar e organizar a casa à maneira do "inimigo" do norte, embrenhou-se em descobrir e em comprar "craques" por 5 e em tratar de vendê-los por 50, concentrou-se em jogar futebol em todas as quatro e demais "linhas" como já ensinava mestre Pedroto e, quanto ao demais, trabalho e... bico muito calado. E os resultados apareceram. Inevitavelmente... tinham que aparecer!...

 

Por tudo isto, e lamentando que Pinto da Costa tenha andado ultimamente distraído com outras "preocupações"... os meus parabéns Benfica!...

 

 

Futebol à Porto e as gargalhadas de Vitor Pereira

Por estes dias anda por aí muita gente triste e desanimada e com a auto-estima completamente em baixo pelo facto de o Futebol Clube do Porto já ter vergonhosamente arrumado de vez as chuteiras e ter antecipadamente dito xausinho ao glorioso campeonato. Claro que se me perguntarem se fico satisfeito com isso digo logo redondamente que não, se bem que cá dentro, bem no meu íntimo, exista uma vozinha teimosa que me diz repetidamente... "bem feito"!... e, de quando em vez, lá me lembra ela que o último campeonato ganho pelo FCP foi nos tempos idos do Vitor Pereira, aquele rapazito lá dos lados de Espinho que na época de 2011/2012 foi atirado às feras e, atónita e inesperadamente, desafiado para segurar e comandar os azuis e eis que, olha, aos empurrões e às caneladas, ganhou mesmo o campeonato. É claro que o franganote, arraçado de vareiro e com o curso de Educação Física tirado com muito esforço, sacrifício e muitas correrias debaixo de chuva, não tinha, aos olhos da velha "nobreza" nortenha, aqueles tiques de classe bem falante que deve caracterizar os Mourinhos e os Vilas Boas quando acossados pelos jornalistas. Desde logo então se percebeu, pelos ditos dos chefões das claques, que aquilo não tinha jeito de gente para um FCP de gabarito mundial e o melhor seria o despachá-lo o quanto antes.

 

É claro que o Vitor Pereira até poderia ser tudo aquilo e mais alguma coisa, mas também era um treinador à Porto, com garra, com alma, daqueles que puxam dos galões nos treinos e no campo e transmitem a seriedade e a confiança que transformam os inesperados infortúnios em vitórias e os campeonatos putativamente perdidos em campeonatos ganhos, como foi o caso do de 2012/2013, que também ganhou, e em que o Benfica até já tinha a festa encomendada. Enfim, o puto Vitor Pereira foi naqueles dias, e continua a ser ainda hoje, um treinador predominantemente vencedor. Porque razão saiu então do FCP, porque razão não seguraram firme no destemido e hábil "rapazote" e lhe deram a oportunidade, mais que justa pelos bons resultados apresentados, de continuar, no clube que tão bem defendera, a cimentar e a desenvolver a sua veia ganhadora? Porque não sabia supostamente "falar", porque não tinha "classe" para o cargo, porque era originário de um meio "pobre" e esse estigma ainda lhe assomava por vezes na face? Em suma, diga-se claramente... descartaram um vencedor por preconceitos de classe.

 

Pois agora eu pergunto: que fez de bom o Futebol Clube do Porto após ter descartado o rapazote?... nada!... presentemente até parece que já sinto as sonoras gargalhadas do "mister" Vitor Pereira... ah!... ah!... ah!.. "mas que fantástico futebol à Porto, senhor presidente"!...

 

 

Ai Jesus... tanta massa!...

Estas duas últimas semanas o país tem vivido suspenso de outras tantas grandes dúvidas sobre o seu futuro imediato. Terão essas questões a ver com o rumo a tomar pelo país logo após as próximas eleições legislativas, a realizar a seguir ao verão? Ou serão antes assuntos ligados à descoberta de uma nova Lista VIP, desta vez direccionada para empresas "amigas" da ASAE e que não deverão ser importunadas, sob qualquer forma, a fim de que possam prosseguir os seus sagrados objectivos de incrementar a economia e "exportar" a qualquer preço? Ou terá tudo antes a ver com o agora acutilante apelo de Passos Coelho para o regresso ao país dos jovens que em 2012 mandou desbragadamente "emigrar"? Não, parece que não tem nada a ver com isto, parece que se trata antes de duas situações muito mais acutilantes para o país... muito mais determinantes!...

 

De que se trata então? Trata-se dessas duas importantíssimas questões de saber quem vai ser o novo treinador do Benfica, se o Rui Vitória ou o Marco Silva, e daquela outra de se saber se o Jorge Jesus fez bem em sair do Benfica batendo com a porta na cara do Filipe Vieira. Estas duas questões básicas, determinantes e, como se diz agora, estruturantes, do nosso futuro político como país, são de facto o "leitmotiv" que faz hoje mexer e mobilizar o país na senda de novos amanhãs mais prósperos e risonhos, no fundo, são a grande razão de estarmos hoje vivos e em luta acesa pela nossa sobrevivência como nação. Pois se o Jorge Jesus vai para o Sporting ganhar seis milhões por ano, isso só demonstra a confiança que o mercado tem na pujança da nossa presente economia e só o podemos admirar por isso, por ter tido a coragem de trapear a distraída águia e se preparar agora para enloular o há muitos anos esperançoso... leão.

 

Como diria o meu saudoso tio Bonifácio... "ai Jesus... tanta massa"!...