Aqui há dias chamou-me a atenção uma reportagem da SIC que passou no Telejornal das 8. Tratava-se de dar a conhecer um trabalho de investigação durante um ano inteiro a uma turma do 9º ano. Nesse trabalho tentava-se perceber realmente o porquê de vários milhares de alunos se deslocarem diariamente à escola sem demonstrarem a mínima disposição para aí estarem, aí permanecerem contra a sua vontade e estarem-se pura e simplesmente marimbando para o que os professores e, já agora, as professoras (cuidado com o BE!...), diziam. O assunto interessava-me imenso, pois quem é que não conhece alguém da sua família com situações dessas, já que se trata de uma "epidemia" em massa que grassa nas nossas escolas e um pouco mais de compreensão talvez começasse a impedir o alastrar da "doença"?
As explicações dos professores e professoras para o perigoso "fenómeno" que prolifera na nossa sociedade e contribui, e de que maneira, para um maior empobrecimento do país, logo começaram a desfilar nas bocas de quem contacta diariamente com os alunos nas escolas: as matérias que são dadas nas escolas são extensíssimas e dadas à pressa, pelo que grande parte dos alunos não consegue acompanhar o professor; impera o princípio do "passa passa", em que o professor "passa" a matéria para o quadro e o aluno logo a "passa" para o caderno, uma "tecnologia" do longínquo século XVIII, como explicou um professor e especialista na matéria; enquanto os professores despejam, num autêntico frenezim, as suas "aulas" de 90 minutos de palração, os alunos, para arejarem e fugirem ao tédio e ao sono, socorrem-se da sua potente tecnologia do século XXI (smartphones, ipad's, iphones), enviando mensagens e dando uma passadinha pelas "redes sociais" com os seus inúmeros "amigos" e "amigas", com o intuito de se manterem minimamente despertos e darem assim algum sinal de presença aos professores.
Mas que é isto?... os responsáveis pelo ensino em Portugal permitem-se persistrir num sistema do século XVIII nas salas de aulas frequentadas pelos nossos filhos e não fazem nada para alterar esta humilhante e devastadora situação?... será tudo premeditado ou estaremos somente perante mais uns autênticos paranóicos do século XXI?...
Foi em tempos, antes e logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, um daqueles meninos mimados e priveligiados que se deram ao trabalho e espaventosa militância em favor da secularmente explorada classe operária, aderindo àquele que foi o aguerrido e belicoso PCTP/MRPP (Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses/Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado), muitíssimo bem falante matilha de assanhados pequeno-burgueses universitários que se destacaram no ataque a tudo que viesse do lado dos defensores da revolução e no sentido de confundir o máximo possível, naqueles extremados anos de 74/75, todo o "povão" da esquerda. Atingido esse objectivo com o 25 de Novembro de 1975, o nosso homem decidiu mais à frente pregar uma grande traição à sua classe operária e aceitar o convite para se inscrever em 1980 no PSD, facto que constituiu, sem dúvida, uma grande afirmação do seu então já incipiente e rastejante "modus operandi". Dotado daquela visão, persistência e constância que caracterizam a sua outrora amada classe operária, torna-se em Maio de 1999 líder do PSD e em Abril de 2002 é já Primeiro Ministro deste país.
Agora no seu tão sempre adorado poder, mas aqui já sem aquela caricatura da ditadura do proletariado, o cherne, desculpem, o nosso homem decide então convidar aquela grande craveira intelectual e moral que foi George W. Bush para a conhecida Cimeira das Lajes, tendo-se aí decidido, com mais uns quantos crâneos de idêntica estatura, que o ocidente deveria atacar o Iraque por posse de armas nucleares, naquilo que por todos eles foi já considerado uma grande mentira e uma igual traição a todos quantos neles confiaram e elegeram. Mas a clamorosa tramoia e idêntica traição foram tão grandes e convincentes que os grandes da Europa e da América, admirados e reconhecidos por tanta patranha, logo convidaram o expedito homem para o seu seio e coroaram-no Presidente da Comissão Europeia em Novembro de 2004. Embevecido por tão grande honra e nem querendo acreditar que passaria agora a tomar o pequeno almoço e por vezes mesmo o lanche com os "grandes" do velho continente, o facto é que logo se esqueceu que era oriundo do sul da Europa, nomeadamente de Portugal, e passou foi a servir de criado de quarto à toda possessiva e exclusiva Senhora Merkel, cometendo assim uma flagrante traição aos principais princípios que estiveram na base da construção europeia, nomeadamente aquele que se referia à solidariedade com as regiões menos desenvolvidas.
Em 2014 a "coroa" da Presidência da Comissão Europeia passou para Jean-Claude Juncker e o nosso portuguesito fiúza foi convidado para a nova traição de presidir a partir de agora ao banco Goldman Sachs International, inimigo declarado dos povos europeus e um dos prinpais responsáveis pela crise que se instalou nas diferentes suas economias. Agora, quando lhe foi comunicado, pelos que lhe bateram palmas, que passaria a rastejar, como os restantes, sem tapete vermelho, quando viesse solicitar à Comissão Europeia mordomias para o banco a que preside, sentiu-se muitíssimo "traído" e desconsiderado. Coitado do homem, quanta injustiça, quanta desconsideração, quanta falta de merecido reconhecimento, quanta falta de contrapartidas pelos relevantes "serviços" prestados, quanta traição!... mas a vida é mesmo assim... e aqui se voltou a repetir, mais uma vez, o velhíssimo provérvio de que "traição com traição se paga"!...
Já li em qualquer lado que as principais obras literárias mundiais dignas de serem lidas já foram todas impressas há muito tempo, pelo que o que agora nos chega diariamente não passa de simples entretenimento de duvidosa qualidade. Por isso ou não, o que é certo é que sempre que posso não deixo de dar uma ligeira saltadinha às inúmeras Feiras do Livro em busca de livros antigos ou então já usados. Ultimamente andei à cata do livro "Contos Proíbidos, Memórias de um PS Desconhecido", do militante socialista Rui Mateus, editado em 1996 pelas Publicações D. Quixote, onde se fala do "pequeno grupo de amigos" que fundou em 1973 o Partido Socialista, dos "amigos" de Mário Soares que também trabalhavam para a CIA e, vejam lá, de sacas e sacas de dinheiro destinadas a "ajudar" o PS a combater os "comunistas" que se queriam apoderar da nobre "revolução". Vá-se lá saber porquê, esse livro bastante interessante logo "desapareceu" ou foi "desviado" do mercado mal foi editado mas, para sorte de todos nós, ainda é possível encontrá-lo com relativa facilidade na net.
Este verão foi por demais a área ardida em Portugal, sendo certo que, pelo que li em qualquer lado, só em Portugal a área devorada pelos fogos foi um terço do que ardeu em toda a Europa. Fazia dó ver toda aquela aflição das pessoas em Arouca, S. Pedro do Sul, Águeda, Paredes de Coura, Ilha da Madeira, e o nosso país sem nada poder fazer, com helicópteros avariados, sem meios para combater a calamidade. E então onde estiveram nesses dias aflitivos a nossa "amiga" Alemanha, a sempre "solidária" França e a restante Europa podres de ricos para nos "ajudar" em caso de necessidade e como vem nos "tratados"? É que, e é bom dizer-se... nem vê-los! E então lá vieram os "perigosos" russos, com os seus possantes e incríveis Beriev's a despejar toneladas e toneladas de água sobre Portugal a arder e a contribuir para controlar decisivamente o triste e medonho inferno. Pois então, os mesmíssimos russos a quem Portugal, a mando da Europa, atirou com "sanções" por serem "perigosos". Felizmente que esses "perigosos" russos, por já desnecessários, já se devem ter ido embora e, pelo que eu sei, até agora nenhuma notícia saiu de "criancinhas" comidas ao lanche pelos selváticos eslavos ou então simpáticas "vélhinhas" incautas a quem os mesmos se atreveram a aplicar a já famosa "injecção" atrás da orelha.
Eduardo Vítor Rodrigues, o dinâmico e empenhado presidente socialista da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, teceu no passado, logo após a sua tomada de posse e por várias vezes, nomeadamente nos jornais, severas e duras críticas contra a gestão anterior do município, principalmente no que diz respeito à "monstruosa" dívida que lhe foi deixada para pagar, sendo certo que por todos era sabido que essas mesmas críticas tinham como destinatário Marco António Costa, o influente militante do PSD responsável pelo sector financeiro da Câmara no executivo anterior. Agora adivinhem lá a quem Eduardo VítorRodrigues entregou no passado dia 1 de Julho a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro... precisamente a Marco António Costa, pois está claro!...
Estou hoje cada vez mais convencido que a maioria do pessoal não sabe verdadeiramente ainda o que tem em suas mãos. É claro que já todos ouvimos falar em trapinhos que se têm juntado através do Facebook, e outras tantas ou mais separações pela mesma via. Mas tudo isso é o menos, já que antes do aparecimento desta terrivel arma de arremesso já o mesmo se fazia através do telemóvel, dos e-mails, do telefone e das cartas em papel. Só que agora tudo é mais sofisticado. Se quisermos mandar uma sorrateira e disfarçada bicada a um dito "amigo" que se tem esquecido de colocar "gosto" nas fotos da nossa última ida à praia, a situação é facílima de resolver e aí vai logo rapidinho para a "net" um subreptício "post" a comunicar a toda a gente que no que toca a "amigos émelhor poucos mas bons". É claro que toda a gente já se apercebeu que a maioria do pessoal que anda a pastar de manhã à noite no Face anda é maioritariamente com falta de "colinho", pois se o patrão, a mulher ou a namorada lhes dão para trás ou os tratam abaixo de cão, a tentação imediata é buscar redobrado consolo no Face... e aí daqueles que não colocarem gosto na choradeira ou lamentação.
Os "problemas" sérios podem contudo surgir quando as lamúrias dão lugar às ameaças, como naqueles casos em que alguns dos nossos ditos "amigos" nos dão nem mais nem menos que vinte e quatro horas para começarmos a colocar "gosto" nas suas muitas palermices, sob pena de, findo o "prazo", sermos peremptoriamente "expulsos" do seu grupo exclusivo. É claro que na maioria das vezes, por condescendência ou compaixão, lá acabamos por ir na onda e satisfazer o "ego" do laborioso candidato a "figura pública" e lá colocamos um "gosto" na primeira patacoada que nos apareça pela frente, sabendo de antemão que, quanto mais não seja, fazemos uma acção por certo meritória... já que é mais uma pessoa que deixamos extasiada com tão sincera e merecida "felicidade".
É que, quando fazemos bem aos outros também nos sentimos felizes... meu adorado Facebook.
É claro que a grande maioria dos portugueses não poderia estar mais orgulhosa da nossa Selecção de Futebol. Ganhamos finalmente o Euro 2016, carago!... São as bandeiras de Portugal nas janelas e nos carros, são as bocas foleiras contra alguns dos "teóricos" franceses que já davam como certa e indiscutível a vitória contra Portugal e o Euro no papo. Enfim, é todo o levantamento de uma nobre nação rejubilando pelo nosso grande feito futebolistíco e desportivo. Toda a gente ficou feliz e cá em casa alguém até me disse que já há muito tempo que não me via tão exaltado e a saltar e a gritar de contente. E foi verdade, só que os meus motivos de grande alegria e forte orgulho talvez não sejam os da maioria dos portugueses, penso eu, mas sobre isso não tenho bem a certeza. O que me fez saltar a tampa e gritar bem alto com a vitória de Portugal foi uma mistura de muita coisa, foi pela espectacular conquista desportiva do nosso país, é certo, mas o forte sentimento que me atirou para as alturas foi muito mas muito bem mais profundo.
Com o fusilamento certeiro do Éder eu senti com toda a força a resposta afirmativa de todo um povo às humilhações e afrontas que toda uma nação tem sofrido às mãos dos tirânicos e poderosos manda-chuvas da velha Europa, senti o quanto é mesmo verdade possível construirmos um país diferente e ganhador, despojado dos conhecidos vendilhões e traidores que dentro e fóra manipulam as nossas vidas, a nossa frágil economia, o nosso corrupto sistema financeiro, em seu exclusivo benefício pessoal e em detrimento deste pequeno mas orgulhoso país. Com a vitória de Portugal sobre a França eu senti o extravazar de orgulho dos nossos emigrantes, a sua sede de gritar bem alto: eis aqui, finalmente, o "petit portugais" que vocês por vezes tanto enxovalham e que esta é a sua vez de levar o famoso "caneco" para casa; e vi também o rosto provocador e sorridente do criminoso Blatter a gozar com o nosso Ronaldo, e logo com o seu povo, e de seguida o seu ar de espanto e incredulidade quando o mundialmente famoso capitão de Portugal levantou a Taça do Euro 2016 e a mostrou bem alto a centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.
Sinto muito orgulho de ser português, pelo extraordinário desempenho da nossa Selecção de Futebol,mas também pelas muitas respostas que demos aos que duvidaram, e porventura ainda duvidam, das nossas comprovadas capacidades para contribuir para um mundo mais equilibrado e justo... em que os pequenos também deverão ser tratados como gente!...
O domingo esteve chuvoso e triste e o que me apeteceu mesmo foi passar um pouco de tempo a divertir-me fora do habitual. Já havia manobrado o Jornal de Notícias só por alto e aquela entrevista do Passos Coelho deixou-me mesmo encafuado. Vejam lá a grandíssima latosa do gajo, vir agora descaradamente dizer que enquanto esteve no governo o Banif deu sempre lucro. Como sei de ginjeira que haverá sempre papalvos para "comer" mais aquela mentiróla, decidi-me a terminar o dia de uma forma descontraída e divertida, que isto de levar a vida demasiado a sério, já dizia a minha avó Generosa, nunca deu saúde a ninguém. Passatempo divertido e mesmo ali à mão de semear só encontrei o Facebook, que de leituras ditas sérias já ando eu cheio durante a semana. É claro que grande parte das pessoas que conheço não pensarão como eu, mas para mim o Facebook é uma paródia... logo um esporádico divertimento.
Mal abri o dito cujo uma importante notícia me chamou logo a atenção, a qual referia que fulano de tal pedia muita desculpa aos seus "amigos" do "face" pois havia estado, por uns dias, ausente do "convívio" diário e muito doente e, por isso, tinha tido necessidade de ir fazer a cura à sua casa da aldeia, logo postando duas fotos suas junto a uma lareira, onde grelhava duas febras e assava uma morcela. Genial!... Continuei a manobrar o rato e, logo, uma outra novidade de se lhe tirar o chapeu, pois ali era mais uma vez escarrapachado por uma conhecida "amiga" que, agora sim, ia despedir-se de uma vez por todas desta miserável e triste vida, que já não valia mais a pena e que agora era de vez. Os "comentários" que se seguiam àquela triste "notícia" eram mais de duzentos, dizendo uns "não faças isso!...", outros "tem calma rapariga!...", e um outro "a tua vida vai melhorar, vais ver!...". Mas o "comentário" de que mais gostei foi o de "ò filha, o que tu gostas mesmo é de colinho!". Ena pá, este último "comentador", pelos vistos incisivo psicólogo, acertara mesmo em cheio na análise. Entretanto, já passara uma preciosa boa meia hora neste meu "passatempo". E nem ía dar para mais, pois dos lados da cozinha já se ouvia "todos para a mesa... vamos jantar!"...
O senhor Direito era uma pessoa cosmopolita e simpática e perfeito respeitador dos seus deveres e obrigações. Quem o conhecia sabia perfeitamente que ele não dava baldas no tocante aos seus principais compromissos, embora também fosse bastante exigente em tudo que se referia ao que lhe era devido. Por exemplo, se comprava um litro de leite no supermercado com o preço marcado de 0,58 € e a menina da caixa lhe cobrava 0,60 €, não tinha problema nenhum em vir de novo atrás e exigir o troco respectivo, uma autêntica ninharia... mas que era seu. O mesmo acontecia com a recolha do lixo lá na terra, pois sempre pontualmente pagou a taxa correspondente, embora a recolha havia semanas que por vezes não se fazia. Claro que ia de imediato aos serviços camarários e fazia uma reclamação por escrito, quando não se lembrava de armar logo uma bronca na assembleia municipal seguinte. Um dia o senhor Direito descobriu que à filha de uma vizinha sua que vivia com muitas dificuldades não lhe tinham atribuído subsídio de almoço lá na Escola, mas o filho de uma família que vivia muito bem e que até fazia questão de dar nas vistas com um grande carrão novo de grande cilindrada, esse já tinha direito a almoço subsidiado. Claro que o senhor Direito nem quis ouvir mais nada e foi com a sua vizinha falar ao manda chuva do serviço lá do sítio e exigiu que a situação dela fosse revista... e a injustiça colmatada. O senhor Direito era mesmo assim... como com os deveres, os direitos são para ser cumpridos!...
A dona Caridadesinha apresentava-se como uma pessoa mansa, mas era sempre muito esperta, não gostando nada que lhe sugerissem ter que se fazer cumprir isto ou aquilo, ofendendo-se muito quando lhe falavam sobre política. "Não sou política", dizia. Segundo ela, bastava o apelo à bondade das pessoas e o bater à porta certa para que o mundo rolasse, ganhando ela alguma coisa com isso. Se alguém lhe dissesse que centenas de famílias estavam desempregadas,com vários filhos a seu cargo e a viverem sem nenhuma dignidade, arrematava logo que iria urgentemente à Junta de Freguesia ou à Câmara e pediria educadamente uns sacos de comida para matar a fome aos infelizes, ou então iria pedir, muito humildemente, por carta registada com aviso de recepção, a Sua Excelência o Senhor Ministro da Solidariedade e Segurança Social para encarecidamente deitar as mãos à consciência e mandar abrir, se possível, mais uma cantina para a "sopa dos pobres". Claro que o que fazia iria ser muito bem divulgado, aparecer nas noticías dos principais jornais, na TV e, muito principalmente, nas redes sociais, mas nada de confrontar ou denunciar o poder constituído com o escândalo da situação, pois isso poderia deitar a perder o seu secreto objectivo de ser promovida para algum futuro lugar notório... e bem remunerado. Se algum desgraçado ficava sem casa e vivia ao relento na rua, por ter sido despedido sem justacausa, nada como mexer os cordelinhos e, sem criar ondas nem denunciar os verdadeiros culpados, apelar publicamente à bondade das pessoas, ficando ela como a verdadeira heroína... e na calha para futuras promoções camarárias ou governamentais!...
Dona Caridadesinha nunca dará na vida ponto sem nó, ela ha-de chegar lá acima custe o que custar, doa a quem doer, contra tudo e contra todos... sempre eleitoralmente aclamada pelos imensos, pacíficos e pacatos pobresinhos!...
Ontem foi o dia festivamente anunciado de se ter de falar do adorado Pai. Como falei com o meu Pai quase sempre todos os dias, não me vi na obrigação de ter de falar dele propositadamente no dia de ontem. Claro que o meu Pai representou muito para mim e talvez não lhe tenha dito em vidatudo o que devia, mas resta-me a consolação de lhe ter feito em vida tudo o que podia para lhe agradecer o quanto foi bom para mim e o quanto me ensinou. Nunca lhe escrevi publicamente uma bonita carta "pos mortem" ou "inter vivos" tecendo loas às suas qualidades morais e éticas, pois enquanto era vivo sempre fiz por lhe dizer, por palavras e actos, o quanto a sua atitude me influenciou e determinou o que sou hoje.
Também não costumo ter por hábito na véspera do Dia de Todos os Santos ou dos Fiéis Defuntos, e no próprio dia, ir para a sua última e derradeira morada demonstrar, pública e solenemente, o quanto gostava dele, pois ele e eu sabemos o quanto eu o admirava e o gosto que eu fazia em o ter perto de mim durante todo o tempo do mundo. Bem sei que nem todas as semanas o visito na sua agora eterna morada, mas resta-me a consolação de, enquanto foi vivo, ter conversado e estado com ele sagradamente todas as semanas e, durante muito tempo, até quase todos os dias.
Sei também que estas minhas estranhas e arrevezadas manias fazem confusão a muita cabecinha luminosamente pensante, muito mais viradas para o espectáculo da demonstração lancinante e pública de amor eterno pelo adorado Pai. Claro que cada um faz as suas opções de vida conforme lhe dá mais jeito. Eu por mim preferi prescindir da demonstração oficial e pública de um dia de eterno amor pelo Pai, em troca da satisfação de o ter admirado e amado pessoalmente toda uma vida e de ter feito efectivamente por isso enquanto pude... antes de me impedirem de tê-lo derradeiramente perto de mim.
Não vou mentir, adoro o Facebook. Mas tenho alguns amigos meus que não gostam tanto, pois é "perigoso", dizem. Claro que lá lhes vou dizendo que quando apareceu o telefone em nossas casas isso também se tornou num perigo, pois passamos a ter facilidade em ligar a quem não deviamos. E o aparecimento do automóvel também foi um facto muito perigoso, pois a partir daí tornou-se muito mais fácil dar umas "curvas" com quem não deviamos. Enfim, vivemos num mundo altamente "perigoso" e todo o cuidado é pouco. Tenho até uma pessoa amiga que tem Facebook mas que "proibiu" o marido de o ter, pois que, segundo ela, as mulheres hoje em dia andam como loucas atrás dos homens de 50 anos. E é por isso que eu adoro tanto o meu gato Tonecas, que sempre que me vê no computador não deixa de me transmitir o seu ar de satisfação, despreocupação e tranquilidade... mas ao mesmo tempo de desconfiança.
Por vezes não deixo efectivamente de me rir com algumas tonterias, nada "perigosas", que algumas figuras caricatas plasmam no Facebook, como as daquelas pessoas que volta e meia anunciam que "vão fechar a loja" e desejam tudo de bom aos seus "amigos", para logo passados dois meses voltarem a carregar no botãosinho do pedido de nova "amizade". Também me divertem bastante aqueles "amigos" e "amigas" que anunciam que vão fazer uma "limpeza" na sua lista de amizades, pois segundo eles não merecem ser "amigos" quem nunca diz nada... nem sequer no dia do aniversário. É claro que fico muito preocupado quando vejo tanta gente, como disse um "amigo" meu, a necessitar de "colinho", pois que apesar das centenas largas de amizades que cada um possa ter no Facebook,a verdade é que "amigos" verdadeiros serão sempre somente uma mão cheia deles... e por vezes nem tanto.
Por isso percebo a tolerância e adoração do meu gato Tonecas pelo Facebook pois,como em tudo na vida, ele confia sempre... desconfiando.
LIBERDADE - A não ser que alguma vez tenhamos já sido privados de alguma das formas em que se manifesta o nosso direito à liberdade, é declaradamente difícil falar hoje do que a mesma efectivamente representa, já que para as jovens gerações actuais as palavras ditadura, fascismo, censura, perseguição política, presos políticos, assassinatospolíticos, vigilância política e outras aberrações habituais das sociedades concentracionárias estão hoje fora do cardápio da informação diária dos principais orgãos televisivos e jornalísticos generalistas, salvo raras e muito específicas excepções, como seja o caso das comemorações do 25 de Abril e 1º de Maio. Também não é de admirar, sabendo como hoje se sabe que algumas das eminências pardas do mais retrógrado reaccionarismo se passeiam, em perfeita e comprazada liberdade, pelos palácios ministeriais da lusa república democrática e pluralista.
Mas embora a palavra "liberdade" em Portugal não tenha já hoje as conotações que teve durante os quarenta anos do reinado de terror salazarento e pidesco, em que havia total "liberdade de expressão" para os de cima e obrigatoriedade de sujeição total à opressão para os de baixo, não nos é possível deixar de reparar, embora descontraidamente, nas "liberdades" que hoje temos de continuarmos a ser um país verdadeiramente livre e democrático ou então de nos sujeitarmos aos arrufos, imposições e más disposições da germânica Sr.ª Merkel, de podermos crescer, estudar e trabalhar no nosso próprio país ou então, para não morrermos à fome, de termos que emigrar o quanto mais depressinha possível, de usufruirmos de um verdadeiro Serviço Nacional de Saúde ou então de vermos morrer os nossos pais e avós insensivelmente abandonados nos serviços de urgência dos nossos hospitais. Claro que hoje podemos usufruir largamente, graças a Deus, de todas estas "liberdades" que nos foram concedidas, assim como podemos dispor da portentosa "liberdade" de viver num país em que 0,1% da população possui mais riqueza que os restantes 99,9%, em que o dono de um Banco ligado aos partidos do chamado "arco do poder" fez desaparecer 5.000 milhões de euros sem se saber para onde e anda por aí todo feliz e numa boa rodeado de magotes de seguranças, enquanto que um casal que devia 5centimos às Finanças viu o seu ordenado penhorado... e sem direito a respingar!...
Gritemos todos juntos, queridos cidadãos deste democrático e solidário país... Viva, por muitos anos Viva, a preciosa e equitativa Liberdade!...